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quinta-feira, 17 de maio de 2012
A convidada escolhe... As luzes de Leonor
A vida da Marquesa de Alorna, pela sua vida atribulada, foi tema escolhido por mais de um escritor(a). Lembro-me que ainda tenho na estante o último de Maria João Lopo de Carvalho também sobre a vida desta mulher... e que vida! Nenhuma obra a poderia contar em meia dúzia de páginas...
"Foi um longo prazer ler este livro com 1053 páginas, demorei dois meses a conclui-lo, porque gosto de ler saboreando as palavras, pesquisando na net sobre o que me interessava aprofundar.
"As Luzes de Leonor" não é uma biografia, é um romance, que revela um elevado rigor histórico o que explica que a autora, Maria Teresa Horta, tenha investigado durante treze anos para nos presentear com este soberbo livro sobre a vida de Leonor de Almeida, neta dos Marqueses de Távora, condessa de Oeynhausen e marquesa de Alorna.
Com uma grande plasticidade esta história é nos contada a várias vozes, entre outra formas, por um narrador; pela avó marquesa de Távora; por D. Leonor nas suas memórias, ou pelos seus escritos em cadernos e diários, por poemas de sua autoria e por documentos e cartas escritas por si e seus familiares e amigos.
Este livro desperta os nossos sentidos levando-nos quase a sentir os cheiros das ruas, das casa, das pessoas, dos doces conventuais; as cores da natureza, dos jardins com as suas infinitas fragrâncias; as texturas dos tecidos das roupas de casa e das dos guarda-roupa de uma forma rica e pormenorizada.
É um livro que nos dá a verdadeira dimensão da riqueza da língua portuguesa, tantos nomes maravilhosos que se descobrem ou redescobrem ao longo desta leitura, é um livro magnificamente escrito.
Encarcerada num convento com a sua mãe e irmã durante 18 anos por pertencer à família Távora, os primeiros anos da vida desta mulher, não levariam a supor que poderia desenvolver um gosto tão forte, quase uma obsessão, pelas letras, ciências e artes, e até pela política.
Senhora de uma grande beleza mas sobretudo de uma enorme inteligência, Leonor não se conformou nunca com o papel atribuído ás mulheres fidalgas do seu tempo, impondo-se pela sua forte presença e cultura. Determinada a ser dona do seu destino, casa contra a vontade do pai com que a poderia levar para fora do país que considerava povoado de mentalidades tacanhas.
A sua poesia foi apreciada nas cortes de Portugal e França, privou com rainhas e princesas, conviveu com Maria Antonieta de França e sua mãe a Imperatriz da Áustria.
Teve filhos, sofreu perdas. Revoltava-se a cada vez que se encontrava grávida por se sentir prisioneira daqueles meses que tinha que se resguardar, mas nem isso a fez desistir de viajar e presenciar os acontecimentos mais marcantes da sua época, como a Revolução Francesa, sacrificando, por isso , com algum egoísmo os seus filhos que deixava para trás sem qualquer pejo.
O seu gosto pela política vai acabar por leva-la a seu perseguida pelo Intendente da polícia Pina Manique, e pelo próprio embaixador de França, e nem a rainha sua madrinha ou a princesa D. Carlota Joaquina de quem era a primeira Dama de Honor, vão conseguir salva-la do exílio em Madrid onde viverá anos de infortúnio.
Excelente!"
Marília Gonçalves
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