Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 160
Editor: Porto Editora
ISBN: 978-972-0-04090-9
Idioma: Português
De leitura rápida, porque pequeno em tamanho e em nº de páginas, foi com um gosto crescente que me fui imiscuindo nestas viagens que o narrador, jovem chileno, vai fazendo durante a sua vida. Algumas dessas viagens deixam transparecer as histórias de vida de Luis Sepúlveda.
Por vezes perdemos um pouco a ligação de uma história para a outra mas nada que não seja ultrapassado aquando da leitura final. Viajamos desde a prisão chilena de Temuco (com os horrores dos interrogatórios e o "convívio" entre os presos políticos, um verdadeiro corpo docente que dava "aulas", entre si, de diversas disciplinas ) até à Argentina, à Bolívia, ao Panamá, ao Equador, à Patagónia...
São pequenas histórias, tanto do narrador como de alguns amigos, por vezes hilariantes, por vezes trágicas. Como pano de fundo, a ditadura chilena de 1973.
Foi como se fizéssemos uma viagem pelo "Patagónia Express", comboio mítico quepercorria as terras da Patagónia e que já não existe, mas dentro da vida de um exilado político, desde os tempos de criança com seu avô, passando pelo seu exílio, até ao reencontro com as suas origens...
Terminado em 12 de Fevereiro de 2011
Estrelas: 4*
Sinopse
Homenagem a um comboio que já não existe, mas que continua a viajar na memória dos homens e mulheres da Patagónia, estes «apontamentos de viagem» - como lhes chamou Luis Sepúlveda - tornaram-se um dos livros de referência do grande autor chileno.
Desde os seus primeiros passos na militância política, que o levaram à prisão e depois ao exílio em diferentes países da América do Sul, até ao reencontro feliz, anos depois, com a Patagónia e a Terra do Fogo, é uma longa viagem (e uma longa memória) aquela que Luis Sepúlveda nos propõe neste seu livro.
Ao longo dele, confrontamo-nos com uma extensa galeria de personagens inesquecíveis e com um conjunto de histórias magníficas, daquelas que só um grande escritor é capaz de arrancar aos labirintos da vida.
Um pouco sobre Luis Sepúlveda
É um romancista, realizador, roteirista, jornalista e activista político chileno.
Em 1969 vence o “Prémio Casa das Américas” pelo seu primeiro livro Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria cinco meses na capital soviética, pois foi expulso da universidade por “atentado à moral proletária”, causado, segundo a versão oficial, por Luís Sepúlveda manter contactos com alguns dissidentes soviéticos.
De regresso ao Chile é expulso da Juventude Comunista, adere ao Partido Socialista Chileno e torna-se membro da guarda pessoal do presidente Salvador Allende. No golpe militar do dia 11 de Setembro de 1973, que levou ao poder o ditador general Augusto Pinochet, Luís Sepúlveda encontrava-se no Palácio de La Moneda a fazer guarda ao Presidente Allende. Membro activo da Unidade Popular chilena nos anos 70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet.
Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Sepúlveda era, na altura, amigo de Chico Mendes, herói da defesa da Amazónia. Dedicou a Chico Mendes O Velho que Lia Romances de Amor, o seu maior sucesso.
Perspicaz narrador de viagens e aventureiro nos confins do mundo, Sepúlveda concilia com sucesso o gosto pela descrição de lugares sugestivos e paisagens irreais com o desejo de contar histórias sobre o homem, através da sua experiência, dos seus sonhos, das suas esperanças.
(retirado da Wikipedia)
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