Já me tenho deparado com histórias de vida tão fantásticas e tão intensas que parecem saídas da imaginação de alguém. Imaginem então:
Um país onde o que é ensinado na escola baseia-se em factos construidos para sublimar as qualidades quase angelicais de alguém que governa o país. Onde a informação que chega às pessoas sobre o mundo e o que se passa nele é quase nula e a História é deturpada para fazerem crer que o país onde se vive é o melhor. Onde a fome grassa e o suborno impera. Onde o medo de "desaparecer" caso se faça algo proibido é muito, o medo de ser denunciado por algo é tanto que todos usam máscaras de satisfação e contentamento por se viver num paraíso. Fugir dali seria uma opção se se pensasse que os países em redor viveriam melhor e a tentativa de fuga valeria correr o risco da pena a cumprir: a prisão em campos de concentração, espancamentos e muito provavelmente o enforcamento.
E quando, através de pequenas coisas, nos apercebemos que talvez as coisas não fossem bem assim, e gostariamos muito de espreitar o país vizinho que está ali à distãncia de poucos metros e depois voltar ao fim de algumas horas, o ideal é, em segredo, subornar os guardas que impedem a passagem para a outra margem de um rio gelado.
Imaginem que não conseguem voltar. Já não podem porque serão apanhados e presos. E com vocês toda a vossa familia que ficou.
Imaginem... Esperem! O pior é que toda esta história não é fruto da imaginacão da autora e sim a sua vida. A sua fuga da Coreia do Norte para a China. O seu medo de ser apanhada e ser repatriada. A sua ida para a Coreia do Sul. Tinha 17 anos quando fugiu, passaram mais de dez quando finalmente chegou a bom porto. Mas e se quisesse ir buscar a mãe à sua terra natal?
Um livro que devem ler. De verdade.
Terminado em 26 de Janeiro de 2016
Estrelas: 6*
Sinopse
História de uma refugiada da Coreia do Norte.
Relato da vida de Hyeonseo na Coreia do Norte, da sua fuga e da coragem que demonstrou, enquanto adolescente solitária e vulnerável, para levar por diante a sua vida na China. Doze anos e duas vidas depois, regressou à fronteira da Coreia do Norte, decidida a empreender a arriscada missão de levar a mãe e o irmão para a Coreia do Sul, numa jornada árdua, difícil e tão perigosa quanto se possa imaginar.
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