Serpente de Essex
de Sarah Perry
Londres, 1893. Quando o marido de Cora Seaborne morre, a viúva inicia uma nova vida marcada ao mesmo tempo por alívio e tristeza. Não teve um casamento feliz e ela própria nunca se adequou ao papel de mulher da sociedade. Acompanhada pelo filho, Francis – um rapaz curioso e obsessivo –, troca a cidade pelo campo de Essex, onde espera que o ar fresco e os grandes espaços lhe proporcionem o refúgio de que necessita. Quando se instalam em Colchester, chegam-lhe aos ouvidos rumores de que a Serpente do Essex, conhecida por em tempos ter percorrido os pântanos na sua avidez de colher vidas humanas, regressou à aldeia de Aldwinter. Cora, naturalista amadora sem interesse por superstições ou questões religiosas, fica empolgada com a ideia de que aquilo que as pessoas da região tomam por uma criatura sobrenatural possa, na realidade, ser uma espécie ainda por descobrir. Quando decide iniciar a sua investigação é apresentada ao reverendo de Aldwinter, William Ransome. Tal como Cora, Will sente uma desconfiança profunda em relação aos boatos, que considera um fenómeno de terror de caráter moral e um desvio da verdadeira fé. Enquanto Will procura tranquilizar os paroquianos, inicia-se entre ele e Cora uma relação intensa; apesar de os dois não concordarem a respeito de nada, são atraídos e afastados um do outro inexoravelmente, a ponto de isso modificar a vida de ambos de formas inesperadas. Escrito com uma delicadeza e uma inteligência cheias de requinte, este romance é sobretudo uma celebração do amor e das muitas formas que ele pode assumir.
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