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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

"O Dia Em Que Perdemos a Cabeça" de Javier Castillo

A convite da editora Suma de Letras fui ao Instituto Cervantes no fim da tarde de ontem para ouvir o autor falar sobre esta obra, do seu processo de construção, do tempo despendido no planeamento e na escrita do enredo deste livro. Muito simpático e falador, Javier Castillo, contou, por exemplo que escreveu este thriller durante o seu percurso diário de casa para o seu emprego e vice-versa. Um fim de tarde muito agradável - fotos abaixo.

Em relação ao livro refiro-vos que possui um começo arrojado e fulminante que prende o leitor logo na primeira página. Durante a leitura as mudanças de rumo são frequentes e, por isso, nem cheguei a desconfiar do que se iria passar nas páginas seguintes. Os capítulos curtos, cirúrgicos, reflectem o desejo do autor em criar um enredo cheio de reviravoltas e interesse. 

Confesso que a dada altura achei que uma das explicações criadas para revelar a razão da existência das mortes que se verificaram, era um pouco doida, com pouco realismo mas tudo no final se encaixa perfeitamente e faz sentido.

Terminado em 17.02.2019

Estrelas: 5*

Sinopse
Centro de Boston, 24 de Dezembro, um homem caminha nu, trazendo nas mãos a cabeça decapitada de uma jovem mulher.

O Dr. Jenkins, director do centro psiquiátrico da cidade, e Stella Hyden, agente do FBI, vão entrar numa investigação que colocará em risco as suas vidas e a sua concepção de sanidade. Que acontecimentos fortuitos ocorreram na misteriosa Salt Lake City há dezassete anos? E por que estão todos a perder a cabeça agora?

Com um estilo ágil e cheio de referências literárias- Garcia Márquez, Auster e Stephen King - e imagens impactantes, Javier Castillo contruiu um thriller romântico narrado a três tempos que explora os limites do ser humano e rompe com a estrutura tradicional dos livros de suspense.

Amor, ódio, estranhas práticas, intriga e acção trepidante inundam as páginas deste thriller romântico, que se converteu num fenómeno editorial antes da sua publicação em papel.

 





Cris

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

"Os Blumthal" de José Milhazes

Leio poucos livros históricos de não-ficção. Os que leio parecem-se romances ou, pelo menos, lêem-se como tal. Este não. Nem creio, tampouco, que o pretendido pelo autor fosse isso.

Não digo que tenha sido leitura fácil mas foi, isso sim, proveitosa. Porque aprendi, coisa que gosto de sentir quando termino a leitura de um livro. Não será, pois, leitura para todos nem a minha favorita mas sabia ao que ia quando peguei neste livro e gostei do que li e dos factos de que tomei conhecimento.

José Milhazes conta-nos a história dos avós de sua mulher, Erich e Leida, e como tomou conhecimento dela. De como Erich e Leida lutaram activamente pela revolução comunista na Estónia e se viram depois a braços tanto com o regime nazi como com o seu oposto, o regime soviético. Paralelamente, ficamos a conhecer um pouco da História da Estónia, país que sofreu horrores com as ocupações a que foi sujeito. 

Recomendo a quem se interessar pelo tema.

Terminado em 12 de Fevereiro de 2019

Estrelas: 4*

Sinopse
O destino cruel de pessoas que lutaram por uma sociedade melhor e acabaram vítimas dos dois piores sistemas totalitários do século xx.

Em Os Blumthal, José Milhazes reconstitui as vidas dos avós de sua mulher, Siiri. Conta como os jovens idealistas Erich Sõerd e Leida Holm Blumthal participaram activamente na introdução da revolução comunista na sua Estónia natal, e depois foram ultrapassados pelos acontecimentos do mundo conturbado e muito violento do século XX e acabaram vítimas, primeiro do regime nazi, e depois do regime soviético.

Só possível após uma grande investigação, que integrou a consulta de vários arquivos em vários países e de fontes históricas variadas - e de entrevistas à própria Siiri Milhazes -, esta obra revela a dramática saga familiar dos Blumthal e dos Sõerd em tempos de totalitarismo.

Um livro actual e que não vai deixar ninguém indiferente, Os Blumthal é o novo livro de José Milhazes.

