Tive de ler este livro num só dia. Aviso: quem pegar nele vai sentir o mesmo. Por isso escolham um dia em que nāo tenham que trabalhar ou estudar. Vāo precisar de algumas horas, poucas, para nāo interomperem a leitura.
Quem foi Emma Reyes? Nunca tinha ouvido falar dela e, no entanto, depois de ter lido a sinopse fiquei apaixonada pela sua vida, imaginando como teria sido fabuloso se, para além destas cartas que podemos ler dirigidas a uma amigo, onde conta a sua infância e adolescência, pudéssemos ler, pelas suas próprias palavras, o que lhe aconteceu após ter saído da instituiçāo religiosa, de onde fugiu.
É através de 23 cartas, que Emma conta, aos 50 anos, o que se lembra da sua infância. Fome, maus tratos, abandono, sem seque saber quem eram seus pais, sem ter aprendido a ler nem a escrever, ela foi uma força que a natureza colocou na terra. Na sua descriçāo, conta o que viveu, como se estivesse a reviver esses momentos, como se a menina que foi um dia, ainda estivesse viva.
Depois da leitura das suas cartas ficamos a saber um pouco, do que foi a sua vida. Da pintora que se tornou, do ciclo de amigos famosos que reuniu a sua volta, dos países onde viveu, da extraordinária vida que continuou a ter, de como superou as adversidades que a vida lhe foi colocando sempre. Como seria bom poder ler esse relato através da sua poderosa escrita! Emma faleceu em Bordéus em 2003, com 84 anos.
Pintou nāo a óleo mas a lágrimas, como alguém disse. A sua vida extraordinária superou a sua pintura, pese embora muitos tenham pena que assim tivesse sido. A maioria dos seus quados podem ser vistos em Málaga, na Fundaçāo Vivo Otero Herrera, um sítio que pretendo visitar.
Este livro deve ser lido! Recomendo vivamente!
Terminado em 28 de Outubro de 2017
Estrelas: 6*
Sinopse
Uma extraordinária história de vida num relato luminoso e sem qualquer tipo de sentimentalismo. Em 1969, a pintora Emma Reyes mandou a um amigo historiador, Germán Arciniegas, a primeira de 23 cartas em que revelava as duras circunstâncias da sua infância. O amigo ficou emocionado com as dolorosas memórias da artista e mostrou-as a Gabriel García Marquez, que incentivou Emma Reyes a continuar a escrevê-las. As cartas foram sendo escritas e enviadas a Arciniegas até 1997, que tivera também, entretanto, autorização da autora para as publicar após a morte desta. "O Livro de Emma Reyes", que apareceu pela primeira vez na Colômbia em 2012, tornou-se de imediato um clássico. O testemunho – que vai dos primeiros anos até à idade adulta – apaixonou os leitores pelas suas beleza e coragem, embora contasse a história de uma trágica infância e juventude.
Cris
Vi a referência a este livro no blogue "Da Literatura". Não conhecia a pintora, mas fiquei curiosa. Comprei e estou a gostar imenso.
ResponderEliminarBom feriado:)
Gostei verdadeiramente desta leitura, Isabel!
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