Fiquei com vontade de ler este livro. Os livros sobre os quais a Almerinda opina têm sempre um quê de critica social que me agradam particularmente. Ler é uma forma de distracção mas também e sobretudo de tomarmos consciência do que se passa ou passou à nossa volta. ( Cris)
Era um livro que procurava há já alguns meses e que finalmente descobri no último dia da Feira do Livro deste ano. Estava na secção infanto-juvenil de uma das editoras presentes, mas como acontece com os bons livros para crianças, a sua leitura adapta-se a qualquer idade, quer se seja criança, jovem ou adulto/a.
Trata-se de uma viagem feita por um avô e neto ao Museu Henry Ford em Detroit, para verem, entrarem e sentarem-se naquele lugar onde a 1 de Dezembro de 1955, Rosa Parks, uma costureira negra de 44 anos se recusou a ceder o seu lugar no autocarro a um homem branco. Essa recusa, esse “NÃO” convicto e sereno foi o detonador de um movimento formidável da comunidade negra norte americana contra a segregação racial, apoiada por um outro homem de grande coragem que foi Martin Luther King.
O avô, um dos passageiros negros que então cedera o seu lugar como era habitual, quis dar ao neto o testemunho da coragem dessa mulher que, por se ter recusado a fazer o que era suposto, fez história e mudou uma página no curso da luta pela justiça e emancipação social.
«Há sempre um autocarro que passa pela vida de cada um de nós. Mantém os olhos bem abertos e não percas o teu.»
Não é por acaso que a Amnistia Internacional Portugal associou o seu logo à edição deste belo livro que vale não só pelo texto de Fabrizio Silei como pelas expressivas ilustrações de Maurizio Quarello.
Para ser lido e relembrado este gesto de resistência à segregação e ao apartheid protagonizado por uma simples mulher, associando-lhe os nomes de grandes figuras da luta contra o racismo: Martin Luther King e Nelson Mandela.
Almerinda Bento
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