Toda a minha infância foi vivida na margem sul do Tejo e, sempre que os anos letivos terminavam, passava o verão no Algarve, na companhia dos meus avós e de um grupo de amigos que foi aumentando de ano para ano.
Se nos primeiros cinco anos de escolaridade não me considerava uma aluna aplicada e só queria brincadeira, isso mudou radicalmente assim que ingressei no 6º ano. A partir de então tornei-me uma aluna exemplar, daquelas que obtinha a nota máxima em todas as disciplinas. No entanto, não era considerada uma “marrona” que se isolava de tudo e de todos. Muito pelo contrário, sempre gostei de me socializar e vivia rodeada de amigos.
É uma pena que nos dias de hoje a infância antiga tenha ficado para trás, na qual grande parte da minha geração passava o tempo de lazer na rua a brincar, e que, no meu caso, consistia a apanhar lagartixas com o caule da planta caniço-de-água, a jogar à “mata” ou em apanhar girinos nas poças de água formadas pela chuva. Infelizmente, hoje em dia respiramos redes sociais e afastamo-nos cada vez mais do social táctil.
Na adolescência costumava escrever poesia, mas guardava-a para mim. Assim como decidi pintar, mas tirando um ou outro quadro que ainda guardo depressa apercebi-me de que não tinha a menor aptidão para tal. Lembro-me até hoje da sugestão de um professor de orientação escolar, o qual me aconselhou a seguir o mundo das artes. Sempre gostei de todo o tipo de arte (música, pintura, leitura, escultura). E, de certa forma, estas sempre me foram próximas. Já o meu falecido avô tocava bandolim e viola, e aos meus sete anos iniciei aulas de piano. Porém, ao fim de algum tempo, a professora de música sugeriu uma troca, aconselhando-me a tocar órgão, uma vez que eu passava as aulas deslumbrada ao ver outras alunas a tocar, apercebendo-me assim da imponência do som que aquele instrumento emanava e o qual se sobrepunha ao toque gentil do piano.
Desde muito cedo que a história do nosso país, e algumas das lendas que o adornam, desperta a minha atenção, ainda que na escola a disciplina de História fosse aquela que eu menos apreciava.
Pouco antes de iniciar a Licenciatura em Psicologia, área na qual me formei, cresceu em mim um desejo gigantesco por integrar-me num voluntariado além-fronteiras, podendo dessa forma ajudar causas humanitárias sem que fosse à distância. Até hoje mantenho esse sonho guardado. Ainda estive como voluntária no Hospital Garcia da Orta, e inclusive concorri a Medicina, mas acabei por ingressar em Psicologia, curso ao qual me dediquei com afinco. Como insaciável que sou no que toca a adquirir novos conhecimentos sobre áreas que gosto, decidi realizar 3 pós-graduações no âmbito da psicologia clínica, assim como realizei uma diversidade de cursos à noite enquanto trabalhava no setor de recursos humanos de dia. Aprendi linguagem gestual, realizei um curso de auxiliar de fisioterapia e massagens, outro de primeiros socorros e, até de auxiliar de veterinária. Na verdade, a minha paixão era a constante aprendizagem, cujos conhecimentos estavam sempre relacionados com o espírito de ajuda ao próximo.
Outra das minhas paixões é viajar e conhecer novas culturas. Mas depois de ser mãe as prioridades mudaram. Hoje sou uma mulher mais reservada e até menos aventureira. Zelo muito as minhas amizades, atribuindo maior importância à qualidade do que à quantidade.Por ser uma leitora voraz, tento incutir nos meus filhos hábitos de leitura desde cedo.
O meu primeiro livro, Prisioneira do Tempo, surgiu de uma característica que muito me identifica, o ser autodidata. Foi assim que iniciei uma busca contínua sobre parte da História de Portugal, mais concretamente do século XIX. Apesar de ser uma leitora assídua, estou ciente do quanto os hábitos de leitura têm vindo a diminuir, sendo estes inversamente proporcionais ao crescimento do uso de plataformas de streaming (como a Netflix, HBO). Como tal, após ter concorrido a um concurso para uma dessas plataformas, decidi reunir toda a pesquisa realizada e arriscar na publicação de um livro. A minha intenção foi explorar parte da história do nosso país, levando o leitor a conhecer acontecimentos que decorreram no Brasil e que tiveram por lá maior impacto do que aqui, o que justifica a razão pela qual muitos de nós os desconhecemos. E para que a leitura fosse mais leve e apelativa, fiz questão de que este livro não abordasse apenas factos históricos e personagens verídicas, mas também contivesse personagens ficcionais e um romance fictício. É primordial conhecermos melhor a história do nosso país, ainda para mais sendo esta tão vasta e rica, que tanto teve de conquistas como controvérsias.
Patrícia Madeira, autora do livro Prisioneira do Tempo (Livro 1 – Recife)
Gostei muito da estória de vida da autora (Patrícia Madeira) do livro. Uma mulher audaz, estudante de elevada estrutura cultural, psicóloga ( só eu sei o que gosto de psicologia, lol), entre outros cursos que elogio.
ResponderEliminarAcredito que seja um livro muito interessante de ler
Pergunto: Este livro não faz parte do passatempo que está a decorrer. Certo?
Um domingo feliz
Não Ricardo, não faz. Há seis passatempos a decorrer, sete livros para oferecer!
EliminarOlá Chris
EliminarObrigado pela simpatia. Fiquei esclarecido.
Cumprimentos
Já tinha ouvido uma opinião sobre este livro e tinha ficado curiosa com a sua leitura. Agora fiquei ainda mais. Obrigada e parabéns.
ResponderEliminarMuito, muito curiosa.
ResponderEliminarSendo a autora uma pessoa curiosa relativamente ao mundo que a rodeia, creio que essa característica se reflectirá no seu livro. Fiquei com vontade de o ler.
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