Fui cativada pelas suas próprias palavras “há pouco mais de um século a esperança de vida na Europa era de trinta anos, igual à da Serra Leoa na actualidade: o suficiente para se aprender a sobreviver, com sorte e a realizar o propósito evolutivo da reprodução. Não havia futuro nem, portanto, possibilidade de imaginar um objectivo tão insuspeito como o de ser feliz” (p. 13).
Fiquei desperta, porque me pareceu, de imediato, diferente. Quando nos debruçamos sobre o tema de desenvolvimento pessoal e mais particularmente sobre a felicidade, as leituras mais acessíveis e habituais têm muito que ver com “coaching”. Eu procurava algo diferente. Sempre tive um apetite enorme pela compreensão da mente humana e era esse o caminho que queria percorrer. Queria procurar compreender como se processa a felicidade na mente humana. Qual a sua complexidade e quais as dimensões que toca, enfim, compreender o “organismo” da felicidade humana.
Foi com satisfação que com frases como “a felicidade é um estado emocional activado pelo sistema límbico, o qual, ao contrário do que muita gente crê, o cérebro consciente tem pouco a dizer” (p.17) me apercebi que tinha feito a compra certa.
Punset aborda o tema da felicidade com recurso às mais recentes descobertas científicas sobre o tema, propondo, com base nisso, uma fórmula para a felicidade.
Trata-se, primeiramente, de uma análise científica sobre o que nos une e distingue dos outros seres vivos. Reflecte, também, sobre o carácter transitório da felicidade, que diz ser uma emoção.
Penso que o facto de apresentar o tema de forma objectiva (no sentido científico – provas, testadas cientificamente) qualquer pessoa que se interesse por este tema específico ou sobre a complexidade humana no geral, sentirá uma enorme satisfação e reconhecerá que fornece bases sólidas e pouco habituais para se reflectir sobre o tema e as suas implicações sociais e humanas, quer enquanto indivíduo, quer enquanto grupo – comunidade.
Cláudia Santos
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