Livro que me chamou a atenção pelo título e pela capa. Ficar a conhecer uma história ficcionada, mas num espaço temporal bem definido e com detalhes verídicos da História de Portugal pela escrita e pelo olhar de uma autora estrangeira, pareceu-me bastante interessante. A autora é jornalista e vive na Maia.
Ao fim de algumas páginas, a história já me tinha agarrado. Estamos na segunda metade do século XIX, no tempo do Rei Luís I e da rainha D. Maria Pia. Tempo de pobreza e fome, que habilmente é retratado pela autora. Henrique, um jovem de 17 anos parte para o Porto em busca de melhores condições de vida. À sua espera está um trabalho de aprendiz de ourives, aprendiz de filigrana. Sabe ler, coisa rara nesse tempo. A forma como o aprendeu leva-nos a intuir que o seu desejo de progressão na vida é muito forte e tudo fará para o conseguir! A sua viagem de barco, de Mesão Frio para o Porto, cheia de peripécias, é um começo auspicioso para este romance e que prende de imediato o leitor.
O detalhado ambiente político e da situação económica desse ano de 1877 e seguintes, as transformações que a cidade do Porto sofreu (sobretudo com a construção da ponte D. Maria Pia), tudo é revelado com a mestria de quem pesquisou e estudou bem o espaço temporal da época. Um romance onde se aprende e apreende os costumes e a vida difícil de quem tinha pouco e queria melhorar.
Gostei muito. Envolvente, cheio de pormenores verídicos que apelam à nossa atenção mas, ao mesmo tempo, sem enfastiar porque ligados com mestria à ficcionada história de uma rapazinho trabalhador e esperto. Pequenos mistérios aqui e ali fazem a trama decorrer rapidamente!
Aconselho!
Terminado em 27 de Agosto de 2023
Estrelas: 6*
Sinopse
Portugal, outono de 1877.
Enquanto o Porto se prepara para
inaugurar a magnífica ponte de ferro de Gustave Eiffel sobre o rio
Douro, Henrique, de 17 anos, foge das duras condições de vida rio acima,
pelas vinhas de uma propriedade onde se produz vinho do Porto. Para
trás fica uma traição que ele quer esquecer. À sua frente, a
oportunidade única de trabalhar numa ouriversaria.
Determinado a
fazer do Porto a sua casa, Henrique explora as ruas sinuosas da cidade,
convivendo com cartógrafos e agitadores, e começa a aprender a delicada
arte da filigrana. Até que um conhecido do passado aparece, ameaçando a
sua nova vida...
Quando descobre uma conspiração contra a ponte
de Eiffel, Henrique tem de decidir até onde está disposto a ir para se
salvar a si próprio, o ilustre novo marco da sua cidade adotiva e talvez
até a própria família real portuguesa.
Situado numa cidade de mercadores e trabalhadores, marinheiros e reis, privilegiados e pobres, O Rapaz do Douro é uma história de resiliência e amizade, de um rapaz à procura de si próprio e daquilo em que se quer tornar.
Cris
Gostava muito de ler este livro.
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