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sexta-feira, 10 de junho de 2022

"O Neto do Homem Mais Sábio" de Tomás Guerrero (GN)

Este ano vou ler mais algumas obras de Saramago. Só li "O Ensaio Sobre a Cegueira", que adorei, mas as minhas tentativas de ler mais alguma coisa dele não surtiram efeito. Aconselharam-me o Claraboia e queria ainda este mês começá-lo.

Fiquei maravilhada com esta graphic novel.  Com prefácio de Valter Hugo Mãe, esta obra merece todo o reconhecimento que lhe puderem dar. Introduz-nos à vida e obra de Saramago de uma forma cheia de imaginação e bom gosto. Pouco sabia da vida deste Nobel e, desta forma tão original, fiquei a par dos aspectos mais relevantes da vida de Saramago.

É numa conversa entre José Meirinho, avô do escritor, com um heterónimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis (também personagem do seu livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis") que somos postos ao corrente dos aspectos da vida do escritor. 

As ilustrações são quase todas monocromáticas excepto nalguns apontamentos, como por exemplo, nas capas das obras de Saramago em que uma cor forte foi escolhida. E são belas porque nos obrigam a olhar para os múltiplos detalhes que contêm.

Uma obra para reler pois o olhar será outro certamente. Mais completo, mais atento. Mais pormenores apanharei de certeza porque os traços de Tomás Guerrero contêm múltiplos detalhes, enchendo as páginas muitas vezes por completo, deixando para segundo plano a palavra/escrita/conversa entre o avô de Saramago e Ricardo Reis. Avô esse que, para o escritor, era tão somente um sábio que não sabia ler nem escrever! Daí o título.

Terminado em 2 de Junho de 2022

Estrelas: 6*

Sinopse

“O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever”. Assim iniciava José Saramago o seu discurso diante da Academia Sueca, por ocasião da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, em 1998, referindo-se ao seu avô, Jerónimo Melrinho.

E é precisamente o avô Jerónimo quem, em conversa com Ricardo Reis, o heterónimo do poeta Fernando Pessoa que Saramago converteu em personagem no romance “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, guia o leitor pela vida e a obra de Saramago, desde a infância na Azinhaga do Ribatejo até aos seus últimos dias na ilha de Lanzarote.

Uma viagem tão bem documentada como fascinante, que é também uma bela homenagem à literatura portuguesa, através de dois dos seus maiores nomes: Pessoa e Saramago.

“Soube sempre que me comoveria uma e outra vez com Saramago para o resto da vida. Assim, agora. De modo surpreendente, através de um livro que, não sendo imediatamente dele, mo traz numa lisura admirável. (...)

Tomás Guerrero expõe-no porque o entendeu. Este livro é brilhante. É íntimo, delicado, brilhante. Com ele, Saramago continua a nascer.” 

Cris

2 comentários:

  1. Nunca li nada de Saramago. Há quem goste de alguns dos seus livros e de outros nem tanto. De qualquer forma, este livro parece interessante para ficarmos a saber mais sobre a sua vida.

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