Cris

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A Escolha do Jorge: "Cinzas"



“Sim, tudo eram cinzas: a vida, a morte, o homem, o próprio destino que as produzia.” 
(p. 238)
A recente publicação das obras da escritora italiana Grazia Deledda (1871-1936) constituiu um dos acontecimentos literários do ano passado ainda que tenha passado de forma quase despercebida. Tratando-se da única escritora italiana a receber o Nobel de Literatura (1926), Grazia Deledda demonstrou ser uma mulher à frente do seu tempo pela forma de pensar, aspecto fortemente perceptível nos seus romances. Natural da Sardenha, a escritora é herdeira de um conjunto de valores ancestrais que tantas vezes alude à ideia homérica de sociedade que foi filtrada pelo Cristianismo. A linguagem e as tradições da ilha mediterrânica estão continuamente presentes nos seus romances, como “Depois do Divórcio” e Marianna Circa” já aqui apresentados no decurso do ano passado, como também em “Cinzas”, o romance de 1904, publicado no final do ano passado.
Nos três romances de Grazia Deledda, a mulher é sempre apresentada como figura central das narrativas. A escritora italiana desde cedo compreendeu a fragilidade da condição feminina, a sua dependência e subjugação face ao homem e não raras vezes até a sua exposição e condenação perante a sociedade que a esmaga e repudia. Nos seus romances, Grazia Ledda aborda as fragilidades da mulher, demonstrando à sociedade e ao mundo as suas capacidades, a força e tudo aquilo que é capaz de fazer por amor.
Giovanna Ledda (“Depois do Divórcio”), Marianna Circa e Oli Derios (“Cinzas”) são mulheres que dificilmente esquecemos pela sua força, temperamento, personalidade e, acima de tudo, pela sua capacidade infinita de amar.
É esta capacidade infinita de amar que deixa o leitor estupefacto perante a vida de Oli Derios ao longo do romance “Cinzas” que culmina em tragédia, perante a ideia de sacrifício na sequência de um erro cometido no passado.
A jovem Oli Derios é seduzida por um pastor de quem engravida, vendo-se depois repudiada por este e pela família. O filho, Anania, que recebe o nome do pai, é criado pela família deste enquanto Oli Derios desaparece sem deixar rasto, entregando-se a uma vida de vagabundagem e prostituição como forma de sobrevivência.
Anania cresce com o estigma de bastardo e de enjeitado e, tendo capacidade para os estudos, vai para Cagliari, na Sardenha, e depois para Roma, onde estuda Direito. Ao longo da vida, Anania vive com o desejo iminente de encontrar a sua mãe ainda que avassalado por pensamentos contraditórios, num misto de amor e de ódio, na sequência do abandono.
O percurso de Ananina dá ao leitor a ideia de várias realidades dentro da Itália, partindo da sua pequena aldeia com tradições ancestrais em oposição à cidade Cagliari e, depois disso, Roma, como a grande referência do mundo civilizado em oposição à ruralidade sarda. São estes mundos em confronto que conduzem à formação da personalidade de Anania e nunca perdendo a ideia de encontrar a sua mãe, procura nos rostos das mulheres, em Cagliari e em Roma, aquela que poderá ser a sua mãe.
Este misto de desejo e de repúdio em Anania face ao desejo de encontrar Oli Derios está presente ao longo de toda a narrativa.
“Cinzas” é um romance psicológico intenso e fortemente visual, repleto de personagens inesquecíveis e que, de alguma forma, representam um papel determinante na concretização do destino que aqui se apresenta com ecos da mitologia grega.
Numa época em que somos confrontados com a violência doméstica numa base quase diária e com tantos casos de assassinatos perpetrados contra as mulheres, é importante ler Grazia Deledda que nos seus romances tenta valorizar o papel da mulher na sociedade. Os seus romances têm um forte pendor humanista, mas também pedagógico face à necessidade de quebrar preconceitos e tabus no que respeita à sociedade que deverá olhar para homens e mulheres de forma igual.
Dos três romances de Grazia Deledda publicados até ao momento, “Cinzas” é talvez o mais intenso e também o mais dramático, na medida em que compreendemos do ponto de vista social como alguém, perante preconceitos e tradições absurdas, pode ser levado à perdição, trilhando caminhos onde não encontrará paz nem felicidade.
Não tendo nada a perder, Oli Derios, mesmo doente e sem quaisquer bens, entrega a sua vida como uma espécie de ritual exigido pelos deuses para satisfação de todos em favor da paz social como garantia de uma moral podre que não pode ser beliscada.
É imperativo descobrir Grazia Deledda! Qualquer um dos seus romances é uma pérola literária de valor inestimável, mas também pelos temas que apresenta. Passado mais de um século da edição dos três romances, percebemos que a mensagem a transmitir continua actual como nunca.
Será, pois, oportuno questionar: Quantas mais mulheres serão sacrificadas até que os deuses estejam completamente satisfeitos?
“Todos, no mundo, somos maus, meu cordeirinho, mas é preciso termos dó uns dos outros: doutra forma, ai de nós, devorávamo-nos que nem os peixes do mar.” (p. 53)

