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quarta-feira, 27 de março de 2013

A convidada escolhe... Trilogia Asas de Glória de Sarah Sundin


Falta-me ler este terceiro livro. Tal como a Fernanda gosto de esperar pela saída do último da trilogia para ler todos de seguida, mas não consegui esperar nem conter a minha curiosidade e li os dois primeiros... (Cris)

Desta vez não vou dar a minha opinião sobre um livro em particular, mas sim sobre toda a trilogia.

Quando sei que uma história faz parte de um conjunto gosto de ter todos os livros que a compõem para os ler de seguida e não perder “o fio à meada”. Foi o caso, esperei pela saída de “Nas Asas do Amanhã” para ler também “Nas Asas do Amor” e “Nas Asas da Memória”.

De alguma forma os livros poderiam ter sido lidos de forma independente, não é uma trilogia típica e sequencial na história, porém é-o na História. É, no entanto, interessante acompanhar o crescimento destes três irmãos, e a guerra desde 1942 até ao fim ao longo dos livros e as referências entre livros, embora escassas não deixam de fazer a ligação.

Sou fã de romances sobre a II Guerra e, por estranho que possa parecer, acho que nunca tinha lido sobre a visão do lado de lá do Atlântico e menos ainda sobre o impacto da guerra no dia-a-dia dos norte-americanos.

Este romance despertou-me, por isso, ainda mais a curiosidade.

De facto, o que encontrei foram três romances com “pequenos” apontamentos da história da guerra. Porém, é muito interessante conhecer a vida a bordo dos B-17 e a sua orgânica, várias vezes descrita, bem como a evolução dos aviões e, consequentemente, da participação da Força Aérea Americana na II Guerra.

Cada um destes volumes traz-nos diferentes aspectos e visões da época, e mesmo por trás do romance está a descrição de usos e costumes feita de forma muito interessante porque nos leva a viver a época.

O esforço de guerra, transversal aos três livros, manifesto na participação das mulheres, desde a sua saída de casa para integrar a Cruz Vermelha e o apoio aos soldados feridos até à constituição do Army Nurse Corps, e a sua evolução para o mundo do trabalho dá-nos o tom para as diferentes histórias.

O poder dos pais e a filha que se rebela sendo deserdada, a pobreza e a culpa de um passado que persegue, a violência doméstica, a construção e destruição de sonhos pelos ferimentos graves, a política e as carreiras, despenhar-se em território inimigo, são temas que percorrem as páginas e nos fazem sentir indignação, incredulidade, raiva, a vontade de alterar as histórias e isso é algo que adorei nestes livros – sentir-me por dentro da narrativa… E sempre o sobressalto, apenas tranquilizado pelo facto de sabermos duas coisas… este é um romance (em princípio tudo acaba sempre em bem) e conhecemos o desfecho da História.

Mas o mais transversal dos temas, aquele que leva à superação de todas as questões, o verdadeiro fio condutor da história, é a Fé, que move montanhas e fomenta desafios.

Várias vezes, nos agradecimentos, a autora refere o apoio de diversas organizações cristãs de escritores. Conseguimos sentir a sua fé de forma viva e lactente em todas as linhas.

A história centra-se na vida de três irmãos, filhos de um pastor, que vão viver a guerra à luz da sua fé, da sua educação, dos seus valores e princípios, dando-nos uma perspectiva diferente por terem personalidades diferentes.

Mais do que um romance sobre a guerra, sobre o quotidiano em tempo de guerra, esta é uma
história sobre o impacto e a importância da fé em todos os momentos da vida.

Recheado de pormenores e factos históricos pesquisados, este é um romance vivo que mexeu comigo e me fez ler os três livros vorazmente e que me deixou aquele amargo de querer mais… que pena a família Novak só ter três filhos!!

Uma autora a seguir, sem dúvida, de uma simpatia e simplicidade inusitadas, que nos conta do nascimento do avô no Brasil (em carta especial para os leitores portugueses) e que fomenta o diálogo com os leitores, manifestando especial carinho pelos portugueses. Uma leitora que nos responde online e “fala” connosco com uma enorme ternura, como tive oportunidade de experimentar.

Recomento muito vivamente esta leitura, mesmo para quem terá, à partida, alguma relutância face à presença das manifestações de fé. Abertura de espírito é característica do bom leitor.

Não posso deixar de referir algo que não costumo mencionar… adorei as capas e a recriação da época, que transmitem.

Fernanda Palmeira

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