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sábado, 12 de novembro de 2011

Cartas vermelhas de Ana Cristina Silva


Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 272
Editor: Oficina do Livro
ISBN: 9789895558070

Esperava desta escritura um livro assim. Intenso! Não foi, por isso, uma surpresa a sua leitura, desconfiava  já que iria gostar. A leitura que tinha feito de Fogueiras da Inquisição assim o demonstrava...

A sinopse revelava tratar-se de um romance histórico sobre uma mulher que muitos desconhecem ( Carolina Loff da Fonseca) com uma vida muito participativa nos acontecimentos que se sucederam, por volta de 1900 e anos seguintes, em vários pontos do mundo - desde a Cidade da Praia a Lisboa, passando por Moscovo e Madrid.

Para além da leitura da sinopse, a escrita de Ana Cristina Silva não me podia deixar indiferente. É de uma forma espectacular que ela descreve minuciosamente, com uma imaginação sem limites, o que terá sentido essa formosa mulher que onde passava deixava um rasto de beleza mas também de empenhamento político, sempre em busca de um mundo mais justo. Ao fazermos esta leitura temos consciência do que é ficção e do que é real e isso é um ponto a favor da autora.

Mergulhamos na época do Estado Novo, das lutas clandestinas, das prisões e interrogatórios, na antiga União Soviética de Estaline, do Kremlim, da euforia mas também do medo que aí reinava e também dos horrores que se cometeram na Guerra Civil Espanhola, da Frente Popular...

Ficamos com vontade de saber mais sobre esta mulher especial, arruinada pelo remorso de ter abandonado a filha por longos anos, anos que tornaram difícil o seu reencontro e aproximação.

Gostei deveras e recomendo muitíssimo! A sinopse, no entanto, revela mais do que devia, não a leiam!

Terminado em 10 de Novembro de 2011

Estrelas:5*

Sinopse


Nascida em Cabo Verde de família branca e abastada, Carol nunca se resignou à miséria das ilhas. E, movida pelo sonho de construir uma sociedade mais justa, ingressou ainda jovem no Partido Comunista. Não se importando de usar a beleza como arma ideológica, abraçou a luta revolucionária, apaixonou-se por um camarada e ficou grávida pouco antes de ser presa. Foi a sua mãe quem tratou de Helena nos primeiros tempos, mas, depois de libertada, Carol levou-a para Moscovo, onde trabalhou nas mais altas esferas do Comintern. Aí, o contacto com as purgas estalinistas não chegou para abalar as suas convicções, mas o clima de denúncia e traição catapultou-a para o cenário da Guerra Civil espanhola, obrigando-a a deixar Helena para trás; e, apesar de ter escapado aos fuzilamentos franquistas, a eclosão da Segunda Guerra Mundial impediu Carol de voltar à União Soviética para ir buscar a criança. Será apenas vinte anos mais tarde que mãe e filha se reencontrarão em Berlim; mas a frieza e o ressentimento de Helena farão com que, na viagem de regresso a Lisboa, Carol decida escrever um romance autobiográfico com o qual a filha possa, se não perdoar-lhe, pelo menos compreender as circunstâncias do abandono, a clandestinidade, a prisão, a guerra, a espionagem e o inconcebível casamento com um inspector da polícia política. Inspirado na vida de Carolina Loff da Fonseca, este romance extremamente empolgante vai muito além dos factos, confirmando Ana Cristina Silva como uma das mais dotadas autoras de romance psicológico em Portugal.

3 comentários:

  1. Já estava na wishlist mas passei-o para o topo depois de ler a tua opinião.
    Beijinho

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  2. Teresa, gostei muito... Um destes domingos a Ana Cristina vai brindar-nos com um texto, lol!

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  3. Que bom!!! Desde as Fogueiras da Inquisição que fiquei fã!

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