Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 176
Editor: Oficina do Livro
ISBN: 9789895555192
Se tivesse de classificar com uma palavra apenas este livro diria que o achei profundo. Constituído por pequenos textos,na sua maioria de uma página, pertencentes a oito personagens, fala-nos da vida, do amor, da morte e de como esses quatro casais de deixam envolver, precisamente, na vida, no amor e pela morte.
João Morgado possui uma escrita rica, de tal forma que, nalgumas frases, voltei atrás para as reler, tal era belo o seu conteúdo! "O corpo do Afonso já não tinha a mesma firmeza, mas o amor não tem corpo e o fulgor não envelhece no tempo. A boa fruta torna-se madura e passa a fazer delícias em compota."
A ironia também se encontra presente, subtil e cómica. "Em meu redor adivinhava no olhar das pessoas o riso de nos imaginarem o casal 10 - eu alto e magro como um número um e ela baixa e redonda como o zero do meu desejo".
A única dificuldade que encontrei relaciona-se com a quantidade de personagens, todos eles igualmente importantes. Tive de apontar num papel os casais existentes, para melhor relacionar as suas histórias, se bem que os próprios nomes ajudassem nessa tarefa, pois estão como que agrupados pelas suas iniciais: Afonso, Alice; Leonel, Luísa; Diniz, Dora...
Espero mais romances deste escritor, pois fiquei agradavelmente surpreendida com a sua escrita: autêntica, real, crua mas poética também. Recomendo!
Terminado em 10 de Dezembro de 2011
Estrelas: 4*
Sinopse:
Quatro casais, oito personagens e a pergunta que nos assalta quando percebemos o fim: ainda me amas? Não sabem o que os faria felizes, nem se lembram do dia em que sentiram o peso da solidão, em que se amaram ou se desejaram. Hoje, não se reconhecem, não têm coragem para mudar de vida, para assumir o fim e procurar noutro amor o caminho de volta para o compromisso maior: ser feliz.
Num diário de emoções íntimas, falam na primeira pessoa do que sentem em relação a si e aos outros. Concluem que, cada um à sua maneira, todos foram infiéis: por pensamentos, actos ou omissões.
Com vidas entrelaçadas, cada um descreve no diário a sua viagem pelo mundo do sexo, do desejo, do pudor, do egoísmo, do amor-próprio, do envelhecimento, do sonho, da morte… Enfim, a matéria-prima da qual é feita a existência de gente vulgar. «Sobre nós minguem escreverá um romance», diz uma das personagens. Talvez desconhecendo que todos os dias a vida nos ensina o contrário.
Obrigado pela atenção e pelo destaque deste meu livro. Com amizade
ResponderEliminarJoão Morgado