Os Pilares da Terra foi um dos primeiros livros que li de Ken Follett (talvez mesmo o primeiro!) e soube logo que este autor teria sempre um lugar cativo na minha estante. Adorei a sua escrita, o trabalho de pesquisa que se adivinha por detrás das palavras e o enredo sempre verosímel em que as "suas" personagens coabitam com personagens reais. Seguiu-se Um Mundo Sem Fim e agora, ao fim de dez anos, termina a trilogia com Uma Coluna de Fogo. Creio que nāo minto ao dizer que qualquer dos livros pode ser lido separadamente mas se conseguirem lê-los por esta ordem, melhor será. O espaço temporal segue uma linha que importa obedecer.
Que dizer? Levei tempo demais a lê-lo, eu sei, mas deveu-se ao seu peso, volume completamente anti-transportável. Essa foi a única razāo da demora das quase três semanas em que só conseguia pegar nele ao fim do dia.
De resto, nada a apontar! Voltei de novo a Kingsbridge, desta feita o periodo narrado vai dede1558 até 1606 e navegamos por uma Inglaterra (e restante mundo) onde protestantes e católicos travam lutas religiosas que mais nāo sāo que guerras de poder. "Servir a Deus" e "vontade de Deus" era uma boa desculpa para mandar para a fogueira quem estivesse no lugar errado da religiāo (fosse ele qual fosse!). Jogos de poder onde a espionagem e as acçōes clandestinas tinham um papel importante nessas lutam que pareciam nāo ter fim.
Ned Willard é um dos personagens centrais. Aquele pelo qual giram muitos outros, reais e fictícios. E sāo mesmo muitos os personagens mas isso nāo torna confusa a leitura. Esse facto é devido, sobretudo, à escrita de Follett, descritiva q.b. mas sem ser sensaborona, com vários focos de interesse ao mesmo tempo e detentora de uma pesquisa extraordinária que se vislumbra nos pormenores da caracterizaçāo dos personagens fictícios, tornando-os tāo reais quanto poderiam ser, caso tivessem existido.
Um livro completo, um livro de leitura obrigatória.
Terminado em 11 de Outubro de 2017
Estrelas: 6*
Sinopse
Natal de 1558. O jovem Ned Willard regressa a Kingsbridge, e descobre que o seu mundo mudou. As velhas pedras da catedral de Kingsbridge contemplam uma cidade dividida pelo ódio de cariz religioso. A Europa vive tempos tumultuosos, em que os princípios fundamentais colidem de forma sangrenta com a amizade, a lealdade e o amor. Ned em breve dá consigo do lado oposto ao da rapariga com quem deseja casar, Margery Fitzgerald. Isabel Tudor sobe ao trono, e toda a Europa se vira contra a Inglaterra. A jovem rainha, perspicaz e determinada, cria desde logo o primeiro serviço secreto do reino, cuja missão é avisá-la de imediato de qualquer tentativa quer de conspiração para a assassinar, quer de revoltas e planos de invasão. Isabel sabe que a encantadora e voluntariosa Maria, rainha da Escócia, aguarda pela sua oportunidade em Paris. Pertencendo a uma família francesa de uma ambição brutal, Maria foi proclamada herdeira legítima do trono de Inglaterra, e os seus apoiantes conspiram para se livrarem de Isabel. Tendo como pano de fundo este período turbulento, o amor entre Ned e Margery parece condenado, à medida que o extremismo ateia a violência através da Europa, de Edimburgo a Genebra. Enquanto Isabel se esforça por se manter no trono e fazer prevalecer os seus princípios, protegida por um pequeno mas dedicado grupo de hábeis espiões e de corajosos agentes secretos, vai-se tornando claro que os verdadeiros inimigos ? então como hoje ? não são as religiões rivais. A batalha propriamente dita trava-se entre aqueles que defendem a tolerância e a concórdia e os tiranos que querem impor as suas ideias a todos, a qualquer custo.
Cris
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