Link de acesso ao texto alusivo a “Depois do Divórcio” e “Marianna Circa”:
Texto da autoria de Jorge Navarro


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A Convidada escolhe: "Culpa"

Tantas mentiras. Tanto que lhe haviam ocultado. Enquanto Jane estava cega com a sua culpa e procurava recuperar a memória dos últimos três anos antes do acidente em que perdeu o seu melhor amigo, David,e o pai, num outro acidente anterior, outros escondiam os seus segredos, as suas intenções, as suas culpas. E reescreviam a história.

Uma agressão desencadeia uma série de reações, depois de uma misteriosa personagem entrar em ação tentando culpabilizar e fazer com que todos os envolvidos paguem. Jane busca a verdade e esperta, segue todas as pistas possíveis.

Como leitora, fiquei viciada neste desenfreado enredo, com reviravoltas sucessivas que não antecipava. Sequer, cheguei a quem se escondia sob o nome Liv Danger. A óbvia, melhor amiga, não me convencia.

De início, começou devagar. Sem grande suspense ou interesse. Mas ganhou fôlego e tornou-se um bom thriller psicológico. Agarrou-me e li-o sem parar em poucos dias. Muito fixe!

Vera Sopa

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Na minha caixa de correio

  

  

 

Comprado em segunda māo, As Raparigas de Riade;
Comprado na Barata, um título que chamou por mim, Diário;
Comprado num alfarrabista, Meridiano 28
Oferecidos pelas editoras parceiras:
- Uma Furtiva Lágrima, Círculo de Leitores
- Já Ninguém Chora Por Mim, Porto Editora
- Pai, Conte-me a Sua História, Esfera dos Livros
- A Grandeza das Coisas Sem Nome, Esfera dos Livros
- O Grande Livro dos Hamburgueres Vegetarianos, Arte Plural

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Apresentação de "O Grande Livro dos Hambúrgueres Vegetarianos" n' "O Botanista"


Foi com muito gosto que aceitei o convite da Arte Plural Edições para participar num evento de apresentação d'O Grande Livro dos Hambúrgueres Vegetarianos, no Restaurante O Botanista, ontem dia 21. 

A conversa fluiu gostosamente e a prova que se seguiu, de três receitas de hambúrgueres, não podia ter corrido melhor. À volta da mesa, risos, dicas e receitas juntaram-se ao requinte na degustação dos pratos apresentados que, diga-se, estavam deliciosos. Difícil foi escolher o vencedor! Entre o Hambúrguer Berlinense, o Hambúrger Bombaim e as Fajitas de Cogumelos "venha o diabo e escolha" como se costuma dizer... Estavam deliciosos, todos! 

Sou suspeita na minha apreciação porque adoro comida vegetariana mas as meninas convidadas que estavam presentes não me pareceram que estivessem a fazer nenhum frete... Muito pelo contrário! 

O livro está muito completo, não só com diferentes receitas de veggie burguers mas também com molhos, cremes e maioneses vegetais, picles, saladas, pães e alguns acompanhamentos. As fotos, então, estão de babar, de tão lindas e apetitosas! Fazemos um périplo pela gastronomia de vários cantos do mundo com comidas vegetarianas típicas de regiões tão diferentes quanto bonitas!

Eis algumas fotos tiradas: 

 




 



Cris

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Resultado do Passatempo Círculo de Leitores: "A Sombra do Passado"

O Tempo entre os meus livros, com o colaboração da editora Círculo de Leitores, tem o prazer de anunciar a vencedora do livro "A Sombra do Passado" que estará presente no clube de leitura dia 7 de Março, onde falaremos um pouco sobre as nossas impressões ao ler este livro.

E a vencedora é: Maria João Covas de Lisboa

Sei que a este passatempo poucas pessoas puderam participar porque as condições especiais impediram muita gente de o fazer. Para compensar, o blogue está a preparar um passatempo com dois livros aqui das estantes. Novos, claro! Estejam atentos!

