Coisa complicada, falar de nós mesmos… Não direi que sempre foi meu sonho e ambição ser escritor, porque não é verdade nem me considero como tal…Devido a várias circunstâncias pessoais, resolvi pôr mãos à obra e elaborar o “Cartas Que Falam”. Chegado aos 35 anos, penso ter chegado o momento de ter um papel mais activo e interventivo na sociedade, neste caso abordando uma temática polémica como é o caso do “bullying”.
Baseado em vários factos reais, criei o personagem Filipe Gomes, um ser humano incompreendido por uma família disfuncional, pelos amigos, pela sociedade, e que, mesmo sentindo-se sozinho na imensidão da complexidade da vida, luta com todas as suas forças para encontrar toda a verdade sobre si mesmo. Alguém que tem uma infância marcada por violência doméstica, maus tratos, uma adolescência muito problemática, carregada de baixa auto-estima, discriminação na escola e na família, e uma vida adulta que tem início em consultórios de psicólogos e psiquiatras, como consequências de fobias, ansiedades e ataques de pânico entretanto experimentados.
Após uma década de vida, e depois de vários psicoterapeutas enganados pelos seus pais, eis a verdade descoberta com a ajuda da única psicóloga que os seus progenitores não fizeram questão de visitar. Filipe, na ressaca de tamanho “choque” que assola o seu ser, começa então a escrever mensagens, em forma de cartas, à família, amigos, colegas e amores que fizeram parte da sua vivência.
Por outro lado, o objectivo principal da minha obra é o de alertar para o facto de que quem sobre deste tipo de problemas não está sozinho, e de que deve procurar sempre ajuda. Tudo isto porque pensamos que os males do Mundo nunca nos acontecerão, mas um dia, inevitavelmente, acabam por nos vir bater à porta…
Bruno Araujo
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