A convidada escolhe... A menina da falésia

Está na estante para ser lido. A opinião da Vera fez-me procurá-lo e colocá-lo perto dos "urgentes". (Cris)

"Procuro sempre livros que vão de encontro aos meus anseios. Anseios esses que oscilam com o meu estado de espírito. Por vezes acerto, outras erro e os livros que escolho ou que tenho oportunidade de ler nem sempre correspondem às minhas expectativas. Adoro quanto um livro as supera e me apanha completamente de surpresa, principalmente quando surge depois de outro que desiludiu.

Ora, o último que li - A menina na falésia - é ... muitos adjectivos poderão ser usados para o definir como MUITO BOM. Não gosto de enaltecer demasiado um livro mas reparei que não o leste Cristina e por isso apressei-me a deixar-te com esse desejo. Sei que partilhamos algumas opiniões sobre os livros que lemos.

Um romance que nos seduz logo no início com a narradora. Aurora Lisle, uma criança precoce de oito anos, com um talento hereditário. Uma criança valente, carente de afectos que se cruza com Grania Ryan numa falésia na Irlanda, onde ambas tinham as suas residências de família. Famílias com histórias de vida entrelaçadas. Histórias conjuntas. Esse paralelo misterioso é abordado pela mãe de Grania que mostra desagrado com a aproximação e afeto recíproco entre elas.

Gradualmente vamos desvendando a complexa e misteriosa relação entre estas duas famílias, com saltos temporais (um século/ quatro gerações) e espaciais (entre Londres, Nova Iorque e a Irlanda) sem nunca perder o interesse ou deixar de despertar emoções. A empatia com as personagens que são credíveis e a brilhante e fluída narrativa, tornam este romance uma leitura mágica como o amor que surge nas suas diferentes formas ao longo das suas 528 páginas.

Terno e envolvente, este é um romance que deixa saudades quando concluída a leitura."


Vera Sopa 
(Blogue "Ler um prazer adquirido")