Cris

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

"Filhos à Venda" de Kristina McMorris

Olhem para a capa. Imaginem uma história, sem ler a sinopse. Pensaram em algo contado por uma criança? Uma criança abandonada e suas desventuras? Um regresso ao passado de alguém que se viu na contingência de vender um filho? Pois é! As capas enganam. Desta feita para melhor.

Esta obra não é lamechas como a capa faz parecer. É de leitura compulsiva e começa por referir como um pequeno deslize de um jornalista que deseja ascender no seu jornal pode complicar em muito a vida de alguém. Mas fala-nos também de como os sentimentos humanos podem e devem gerir as nossas vidas, de como os valores íntegros não devem ficar esquecidos na labuta do dia a dia.

Só o final, a meu ver, ficou aquém do que esperava. Queria um final não tão previsível. Que não acabasse tão bem. Queria algo que me marcasse, que eu não pudesse esquecer. Mas, acredito, que este final vai satisfazer a maioria dos leitores. Serei demasiado exigente? Não me peçam para tentar dar um final diferente... Se o soubesse fazer, seria escritora! 

Tudo o resto foi perfeito. Com uma acção crescente de intensidade, de muito fácil entendimento, uma história plausível. Foi engraçado perceber, no final do livro, pelas palavras da autora, que um artigo, uma foto verídica deram azo a uma história que prende o leitor porque parece real e porque está bem contada. Precisamente porque o enredo está apelativo sem momentos mortos.

Adorei saber que a autora se baseou numa história verídica na altura da Grande Depressão nos EUA, de como uma foto e um acontecimento serviram para gerar uma história de ficção muito boa.

Recomendo sem reservas. 

Terminado em 15 de Fevereiro de 2019

Estrelas: 5*

Sinopse
Uma história comovente de perda e redenção, inspirada em impressionantes acontecimentos reais.

Em 1931, o repórter Ellis Reed depara-se com uma cena angustiante. Duas crianças encontram-se no alpendre de uma casa rural e ao seu lado está uma tabuleta onde se pode ler:

Vendem-se duas crianças

Aquele anúncio, um reflexo das dificuldades brutais que inúmeras famílias americanas enfrentaram após a queda da bolsa em 1929, leva Ellis a tirar uma fotografia à cena. Quando Lillian Palmer, sua colega no jornal, encontra a fotografia, sugere a sua publicação ao chefe de redação. Ellis revela-se contra, mas percebe que aquela imagem pode conduzir à sua grande oportunidade de progredir na carreira.

Acidentalmente, a fotografia é destruída, e Ellis tem de regressar à casa para voltar a fotografar a cena. Ao encontrar a casa vazia, toma uma decisão: recria uma cena semelhante numa casa vizinha, com novas crianças, e tira outra fotografia.

A imagem acaba por ser publicada, e as consequências são devastadoras. Ellis e Lillian sabem que um grande erro foi cometido, e vão ter de decidir quanto estão dispostos a arriscar para salvar uma família fraturada.

Cris

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Para os Mais Pequeninos: "Os Direitos Vão à Escola"

Um livro que dá a conhecer às crianças, de uma forma colorida e suave, os seus direitos para que ela os possa reconhecer, em si e nos outros. Se for o caso, tomar consciência que pode pedir ajuda.

Escrito de uma forma simples, de fácil entendimento, esta história apresenta-nos os mais básicos direitos destes pequeninos seres indefesos ao personalizá-los nalgumas crianças vestidas de cores coloridas, com adereços simples mas com significado, que vão entrando na sala de aulas e que vão dando a conhecer alguns dos direitos que representam. Ao mesmo tempo, mostram que algumas crianças ainda vivem sem eles e alerta-os para esse facto.

Com imagens que mostram o doce e o horror, este livro é um alerta. Óptimo também para pais e educadores. Ora vejam:

 

 

Cris

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

"A Casa" de Paco Roca (Graphic Novel)


