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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

"Sami, O Rapaz que sobreviveu a Auschwitz" de Walter Veltroni

Por coincidência o livro anterior que li tinha um prefácio de Samuel (Sami) Modiano. Ainda é vivo, a caminho dos 93 anos. Olhando para a foto de Sami com o autor, que se encontra na badana do livro, fez-me pensar que qualquer dia não haverá sobreviventes desse pesadelo, que estejam vivos. Se já agora há gente maluca que nega que o holocausto existiu, então...

Bom, este é supostamente um livro dirigido a um público juvenil. Será sim. Mas, na minha leitura, esqueci-me muito rapidamente disso. O facto de ser contado na primeira pessoa, os factos fortíssimos narrados, tudo faz com que nos sintamos lá . É forte e é duro.

Sami vivia na Ilha de Rodes, na actual Grécia, era uma menino feliz. Começou tudo quando um dia é impedido de entrar na escola. Era judeu. Descreve as dificuldades sentidas e que pioravam de dia para dia. A lista do que não era permitido fazer é longa, sem sentido e impossibilita uma vida normal. A fome começa a fazer-se sentir. 

Aos 14 é deportado, juntamente com seu pai e irmã, para Auschwitz. Estava-se em Agosto de 1944 e permaneceu lá até Janeiro de 45, aquando da libertação do campo. Também depois a sua vida não foi fácil. Trabalhos forçados para os russos, ida mais tarde para o Congo, onde fez fortuna e a perdeu também. 

Mas os meses em Auschwitz são marcados pela fome, medo, trabalhos forçados, doença e também sorte. Um relato deveras impressionante. Foi o único sobrevivente da sua família.  

Mais um que é obrigatório ler! 

Terminado em 23 de Janeiro de 2023

Estrelas: 6*

Sinopse

Aos 8 anos, Sami (diminutivo de Samuel) foi expulso da escola por ser judeu. Com apenas 14 anos foi deportado da ilha de Rodes, na atual Grécia, para Auschwitz-Birkenau, na Polónia, juntamente com o pai e a irmã. Chegaram em agosto de 1944 e em janeiro de 1945 os campos foram libertados. Sami foi o único da família que sobreviveu. Dedicou a maior parte da sua vida de adulto a divulgar o que se passou e como tem sobrevivido a essa experiência. Em 2005, Sami regressou a Birkenau, com um grupo de alunos italianos e acompanhado por Walter Veltroni. Em 2018, o autor percebeu a importância de fazer chegar este testemunho ao público jovem. Escreveu o livro em discurso direto, como se fosse o próprio Samuel, numa conversa com os leitores.

O livro, numa edição traduzida com o apoio do Centro para o Livro e a Leitura do Ministério da Cultura italiano, inclui fotos da família de Samuel, do próprio e do seu regresso a Birkenau. Nas palavras de Samuel Modiano: «Para que ninguém esqueça. Para que os erros do passado não se repitam.»

Cris

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