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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

"Morte na Pérsia" de Annemarie Schwarzenbach

Falaram-me desta autora e a minha curiosidade levou a melhor, tanto mais
que tinha cá este livro à espera de vez! A nota biográfica, que vem no final do livro, transporta-nos para uma vida fantástica e muito atribulada para quem viveu no início do séc. XX (nasceu em 1908, em Zurique) e morreu tão jovem, apenas com 35 anos. Filha de uma próspera família, viveu em Berlim. Era alguém que desde cedo contestou os padrões da época e que conheceu mundo com as viagens que realizou.

O tom desta obra é intimista, criando uma proximidade com o leitor. Creio que tem de ser lido tendo sempre em perspectiva a época em que foi escrito e o quão revolucionária foi a sua visão do mundo. Gostava muito de ler uma sua biografia. Ativista, lutou contra o nazismo e tentou criar forma de viver a sua identidade homossexual numa época em que, como sabemos, isso não era possível. As muitas viagens que fez pelo mundo levaram-na a escrever sobre elas e o que via e sentia.

“Mas estará votado à indiferença tudo o que empreendemos, mesmo quando empenhamos todas as nossas forças e vivemos a nossa vida até ao fim sem cair no desespero? A fuga, as tentativas de escapar, os passos errantes que me trouxeram até aqui, ao limite mais extremo, não será tudo isso falso? Se tivesse resistido à doença e ao medo, teria uma vida melhor e mais corajosa? Serei alguma vez chamada a prestar contas, apenas porque não enfrentei o desespero atormentado e sem nome?” pág 139

Embora, como referi, gostasse muito de ler algo sobre ela, a sua escrita não me apaixonou sobremaneira. No entanto, fica aqui a dica.


Terminado em 7 de Setembro de 2024

Estrelas: 3*

Sinopse

«"Morte na Pérsia", livro escrito na primeira metade dos anos 30 mas que se manteria inédito até 1995, é um relato de viagens como nenhum outro. Annemarie parte para tentar escapar à ascensão alarmante do nazismo na Europa mas também à família, à infelicidade amorosa e à sua própria depressão. Empreende assim uma viagem em que se depara com a impossibilidade radical de fugir de si mesma. As paisagens persas adquirem as tonalidades da melancolia e da angústia da escritora. É esta viagem, simultaneamente por estrada e pelos atalhos mais recônditos da alma humana, que faz de "Morte na Pérsia" um livro comovente.»
Carlos Vaz Marques

Cris

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