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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

"Gente Pobre" de Fiódor Dostoiévski

Queria gostar muito deste livro mas estive sempre a lê-lo com uma sensação de irritação constante. Teria sido pela forma em como Dostoiévski escreve? Pela caracterização das personagens? Por senti-lo datado, fruto de uma época (escrito em 1846) e não me saber distanciar convenientemente? Algo me irritou mas não sei definir com clareza pelo que irei ler outro livro deste autor para tentar perceber se as sensações se mantêm.

Este é um romance epistolar pelo que todo ele se centra nas cartas trocadas entre um funcionário já entradote na idade e uma jovem costureira, ambos muito pobres. Da parte dele sente-se nas palavras que lhe dirige, amor e paixão, com um tom paternalista que não me seduziu. Da parte deda, uma amizade, o sentir que se encontra só, sem amigos e só ele é quem lhe dá atenção. Amor desesperado, sem futuro, desgraças umas atrás das outras que ora aproximam, ora afastam estas duas personagens.

O ambiente social no bairro de São Petersburgo é muito bem descrito e a leitura, para além do tom crescente de irritabilidade que me fez sentir, flui bem nas suas poucas páginas.

Veremos o que Dosto me fará sentir num próximo livro...

Terminado em 12 de 1Agosto de 2024

Estrelas: 4*

Sinopse
Romance epistolar, Gente Pobre marca a estreia de Dostoiévski na literatura, em 1846 -­ quando o autor tinha apenas 25 anos -­ ­­, e estabelece desde logo os fundamentos para uma abordagem social, psicológica e profundamente corrosiva da compreensão humana.

O autor transporta-nos para um dos bairros mais miseráveis de São Petersburgo, onde um funcionário de meia-idade troca correspondência com uma jovem costureira. Demasiado pobres para se casarem, o seu amor passa todo e apenas por cartas mantidas ao longo do tempo, que reflectem a cruel realidade do quotidiano num ambiente de extrema precariedade.

A análise pormenorizada das personagens e das suas convicções, enquadradas por um pano de fundo de crítica subtil, ganha em Dostoiévski uma força e um poder imagéticos que extravasam as páginas dos seus livros. Genialmente construído com um mínimo de descrição, este é um romance que obriga o leitor a reinventar tudo aquilo não é dito.

Cris

2 comentários:

  1. Livro que eu muito gostava de ler.
    .
    Votos de um Feliz fim de semana.
    .

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  2. Ainda não li nada do autor, apesar de ter 3 livros dele em casa ("O Sonho dum Homem Ridículo"; "Coração Débil" e "A Voz Subterrânea".

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