É ficção pelo que as personagens que nele surgem não existiram mas relata uma realidade passada no séc. XIX, 1834, maioritariamente na Ilha de Barbados. Mesmo após o fim da escravatura, os escravos ficariam a servir como aprendizes durante seis anos para o mesmo senhor. Ou seja, continuariam escravos, com as mesmas condições (ou falta delas!).
Para Rachel, a protagonista desta história, foi a gota de água. O seu pensamento permaneceu sempre com as cinco crianças que lhe foram tiradas e das quais nada sabia. A sua fuga para Bridgetown, que depois a levou para outros sítios, em busca dos filhos é um caminho que percorremos com ela, partilhando os seus medos de ser descoberta, as suas alegrias e tristezas ao saber dos seus destinos. Fica-se preso às palavras da autora que tão bem soube traduzir esses sentimentos e passá-los para o leitor.
Não é difícil imaginar situações semelhantes que terão ocorrido nessa época nem tampouco extrapolar para outros relatos que conhecemos. As dificuldades dos ex-escravos não acabaram com o fim da escravatura e o racismo, infelizmente, nos dias de hoje ainda mostra os seus dentes.
Gostei e recomento muitíssimo esta leitura que se faz num ápice pese embora as suas 300 páginas. Nada em demasia, sem tempos mortos, um livro perfeito para quem gostar desta temática.
Terminado em 15 de Setembro de 2024
Estrelas: 6*
Sinopse
«É isto a liberdade?», pergunta-se Rachel enquanto corre por uma floresta mergulhada na escuridão.
Aterrorizada e exausta, foge da plantação onde passou toda a vida, do trabalho exaustivo e de um patrão brutal.
O mesmo que, naquela manhã de 1834, anunciou o fim da escravatura para depois acrescentar que todos teriam de servir como aprendizes durante seis anos ao abrigo da Lei da Emancipação.
Um escárnio cruel.
Foi então que algo em Rachel estalou.
Porque dentro dela há cinco rostos que o tempo não pôde apagar: os das crianças que lhe foram arrancadas, empurradas para um destino que ignora.
Estarão vivas? Serão escravas como ela? Se os encontrasse, reconhecê-la-iam? Encontrar os filhos torna- se a verdadeira liberdade.
A viagem é difícil, o caminho longo e perigoso, as informações não são de fiar, tal como as pessoas que lhe oferecem ajuda.
No entanto, ela continuará até que as histórias dos filhos – como as águas de um rio – se fundam com a sua, para criar uma história maior, a de uma família.
Só então, e pela primeira vez, será livre.
Dos campos de Barbados ao movimentado mercado de Bridgetown, da Guiana Britânica às florestas de Trindade, nestas páginas desenrola-se uma viagem de esperança, um hino à força do sangue e ao amor infinito de uma mãe.
Cris
Infelizmente, embora encapotada, ainda existe escravatura em muitos países.
ResponderEliminarAcredito que seja um livro muito interessante e bonito de ler.
Feliz fim de semana
Fiquei com muita vontade de ler este livro. Bom fim de semana :)
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