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sexta-feira, 6 de maio de 2022

"Quando a Noite Cai" de Laurent Petitmangin

Queria verdadeiramente que este livro não tivesse terminado tão de repente. Bem sabia eu que faltava muito pouco (uma página apenas!), mas fui apanhada, mais uma vez, por esta técnica, o factor surpresa, que me deixou sem chão muitas vezes durante esta estória.

E digo "mais uma vez" porque o autor a utiliza diversas vezes durante o decorrer da trama. Passo a explicar: subitamente, quer no decorrer de uma frase quer na mudança de capítulo, a acção muda de repente. O sentido do que estávamos a ler altera-se profunda e drasticamente. Numa pequena frase, o contexto muda. Confesso que adorei isso. Disse várias vezes durante a leitura: "Ah, mas afinal ..."

Ainda não acredito que este livro seja a primeira obra deste autor! Está perfeito! É de uma sensibilidade extrema, de uma delicadeza e profundidade tal nos temas tratados, que nos conduz, literalmente, pelos caminhos do enredo conforme os seus desejos sem que possamos ousar querer outra coisa.

Muito intenso, revelador de sentimentos extremos por parte dos personagens, sobretudo do narrador, um pai, viúvo, que tenta criar dois filhos, dando-lhes o melhor que consegue e sabe. Entre o amor, a raiva, a cólera, a vergonha que este pai sente ao contar-nos os acontecimentos que marcaram as suas vidas, ele acaba por revelar os segredos mais profundos da sua família e revelar-se também. A dor, a perda, o amor envergonhado que une estes três seres, as provas que superam. 

Como pano de fundo "temos" uma França, não muito longínqua, onde militantes de partidos de extrema direita e de extrema esquerda chegam ao confronto físico.

Um livro tão pequeno mas que nos enche tanto! Recomendo sem reservas! Nada leva o leitor a esperar uma intensidade tão grande nesta narrativa, tanto mais que esta começa de mansinho, levemente.

Terminado em 27 de Abril de 2022

Estrelas: 6*

Sinopse

Esta é a história de um pai que perdeu a mulher e que dá o melhor de si para criar os seus dois filhos sozinho. Os anos passam e os rapazes crescem. Fazem as suas escolhas, aquilo que é importante para eles. Os homens em que se vão tornar. Agem como homens e, no entanto, continuam a ser crianças. Esta é uma história de família e de convicções, de escolhas e de sentimentos comprometidos. Um mergulho no coração de três homens. Num mundo que ressoa por vezes de tanto ódio e tanta incompreensão, como abraçar um filho que guarda dentro de si estes sentimentos?
Num primeiro romance deslumbrante, Laurent Petitmangin desfia com infinita sensibilidade e delicadeza a linha dos destinos destes homens em formação.

Cris

1 comentário:

  1. Não conhecia o livro. Obrigada pela partilha de um livro que deu tanto prazer em ler.

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