Lida em pouco tempo, esta graphic novel, soube-me a pouco. Mas fez-me pensar.
Soube-me a pouco porque fui apanhada meio desprevenida com o final abrupto. Nāo reparei que as páginas estavam a esgotar-se e fiquei sem chāo, de repente, com o final. Acabou tāo depressa! 
Mas mesmo assim faz pensar, indiscutivelmente. Três irmāos, depois da morte do pai, vāo-se lembrando de pormenores vividos em que o pai foi protagonista ao mesmo tempo que decidem vender a casa em que ele vivia e que já nāo visitavam há muito. 
É um livro que fala-nos de perdas, de luto, de coisas que ficaram por dizer e por fazer às pessoas que amamos. É normal sentir que se podia ter feito ou dito mais qualquer coisa depois da morte de alguém que nos é próximo. Creio que é um processo que faz parte do luto. Uma parte de nós diz que dissemos e fizemos o que podiamos, outra diz-nos que poderiamos ter feito ou dito muito mais. Saber encontrar o equilíbrio entre estes dois seres que "habitam" em nós é um processo que pode demorar.
Um livro para ler e apreciar. Para pensar, refletir. Olhar em volta e alterar comportamentos, o nosso sobretudo. Porque o mundo muda quando nós mudarmos.
Terminado em 10 de Fevereiro de 2019
Estrelas: 5*
Sinopse
Ao longo dos anos, o dono de uma casa enche-a de recordações, testemunhos silenciosos de uma vida. Uma casa é a imagem fiel do seu dono. Como os casais que vivem longos anos juntos. Assim, quando o seu ocupante desaparece para sempre, o recheio da casa fica intacto, à espera do regresso do seu dono. Os três irmãos que protagonizam esta história, tornam um ano após a morte do seu pai à casa de família onde cresceram. A sua intenção é vendê-la, mas em cada velharia que deitam fora, enfrentam as suas memórias. Temem estar a apagar o passado, a memória do seu pai, e as suas próprias memórias.  

Cris

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Na minha caixa de correio

  

  



Comprado num alfarrabista, A Rapariga do Tambor.

Oferta do maridāo no Dia dos Namorados,  A História

Ofertados pelas editoras parceiras:
- O Colecionador de Pecados, Casa das Letras
- 5 Mudanças Antes, Durante e Depois do Cancro, Oficina do Livro
- Reciclar, Decorar e Organizar, Esfera dos Livros
- Porque Dormimos?,  Saída de Emergência/ Desassossego.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Novidade Esfera dos Livros

A Grandeza das Coisas sem Nome
de Enrique Arce

No dia em que recebe um Tony que o consagra como um dos grandes atores da Broadway, Samuel recebe também a notícia da morte da sua irmã em Madrid. Regressa à sua terra natal para assistir ao funeral e para reencontrar o seu pai, de quem nada sabia há 35 anos. Na mala leva o prémio para lhe oferecer e provar que venceu na vida. “Ao funeral de um ente querido trazemos uma coroa de flores para prestar homenagem ao morto e não uma de louro para nos vangloriarmos” foi a única coisa que recebeu em troca. Ao enfrentar o seu passado, os segredos da sua família, as suas traumáticas memórias de infância, Samuel inicia uma viagem de transformação interior. Pelo caminho descobre o poder do amor, da amizade, do perdão, a importância de aprender com os erros e os fracassos e de enfrentarmos os nossos medos para conquistarmos o bem mais preciso que temos: a nossa própria vida.  Enrique Arce, ator da mundialmente conhecida série A Casa de Papel, estreia-se na literatura com uma história comovente, surpreendentemente sincera, que nos transforma de maneira iniciática.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Novidade Arte Plural

O Grande Livro dos Hambúrgueres Vegetarianos
de Nina Olsson

Há muito que os hambúrgueres deixaram de ser fast food; hoje em dia, são sinónimo de slow food de qualidade, um formato que engloba todas as possibilidades que a imaginação gastronómica consiga abarcar... sobretudo nas versões vegetarianas e veganas.
A variedade de ingredientes faz com que as combinações sejam inúmeras, por isso a chef, food stylist e fotógrafa Nina Olsson apresenta aqui uma verdadeira volta ao mundo dos hambúrgueres, com as receitas organizadas geograficamente.
O Grande Livro dos Hambúrgueres Vegetarianos é o único livro de veggie burgers de que alguma vez vai precisar: versões com todos os sabores que vão satisfazer o paladar mais requintado e ainda dicas indispensáveis para a anatomia do hambúrguer perfeito.

Encontre nestas páginas mais de 50 hambúrgueres e dezenas de pães, molhos e acompanhamentos com que nunca sonhou.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

"Princípio de Karenina" de Afonso Cruz

Nāo sou muito dada a gargalhadas quando leio um livro. É mais fácil soltar uma lágrima do que conseguir que a minha garganta se liberte e se ria... Mas sabem quando vocês nāo se conseguem conter e riem baixinho, quase interiormente? Foi o que aconteceu comigo neste livro. É a escrita de Afonso Cruz no seu melhor. Vou-vos mostrar um exemplo...

