Gosta deste blog? Então siga-me...

Também estamos no Facebook e Twitter

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

"Almoço de Domingo" de José Luís Peixoto

As expectativas eram muito elevadas quando comecei esta leitura. O autor e quem ele retrata nesta obra, acrescentando as várias opiniões positivas que tinha como referência, faziam prever uma leitura espectacular. Embora tivesse gostado, ficou um pouco aquém do esperado. 

Gostei sobretudo das partes em que Peixoto coloca o discurso directo na voz de Rui Nabeiro, para quem ainda não saiba, o retratado nesta obra é dono dos tão famosos cafés Delta. Aí a intensidade da narrativa faz esquecer o sítio onde estamos e mergulhamos mais facilmente nas histórias interessantes e sui generis deste senhor com letra maiúscula. 

Paralelamente com a história da sua vida vai-se descortinando a História de um Portugal com uma população maioritariamente pobre que é prenúncio de vidas difíceis, muitas vezes vividas fora do país, onde se tenta sobreviver com mais dignidade. Viver, quem sabe. 

Várias gerações, vários estados da nação desde 1931 a 2021, desta e da vizinha Espanha, são descritos aqui com mestria. O esforço, a luta contra a pobreza, a determinação de um homem que queria viver melhor e ajudar a terra onde nasceu, fazem deste livro uma leitura muito aprazível. 

Terminado a 12 de Agosto de 2022

Estrelas: 4*

Sinopse

Um romance, uma biografia, uma leitura de Portugal e das várias gerações portuguesas entre 1931 e 2021. Tudo olhado a partir de uma geografia e de uma família.
Com este novo romance de José Luís Peixoto acompanhamos, entre 1931 e 2021, a biografia de um homem famoso que o leitor há de identificar — em paralelo com história do país durante esses anos. No Alentejo da raia, o contrabando é a resistência perante a pobreza, tal como é a metáfora das múltiplas e imprecisas fronteiras que rodeiam a existência e a literatura. Através dessa entrada, chega-se muito longe, sem nunca esquecer as origens. Num percurso de várias gerações, tocado pela Guerra Civil de Espanha, pelo 25 de abril, por figuras como Marcelo Caetano ou Mário Soares e Felipe González, este é também um romance sobre a idade, sobre a vida contra a morte, sobre o amor profundo e ancestral de uma família reunida, em torno do patriarca, no seu almoço de domingo. 

Cris

3 comentários: