Este livro foi-me emprestado por uma amiga com a indicação de que ia gostar.
Não entrei nele à primeira, embora a fórmula adotada pelo autor me agradasse bastante. Gostei muito do discurso corrido, de como são apresentados os diálogos entre as personagens, das mudanças de interlocutor sem aviso prévio, mas escritas de uma forma clara que permite ao leitor saber quem diz o quê.
Camila é a personagem e tudo gira à sua volta. O seu discurso sem freios na língua chega a ser cómico, o seu passado é revelado aos poucos e a sua vida está cheia de imprevistos. O amor surge na pessoa de Miguel, um professor universitário, que a surpreende e do qual não se acha digna. Camila é mulher a dias, faz o que lhe aparece e o seu trabalho é precário.
O final é inesperado. Aposto tudo o que quiserem em como não o vão descobrir! Gostei disso.
Escrita muito sui generis, a trama também.
Terminado em 4 de Setembro de 2023
Estrelas: 5*
Sinopse
Uma mulher de 40 anos, que ninguém lhos dava, vive cuidando de pessoas velhas com ou sem Alzheimer. Num incêndio florestal insurge-se com Miguel que acha o incêndio lindo. E assim se conheceram.
Caminharam rua abaixo a discutir o incêndio. Comeram orelha de porco e beberam vinho da cor do sangue na única taberna da aldeia. Não mais se largaram.
Camila preferia enrolar cigarros do que os comprar já enrolados.
Também havia um gato e as loucuras dela por causa do gato. Dizia “meu” e “foda-se” por tudo e por nada. Ambos tinham, contudo, um gosto comum. Gostavam de escritores argentinos. Ela de Alejandra Pizarnik, ele de Jorge Luis Borges. Entre os dois uma história improvável de amor acontece.
Finalmente, havia Ana. Antes de Camila.
Antes de Camila havia um lobo mau que se alimentava da dor que infligia a Ana.
Chegou Camila e o lobo mau foi-se tornando no lobinho das estepes. Porque se transformou?
Um psiquiatra, impiedosamente, explicou-lhe a causa da transformação.
Cris
Não conhecia o livro nem o autor. Obrigada pela partilha.
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