O narrador faz um périplo pela sua infância caminhando pelos seus oito anos até à idade adulta. Às tantas referindo-se a uma tia, comenta: "Eu ia com as tias à missa, incluindo aquela que ia morrer dali a seis meses." Assim, a seco. Nāo segurei o riso interior, aquele que nos faz abrir o sorriso cá de dentro.

Com capítulos pequenos, esta história é contada na primeira pessoa. O narrador, filho único, dirige o seu discurso a uma filha. Relembra o passado e vai desfiando pequenos acontecimentos enquanto salta no tempo sem que o leitor se dê conta disso. Ele (como se chama mesmo esse pai? Será que alguma vez o seu nome foi referido?) possui uma deformidade num dos pés (pé boto), que sente como tal, enquanto que para sua māe é vista como algo positivo que o livrará de problemas maiores. Mais do que o pé deformado, ele entende que a educaçāo dada pela figura parental é que o impediu de viver, conhecer mundo (o "estrangeiro", como refere). Indeciso, sem garra, deixa-se levar e até manipular, pelas vontades dos outros .

Gostei desta leitura. Escrita inconfundível de Afonso Cruz. Possuidor de uma larga cultura, é com gosto que se leem os seus escritos. Escritos esses que me fazem sempre procurar informaçōes na Wikipédia. Desta feita foi sobre o Cambodja, Pol Pot e os crimes por ele cometidos.

Outra das características que encontro neste escritor é, frequentemente, dizer certas coisas ao leitor sem as referir por palavras. É algo que paira no ar, que o leitor pressente, subentende. Acho isso fantástico! Contar uma parte importante da história sem nada dizer directamente. Muito bom!

Tenho de vos confessar que as últimas páginas fizeram com que alterasse as estrelas que pensei dar a partir  da leitura de metade do livro. Se antes eram cinco, passaram indubitalvelmente para seis! Que final! Aprontem os vossos coraçōes. Este é um final à "Afonso Cruz"! Quem já leu algumas obras do autor vai perceber o que digo. E Afonso, explica lá o título que eu nāo cheguei lá...

Terminado em 9 de Fevereiro de 2019

Estrelas: 6*

Sinopse
Um pai que se dirige à filha e lhe conta a sua história, que é a história de ambos, revelando distâncias e aproximando-se por causa disso, numa entrega sincera e emocional.

Uma viagem até aos confins do mundo, até ao Vietname e Camboja, até ao território que antigamente se designava como Cochinchina, para encontrar e perceber aquilo que está mais perto de nós, aquilo que nos habita. Um pai que ergue muros de silêncio, uma mãe que faz arco-íris de música, uma criada quase tão velha como o Mundo, um amigo que veste roupas de mulher, uma amante que carrega sabores e perfumes proibidos. São estas algumas das inesquecíveis personagens que rodeiam este homem que se dirige à filha, que testemunham - ou dificultam - essa procura do amor mais incondicional.

Uma busca que nos leva a todos a chegar tão longe, para lá de longe, para nos depararmos connosco, com as nossas relações mais próximas, com os nossos erros, com as nossas paixões, com as nossas dores e, ao somar tudo isto, entre sofrimento e júbilo, encontrar talvez felicidade.

Cris

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

A Convidada Escolhe: "Luanda, Lisboa, Paraíso"


