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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

"Stoner" de John Williams

Como é que um livro com uma história normal, quase banal, tem o condão de nos "tirar deste mundo"?

A escrita fenomenal de John Williams explica esse fenómeno. Pouco mais há a dizer. Um livro espectacular, verdadeiramente obrigatório, que vem reforçar a teoria que um livro é intemporal, se bem escrito. Este romance, para quem não sabe, foi publicado pela primeira vez em 1965.

Sinto-me literalmente sem palavras. Já tinha ouvido comentários elogiosos em relação a esta obra mas nada me preparou para me sentir completamente apaixonada pelo personagem principal! Um homenzinho insignificante e brilhante ao mesmo tempo, alguém que precisa de um abanão porque momentos há em que a sua passividade nos enerva de sobremaneira mas, por outro lado, possui uma força imensa que o faz resistir a pressões psicológicas quase intransponíveis... Em suma, apaixonei-me por um personagem com um carácter díspare, confuso, algo irritante, mas, por outro lado, muito forte. Odiei quem lhe quis mal, amei quem ele amou.

Nada mais peço de um livro. Façam o favor de o ler. Eu, vou comprá-lo, já que me foi emprestado por uma amiga. Quero-o na minha estante. O quanto antes!

Estrelas: 6*

Terminado em 28 de Dezembro de 2014

Sinopse

Romance publicado em 1965, caído no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams - também ele um obscuro professor americano, de uma obscura universidade.
Passados quase 50 anos, o mesmo amor à literatura que movia a personagem principal levou a que uma escritora, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido. Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor livro do ano, escolheram uma relíquia.
Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores, juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a síntese do jornalista Bryan Appleyard: "É o melhor romance que ninguém leu". Porque é que um romance tão emocionalmente exigente renasce das cinzas e se torna num espontâneo sucesso comercial nas mais diferentes latitudes? A resposta está no livro. Na era da hiper comunicação, Stoner devolve-nos o sentido de intimidade, deixa-nos a sós com aquele homem tristonho, de vida apagada. Fechamos a porta, partilhamos com ele a devoção à literatura, revemo-nos nos seus fracassos; sabendo que todo o desapontamento e solidão são relativos - se tivermos um livro a que nos agarrar.

15 comentários:

  1. Olá Cris,
    Já estive com ele na mão e, estupidamente, não o comprei.
    Vou emendar o erro.
    Bom 2015.
    Bjs.

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  2. Também já está na minha lista para 2015. Obrigada pela dica. ;-)

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    1. Olá Claudia! Bem vinda! Eu gostei muito desta leitura! Fenomenal a escrita do autor! No entanto a minha opinião vale o que vale... Bj

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  3. Mais um... a lista não pára de crescer ;)
    Beijocas
    Teresa Carvalho

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  4. Olá!!

    Já tenho este livro na estante para ler. Foi uma prenda de Natal. Espero que seja uma excelente leitura. Já estou ansiosa :)

    Beijinhos e boas leituras!

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    1. Isaura, que bela prenda! Esse Pai Natal não passou por aqui... :(
      Boa leitura!

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  5. Lamentavelmente o livro não foi publicado no Brasil :(

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    1. Paula, ainda aqui há uns tempos soube de um que queria ler mas que só existia no Brasil... :( este vale a pena mesmo!

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  6. Acabei de ler Stoner e li-o em poucos dias. Entusiasmou-me como há muito não me entusiasmava com um livro (escrevi isto mesmo no post que fiz e vou publicar mais logo). O livro foi-me recomendado por um irmão, mas eu sabia que já o tinha visto em um ou dois blogues.
    Concordo completamente com a sua opinião.
    Adorei o livro e encantei-me com a personalidade de Stoner e exasperei-me com a sua passividade.

    Bom fim-de-semana:)

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    1. Olá Isabel! Foi-me recomendado por uma amiga também e na Roda dos Livros quase todos já o leram e adoraram! Por onde terá andado todo este tempo? Tão esquecido... Bjs

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