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domingo, 4 de fevereiro de 2018

Ao Domingo com... Mário Silva Carvalho


Nasci em casa dos meus avós maternos, num dia quente de Agosto, quando a Europa ainda armazenava os arsenais da Segunda Grande Guerra, erguia cortinas de ferro e de betão.
      Fui um menino curioso e feliz, orgulhoso de saber encarreirar todos os reis de Portugal, os cognomes e principais feitos. Conhecer de cor e salteado a designação e altitude das serras portuguesas desde o Gerês ao Monte Ramelau em Timor. Descrever os nossos grandes rios sem esquecer os mais modestos afluentes. Capaz de recitar as estações e apeadeiros de todas linhas ferroviárias.
      Andava pelos onze anos quando iniciei a minha peregrinação diária a caminho do Liceu Normal D. João III. Tomava a automotora das 07h.29m na estação ferroviária da Pampilhosa e alguns minutos depois, cercado de outros companheiros, chegávamos em algazarra à estação de Coimbra. Quando a chuva nos fazia companhia despedia-me com tristeza de oito tostões: o custo da viagem no eléctrico. Felizmente o tempo em muitas jornadas ajudava e em menos de meia hora trepava ligeiro pelas ruas e jardins da cidade, respaldado com outros rapazotes, entrava a tempo na portaria da grande escola. Aforrava, com a ajuda das pernas, os tostões para na tarde de domingo ir ao cinema.
Pois… Depois…
      Cresci, fiz-me homem, cursei História, na Universidade de Coimbra, estive na Guerra Colonial, casei, pai apaixonado de duas meninas e trabalhei por muitos e bons anos.
      Por todo o tempo acarretei um sonho: - Escrever um livro.
      Quando dobrei o longo cabo dos 65 anos, finalmente, desenhei o esboço da quimera guardada desde rapazinho.
Em 2012 terminei o DIÁRIO DE UM CARBONÁRIO (publicado em 2014) contemplado com o Prémio Literário João Gaspar Simões. Em Janeiro de 2016 chegou às livrarias a TOMADA DE MADRID. Entretanto coleccionei menções honrosas e prémios nos Contos que fui escrevendo. Por estes dias, nos escaparates, a AMAZONA PORTUGUESA aguarda leitores apreciadores de histórias com raízes compridas no tempo. Obra distinguida com uma Menção Honrosa no Prémio Ferreira de Castro – 2017. 
      Hum… Vou partilhar um segredo: No meu olhar já dança um novo projecto… Quem sabe se não será: O GRANDE LIVRO.

Mário Silva Carvalho

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