Luanda, Lisboa, Paraíso
Djamilia Pereira de Almeida
2018
A belíssima capa deste livro, o título e uma sessão em qua Djaimilia Pereira de Almeida falou sobre a sua obra foram os “ingredientes” que me atraíram para comprar “Luanda Lisboa Paraíso”. A doçura da voz e a riqueza do discurso da jovem autora angolana nesta sessão moderada por Anabela Mota Ribeiro fui encontrá-las ao longo das pouco mais de duzentas páginas do livro.
Um livro muito belo, cheio de subtilezas, de figuras de estilo na sua prosa poética. Uma história com vidas tristes, sofridas, com muitos silêncios ou com palavras que não são ditas, onde a esperança e o sonho persistem, mesmo quando a pobreza, a solidão e o desenraizamento são a marca de que é feita a vida das personagens.
Cartola e Aquiles partem de Luanda a caminho de Lisboa para um tratamento a um defeito de nascença no calcanhar de Aquiles. Lisboa é a terra com que o pai Cartola sonha, imaginada em livros, mapas e postais; para Aquiles, o filho, é terra de salvação de um defeito que carregava, colado ao nome e com o qual era alcunhado de “o coxo” ou o “Botinha” entre os colegas da escola. Desde o início que tudo aponta que será uma viagem só de ida o que é percepcionado por Glória, a mãe, paralisada e esquecida numa cama, lembrando Samsa, o insecto de “A Metamorfose” de Kafka. “Glória fechou os olhos, apertou a camisa de noite contra o peito e disse em voz alta «até amanhã, Papá» sem se permitir soltar uma lágrima, mas pressentindo também que vira o marido pela última vez.”
Lisboa é afinal uma terra onde pai e filho andam à deriva, sentindo-se estrangeiros, perdidos. A fragilidade de Cartola “caminhava sem referências” é sentida pelo filho que o acha mais pequeno, menos firme, mais envelhecido. Pai e filho pouco comunicam, cada um encerrado no seu mundo, frustrados os seus sonhos de um futuro melhor. Para Cartola, perdido numa Lisboa estranha que o enjeitava, era no cemitério dos Prazeres que encontrava o sítio onde se sentia entre iguais. Nas cartas e nos telefonemas a Glória, Cartola fantasia em palavras os sonhos que não consegue concretizar, são a idealização de um sonho impossível. Em Luanda, a escassez, a pobreza e a guerra civil são mascarados com palavras doces e pedidos simples que Glória faz ao marido, projectando num futuro risonho as memórias de tempos felizes quando eram jovens.
A Quinta do Paraíso, a caminho de Caneças é a saída possível depois de uma história de pagamentos em atraso e dívidas na pensão Covilhã. As viagens diárias do bairro para a obra são as rotinas de Cartola para quem a dureza do trabalho o faz sentir cada vez mais velho e onde Aquiles é “o coxo da obra” ou “o preto coxo”. Paraíso, mas podia ser a Jamaica, é o lugar onde diariamente se descansa o corpo depois da jornada de trabalho dura na obra. As dores do corpo são mitigadas por uma refeição melhorada quando ainda há dinheiro, ou por uma conversa à volta duma fogueira, pautada por umas anedotas e lembranças da terra longínqua, ou pela rifa do cabaz de Natal que saiu a Cartola. O vizinho Pepe, o taberneiro galego vai ser a amizade que vai nascer na relação entre duas solidões. E que se vai reforçar quando ambos constróem a barraca que ardeu numa noite. A construção da “nossa casinha”, como lhe chamam, passa a ser o objectivo que vai dar sentido às suas vidas e motivar os mais novos – Aquiles, Amândio e Iuri.
Achei este livro tão lindo, tão dramático, tão sentido, para nos dar a entender melhor a vida de tantos cidadãos imigrantes que um dia acreditaram num paraíso em Portugal ou na Europa, que foram obrigados a fugir da fome ou duma guerra civil sem sentido, que aqui vieram procurar respostas para uma saúde que não dispõem nos seus países.
Com a força das palavras que Djaimilia consegue manejar com tanta mestria e sensibilidade.
9 de Fevereiro de 2019
Almerinda Bento











segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

"A Noite Passada" de Alice Brito

Já nāo me devia surpreender a escrita de Alice Brito.

Desta feita achei-a mais acutilante, mais crítica, mais política, mais livre do que as dos seus livros anteriores, que adorei, pelo menos do que eu me lembro porque já os li aquando da sua "saída". O tempo tem o condāo de tornar tudo difuso e de nos fazer esquecer... Mas aqui está ela, inconfundível: uma escrita de fazer inveja. A sua forma de se expressar é bastante sui generis, com uns laivos de desbragamento que lhe conferem um toque único e especial que muito me agradam. O humor também está presente. Fino e aguçado.

Um narrador que me fez sorrir muitas vezes, que me fez reler algumas frases. Possuindo, por um lado, um discurso vernáculo mas com muito sentido e nada excessivo, e por outro, um que nos faz procurar no dicionário aquela palavra que, pelo sentido, achamos saber o seu significado mas queremos confirmar. Só quem domina muito bem a língua portuguesa pode ir dos 8 aos 80 sem que o leitor se sinta ofendido ou inculto.

