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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

" Diário de Um Sem Abrigo" de Jorge Costa

Há livros que têm um mundo dentro. E há tanto a dizer sobre eles. E tanto a mudar, e tanto a fazer nas pessoas, em nós.

Este livro é um relato de quem viveu na rua durante quase um ano. Alguém que se viu, muito rapidamente sem emprego, sem ajudas, sem dinheiro para pagar o quarto onde vivia. Sem amigos. 

Um relato impressionante de como é ter pouco no bolso, sem sítio para guardar os pertences que ainda possui, sem saber o que o dia lhe vai trazer. E a noite. E o medo. E a fome. Um relato de alguém que soube representar, escrevendo, as dificuldades de quem vive na rua. Porque a vida lhe foi madrasta,  porque a empatia demorou a chegar. 

Deixou-me a pensar. Quantas vezes passei por alguém e não quis ver?

Jorge Costa já não se encontra entre nós. A doença levou-o quando tinha conseguido sair da rua. Deixou-nos o seu testemunho. É para ler!

Terminado em 26 de Julho de 2022

Estrelas: 6*

Sinopse

«Jorge Costa viveu o ser sem-abrigo com total e contundente independência crítica. Mesmo quando conheceu a experiência de uma casa, estilo quase “Housing First”, manteve sempre a ligação à rua, a vivência da rua, a memória da rua. Daí a força do presente testemunho. Distanciado, na análise lúcida do seu percurso, no meio de tantos outros, tão diversos. Capaz de avaliar as fragilidades, mas também a coragem cívica de lutar, até ao fim, por uma causa que sabia coletiva.» Presidente da Républica, Marcelo Rebelo de Sousa in Prefácio «Ao relatar a sua história, ele relatou a de tantos a quem viramos a cara quando nos cruzamos com eles. Talvez agora que o Jorge Costa já cá não está, ele tenha passado a existir não numa estrelinha a brilhar no céu – não há assim tanta utilidade para estrelinhas, pois não? - mas no olhar de todos os homens e todas as mulheres que vagueiam pelas ruas, ao frio, ao calor, à chuva, ao vento, sujeitos a violência, a fome, à crueldade de existir.» Nuno Markl

Cris

1 comentário:

  1. Um testemunho que nos sensibiliza, pois essa é a realidade de muitos. Abraço.

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