Não há como não dar as estrelas máximas a este testemunho desta sobrevivente judia holandesa do Holocausto. Fico sem palavras depois de acabar de ler estes livros de não ficção, tão cheios de coragem e de resiliência. Selma sobreviveu. No meio, o factor sorte contou muito mas a sua força e esperança em dias melhores foi o que lhe deu ânimo para resistir.
Relato cru, verdadeiro, do que viu e viveu. Muitos anos depois Selma relembra e conta. Porque o desejo de continuar a viver uma vida o mais normal possível e retomar a vida deixada para trás, levou a que muitos sobreviventes não falassem nas suas vivências durante muitos anos no pós guerra. Aliás, o mundo ainda não estava preparado para as ouvir. Não acreditariam.
A capa deste livro não é apelativa, eu sei. É verdadeira. Uma foto de Selma. Espero que esta obra não se confunda com tantas outras que circulam por aí. Não merece que isso aconteça.
Selma sobreviveu. Como referi, a "sorte" esteve com ela em muitos momentos. O facto de ter, em determinada altura, pertencido à Resistência (Selma era correio) permitiu-lhe o acesso a documentos falsos que a fizeram passar por não judia. Isso fez toda a diferença quando foi presa. Mesmo tendo suportado condições extremas em Ravensbruck, ela soube mais tarde que o tratamento dado aos judeus foi bem pior.
O relato desta sobrevivente não acaba com a sua libertação. Prossegue e acompanha a sua vida depois disso, o que o torna muito real e podemo-nos aperceber que o fim da guerra não trouxe o merecido descanso. As consequências físicas e psicológicas foram terríveis.
Este é daqueles livros a que temos de dar a nossa total atenção! Não foi escrito para agradar nem para solicitar compaixão ao leitor. Merece ser lido. Possui, também, algumas fotos de Selma e seus familiares dando cara aos nomes.
Terminado em 18 de Fevereiro de 2022
Estrelas: 6*
Sinopse
As memórias marcantes de uma combatente judia da resistência e sobrevivente do campo de concentração de Ravensbrück.
Selma van de Perre tinha 17 anos quando a Segunda Guerra Mundial começou. Até então, ser judeu na Holanda não era sinónimo de perigo, mas em 1941 tornou-se uma questão de vida ou morte. Selma juntou-se ao movimento de resistência contra os nazis e durante dois anos arriscou tudo. Usando o pseudónimo Margareta van der Kuit e passando por ariana, viajou pelo país a entregar documentos, a partilhar informações e a manter o ânimo entre os colegas — fazendo, como diria mais tarde, o que «tinha que ser feito».
Um poderoso testemunho da luta contra a desumanidade.
Em julho de 1944, a sua sorte acabou. Detida, foi transportada para o campo de concentração feminino de Ravensbrück como prisioneira política. Ninguém ali sabia que era judia. Ao contrário dos seus pais e da sua irmã — que descobriria mais tarde terem morrido noutros campos —, ela sobreviveu. Somente depois do fim da guerra é que conseguiu recuperar a sua identidade e se atreveu a voltar a dizer: o meu nome é Selma.
Cris
Esta publicação vem a propósito da atualidade Ou faz-me lembrar!
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"Existem gritos que matam..."
Bom fim de semana, e que a Paz se instale!🙏
Beijos
Este livro já tinha despertado o meu interesse e agora ainda fiquei com mais vontade de o ler.
ResponderEliminarParece bem interessante!
ResponderEliminarBeijinhos e tenha um ótimo fim de semana
Um bom livro de ler, tenho a certeza absoluta
ResponderEliminar.
Saudações cordiais e poéticas
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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