Nas primeiras três folhas o leitor anda à deriva. Pequenos textos com os quais nāo nos conseguimos situar de todo. Depois a história arranca. A essas três páginas havemos de voltar mais tarde, depois de lido 1/3 do livro. Foi assim que fiz e, para mim, fez todo o sentido. Voltei a elas mais tarde quando as últimas páginas se fecharam nas minhas māos. 

A história narrada abarca um período de Portugal que, se bem que nāo muito afastado dos nossos dias (o que sāo cinquenta/sessenta anos?) muitos tendem a esquecer, ou porque a memória é posta de lado quando relembrar nāo é agradável ou porque já nāo o viveram. Começa por retratar o Portugal dos anos 50 e avança para as décadas seguintes. Foram tantos os pormenores que relembrei, tantos os que nāo fazem parte dos nossos dias...

Mesclados com a história principal, surgem laivos de outra história (distinguivel pela escrita em itálico) que só bem mais perto do fim começa a fazer sentido. Mas o mistério acompanha o leitor durante o livro todo. Quem sāo estes personagens que aparecem em pequenos trechos e que relaçāo possuem com os da história principal? Porém a revelaçāo final é deixada para as últimas folhas. Surpresa e entendimento. Um puzzle que se encaixa e completa, no fim e por fim. Um livro que me deu muita pica a ler.

Juntas, a Política/História de um povo e uma história bem narrada. Parabéns, Alice! Super recomendo!

Terminado em 7 de Fevereiro de 2019

Estrelas: 6*, sem dúvida alguma!

Sinopse
Um romance de amor poderoso num Portugal que ansiava pela liberdade.

Tendo Lisboa como ponto de partida, a autora conta-nos a história de uma jovem, Amélia, de famílias respeitáveis, que põe o futuro e a honra a perder quando se deita com um agente da PIDE de modos delicados e linguagem sedutora, mas capaz das maiores crueldades.

Um livro imperdível, com uma escrita fluida, que lembra a aclamada série da RTP, Conta-me como Foi, cheio de histórias de heróis e vilões anónimos, preconceitos e modas arrojadas, e o grande sonho da liberdade.

Cris

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Passatempo Círculo de Leitores - "A Sombra do Passado"

Olá, olá!

O Tempo Entre Os Meus Livros tem uma novidade fresquinha para ti, que és seguidor do blogue.

Só tens de te comprometer a ler este livro e a estar presente no dia 7 de Março (data a confirmar) às 18:30 em Lisboa em local a designar, para um clube de leitura exclusivo entre a editora "Círculo de Leitores" e cinco bloguers em que um deles serei eu.

Para participares deves enviar um email para otempoentreosmeuslivros@gmail.com com o subject "Quero estar presente" e indicando o teu nome e contacto telefónico.

Quem não gosta de falar de livros?

Sei que nem todos poderāo participar mas é uma forma de eu ficar a conhecer um dos seguidores do blogue. Outros passatempos virāo, certamente, em que todos poderāo tentar a sua sorte.

O passatempo decorre até ao dia 20 de Fevereiro. Participa se puderes estar presente no encontro e boa sorte!

Para veres o post sobre esta novidade, clica aqui.

Cris

Novidade Círculo de Leitores

A Sombra do Passado

de Nikola Scott

Um segredo antigo revelado…
Uma criança perdida, o segredo de uma mãe e um verão idílico que mudou a vida
de uma mulher para sempre...

Corre o ano de 1958, Elizabeth Holloway é enviada para longe da sua casa de Londres, para passar o verão em Hartland, uma bela propriedade no litoral do condado de Sussex, no Sul de Inglaterra. Para a linda e inocente Elizabeth, os Shaws são um modelo de sofisticação e tratam-na como se fosse da família, mas quando ela se apaixona, ninguém a avisa que os seus sonhos são perigosamente ingénuos.

Quarenta anos mais tarde, a filha de Elizabeth, Addie, encontra uma estranha à sua porta, uma mulher que afirma ser sua irmã gémea. A princípio, Addie recusa-se a acreditar nisso — até que o seu amado pai admite que as circunstâncias do seu nascimento não foram as que ela tinha sido levada a crer que foram.

A revelação desafia tudo o que Addie achava que sabia sobre a mulher brilhante e difícil que tinha sido a sua mãe. E como a vida os leva de volta ao passado de Elizabeth, Addie e sua nova irmã Phoebe descobrem a extraordinária história de uma criança perdida, o segredo de uma mãe, e um verão de ouro que mudou a vida de uma mulher para sempre.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Na minha caixa de correio

  

  


 

 

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