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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

"70072, A Menina Que Não Sabia Odiar" de Lidia Maksymowicz e Paolo Rodari

Eu sei que talvez não devesse começar por aqui mas é mais forte que eu. Não gosto da capa nem sequer do título. A capa não representa, de todo, o conteúdo. O título, embora perceba a razão, também não me agrada. 

Posto isto avancemos nas considerações do que penso ser um livro que deveria ser lido por todos. POR TODOS. Podia ficar por aqui porque nem consigo descrever o que senti ao ler este testemunho real do que foi uma vida marcada pelos treze meses que viveu em Birkenau. 

Este livro foi escrito a duas mãos. Paolo deu voz ao testemunho de Lidia, Luda como sua mãe a tratava, e narra na primeira pessoa. Luda é bielurussa, tinha 3 anos quando a sua mãe, irmão e avós foram apanhados pelos nazis. Faziam parte da Resistência e andavam fugidos e escondidos nas florestas do seu país. O pai tinha já sido chamado a combater do lado Russo. Não eram judeus mas tiveram idêntico tratamento. 

As suas lembranças desses tempos são um misto de flashes que lhe surgem juntamente com os testemunhos de pessoas, antes e depois de sair do campo de concentração, de seus pais, biológicos e adoptivos.

Não é apenas um relato desses meses. Foi o antes, o durante e toda uma vida, vivida em Oświęcim, a povoação onde foi criada e que conhecemos por Auschwitz. A procura da mãe durante anos, de quem foi separada quando da libertação do campo. 

Um testemunho impressionante a ler, com prefácio do Papa Francisco e de Sami Modiano, outro sobrevivente, cujo livro também já li este ano e de que falarei a seguir. Obrigatório ler.

O texto é complementado por fotos da autora e família.

Terminado em 21 de Janeiro de 2023

Estrelas: 6*

Sinopse

Lidia Maksymowicz tinha três anos quando, em dezembro de 1943, entrou com a mãe no campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, onde foi marcada com o n.º 70072. Durante treze meses, sobreviveu àquele inferno como uma das pequenas cobaias de Josef Mengele, conhecido como «o Anjo da Morte».

Em janeiro de 1945, após a libertação, sai de Auschwitz na companhia de uma mulher polaca, que decidiu adotar um dos «órfãos» deixados num local repleto de cadáveres.

É na casa desta mulher que Lidia vive e cresce. No entanto, a pequena sobrevivente não esquece o seu nome nem a mãe biológica: não deixa de acreditar que a mãe está viva, nem de a procurar. E, de forma quase miraculosa, as duas irão reencontrar-se, dezassete anos depois.

Do campo de concentração, Lidia recorda-se do silêncio necessário para sobreviver, sem poder sequer permitir-se uma emoção. Hoje, volvidos quase oitenta anos da sua prisão, dedica-se a preservar a memória do Holocausto, testemunhando «o que foi o Mal e que o Bem pode sempre prevalecer».

Cris

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