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terça-feira, 15 de março de 2011

Soltas... No mar há crocodilos.


"A minha aldeia era lindíssima. Não era tecnológica, não havia energia eléctrica. Para termos luz usávamos os candeeiros a petróleo. Mas havia maçãs. Eu via a fruta a nascer: as flores despontavam diante dos meus olhos e transformavam-se em fruta(...)"

"(...) dizer que afegãos e talibãs são coisas distintas. Desejo que as pessoas o saibam. Sabes de quantas nacionalidades eram ops que mataram o meu professor?"

"Eu não gostava de incomodar. Não gostava de ser mal tratado. Mas toda a gente (eu incluído) tem grande interesse em viver, e para viver estamos dispostos a fazer coisas que não gostamos."

"Importantes são os factos. Importante é a história. Aquilo que nos muda a vida é o que nos acontece. não onde ou com quem."

"(...) estava num ponto de não retorno de tal forma que até a memória deixara de voltar, e havia dias inteiros, e semanas, em que já não me ocorria pensar na minha aldeia na província de Ghazni nem na minha mãe nem no meu irmão nem na minha irmã, como me acontecia ao início, quando a imagem deles era uma tatuagem sobre os olhos, dia e noite."

"De um dado momento deixei de existir; deixei de contar os segundos, de imaginar a chegada. Choravam os pensamentos e os músculos. Choravam o torpor e os ossos."

"Como é que se descobre um sítio onde crescer. Enaiat?
Reconhecemo-lo porque não nos dá vontade de ir embora. Claro, não por ser perfeito. Não existem lugares perfeitos. Mas existem lugares onde, pelo menos, ninguém tenta fazer-te mal."

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