Já tinha ouvido falar dsstas cartas que atribuem a sua autoria a Mariana Alcoforado, uma freira portuguesa de Beja que viveu no séc. XVII.
No âmbito do passatempo de verão do clube de leitura a que pertenço, o Dona Leitura, li-as num ápice.
São cinco cartas, pequenas, escritas a um homem que combateu por Portugal e que, pelo que se percebe, terá ido para França. O tom das quatro primeiras cartas é de sofrimento, inquietação e angústia. É de alguém que se sente traído, abandonado mas que ainda tem esperança que a situaçao se altere. Poderá nao ter resposta às suas cartas porque algo o impede? Questiona o amor vivido, não porque duvide do seu mas porque a dúvida se instala em relação ao ser que ama: será que ele a ama de igual forma?
Na última carta o tom é diferente, passando a tratar por você esse amor que não se conhece a identidade. Mostra-nos uma freira ainda sofredora mas arrependida, com remorsos por se ter entregue completamente a um amor que, sabe agora, não era recíproco e decidida a pôr um ponto final na sua dor. Refere troca de cartas que a fizeram perder as esperanças e consolidaram a ideia de traição.
"De si nada mais quero. Sou uma doida, passo o tempo a dizer a mesma coisa. É preciso deixá-lo e não pensar mais em si. Creio mesmo que não voltarei a escrever-lhe. Que obrigação tenho eu de lhe dar conta dos meus sentimentos?"
Não é possível ler estas cartas e não querer saber mais sobre esse amor entre uma freira e um homem do exército!
Terminado em 12 Julho 2024
Estrelas: 5*
Sinopse
Passados 300 anos da morte da freira portuguesa mais famosa de todos os tempos, uma nova edição anotada das cartas que lhe foram atribuídas e que se tornaram uma das histórias de amor impossível mais famosas da literatura ocidental. Publicadas originalmente em 1669, estas cinco cartas de uma freira portuguesa destinadas ao seu apaixonado, um oficial francês, tiveram grande impacto na literatura europeia da qual a França era a porta-estandarte. A investigação histórica que foi feita no decorrer de séculos e até aos nossos dias confirmou, por um lado, que a religiosa teria sido Mariana Alcoforado e, por outro, que o oficial francês seria o marquês de Chamilly, na época em Portugal com o contingente francês para apoiar as forças portuguesas que se opunham ao exército espanhol na luta pela Independência de Portugal. Mais tarde, a continuada investigação considerou mais provável que se tratasse de uma obra de ficção da autoria do editor original, mas inspirada em factos verídicos. A verdade é que a incerteza se mantém e os factos históricos coincidentes mais contribuem para adensar o mistério. Aquilo de que não se duvida é da influência cultural e literária da obra na literatura europeia. Com efeito, as Cartas foram adaptadas diversas vezes ao teatro e ao cinema e são uma referência na literatura europeia e nas belas-artes.. Esta edição que agora se publica, no tricentenário da morte de Mariana Alcoforado, é acompanhada por um Estudo Histórico que recapitula precisamente todo este percurso de investigação e o impacto cultural da obra ao longo dos tempos.
Cris
Acredito que seja um livro muito interessante de ler
ResponderEliminar.
Saudações poéticas e amigas.
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Também já tinha ouvido falar destas cartas, mas nunca as li.
ResponderEliminarEstou a ler As Novas Cartas e quando terminar pretendo ter As cartas. 🤗
ResponderEliminarTerminei As Cartas e As novas cartas Portuguesas, recomendo 🤗
ResponderEliminarTenho as Novas Cartas Portuguesas para ler há muito...
EliminarHá-de chegar o dia 🤗
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