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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

"Os Falsários" de Bradford Morrow

Quem gosta de livros e de ler fica facilmente encantado com a perspectiva de uma leitura em que os personagens dum livro adorem livros. Foi isso que me atraiu neste livro, pese embora o título deixasse antever uma trama onde a honestidade, ou melhor, a falta dela fosse a premissa principal.

Escrito na primeira pessoa, este livro é um narrar de acontecimentos visto pela perspectiva de Will, um colecionador de livros que, pelo seu hábil manejar da caneta, elabora algumas falsificaçōes de dedicatórias fazendo com que o valor das obras falsificadas aumente muito, lucrando bastante com isso, claro está. Isto, contado assim, a seco, nāo é revelador do quanto esta personagem se torna simpática aos olhos do leitor, o que nos leva a desculpabilizá-lo por essa actividade tāo pouco condizente com a paixāo pelos livros que todo o leitor possui...

Uma morte horrível, um assassínio, é o mote e o começo desta obra que prende de imediato o interesse do leitor. Interesse que, sabiamente, o autor soube manter até ao final. Posso afirmar que o livro possui muito do que me agrada num livro: romance e suspense.

O assassino? Ainda desconfiei dele a meio o livro mas depois fui abandonando tal ideia... O final? Muito boooom!

Uma boa aposta do Clube do Autor que recomendo sem reservas!

Terminado em 26 de Agosto de 2017

Estrelas: 6*

Sinopse
Na tradição dos policiais de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle, um romance misterioso e profundo sobre o fascínio do colecionismo e o lado sombrio do comércio de livros raros. O que acontece quando mentimos tão bem que perdemos a noção do que é real? Numa prosa magnificamente cuidada, Bradford Morrow traça uma linha débil entre o devaneio e a intuição, a memória e a ficção autoilusória, entre o amor verdadeiro e o falso. Uma comunidade bibliófila é abalada com a notícia de que Adam, um colecionador de livros raros, foi atacado e as suas mãos decepadas. Sem suspeitos, a polícia não consegue avançar no caso, e a irmã procura desesperadamente uma pista. Ao longo das páginas repletas de mistério e simbologias, escritores famosos e citações brilhantes, Will, cunhado e colega de profissão de Adam Diehl, tenta obter uma resposta e, ao mesmo tempo, escapar às ameaças do misterioso «Henry James». Consciente do simbolismo do caso, ele sabe que um homem sem mãos se vê privado do instrumento mais precioso quando se trata de imitar a caligrafia de William Faulkner, James Joyce, Conan Doyle e outros que tais. Na verdade, Will, ele próprio genial falsário, talvez saiba demais.

Cris

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

"Mulheres Sem Nome" de Martha Hall Kelly

Este livro é brilhante! Poucas sāo as palavras necessárias para o descrever e este adjectivo "cai-lhe que nem uma luva", como se costuma dizer...

Baseando-se em factos reais mas também em pessoas que de facto existiram e com uma intensa pesquisa histórica sobre sobre a vida de Caroline Ferriday e de Herta Oberheuser, a autora construiu uma trama muito envolvente nāo só sobre uma das épocas mais terríveis da História - o Holocausto - mas também das dificuldades sentidas no pós guerra sobretudo pelos povo polaco. Como é sabido a Polónia, após a acupaçāo alemā, viu-se a braços com um sistema que nāo tinha nada de democrático. O país tornou-se no pós guerra num "estado satélite" do "império soviético", o que impediu que os prisioneiros polacos regressados ao país conseguissem retomar as suas vidas sem medo e com as ajudas necessárias e merecidas.


Um relato impressionante e muito real do que foi Ravensbrück, um campo de concentraçāo exclusivamente  para mulheres e das experiências médicas aí realizadas nas "Coelhas polacas", nome dado a setenta quatro mulheres que serviram de cobaias. 


Uma leitura forte que recomento a todos, sem qualquer reserva. 


Terminado em 23 de Agosto de 2017

Estrelas: 6*

Sinopse

Bestseller do New York Times Nomeado para o Goodreads Choice Award nas categorias de Melhor Romance Histórico e Melhor Estreia de Autor Inspirado nas memórias verídicas de uma heroína da Segunda Guerra Mundial, este romance conta-nos uma história de amor, redenção e de segredos que estavam escondidos há décadas. Vivendo na alta sociedade de Nova Iorque, Caroline Ferriday não tem mãos a medir com o seu cargo no consulado francês e um novo amor no horizonte. Mas o seu mundo muda para sempre quando o exercito de Hitler invade a Polónia em setembro de 1939 – e começa a ameaçar a França. No outro lado do oceano, Kasia Kuzmerick, uma adolescente polaca envolvida no movimento clandestino da resistência, pressente que a sua vida de adolescente despreocupada está a chegar ao fim. Num ambiente tenso e alerta, com vizinhos desconfiados, um passo em falso pode ter consequências terríveis. Para a jovem médica alemã, Herta Oberheuser, um anúncio governamental parece-lhe a melhor oportunidade para construir a sua carreira e deixar a sua vida destruída para trás. No entanto, assim que é contratada dá por si emprisionada num universo de homens, dominado por segredos e pelo poder nazi. As vidas destas três mulheres entram em colisão quando o impensável acontece e Kasia é enviada para Ravensbrück, o conhecido campo de concentração nazi para mulheres. As suas histórias atravessam continentes – de Nova Iorque para Paris, Alemanha e Polónia –enquanto Caroline e Kasia lutam para trazer justiça àqueles que foram esquecidos pela História. Martha Hall Kelly nasceu em Nova Inglaterra, mas tornou-se nómada, dividindo o seu tempo entre Nova Iorque, Atlanta e Geórgia. Trabalhou em publicidade durante muitos anos e criou três crianças magníficas enquanto investigava para escrever Mulheres sem Nome, o seu primeiro livro.
Cris

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

"O Castelo de Vidro" de Jeannette Walls

Adorei esta leitura! Ainda estou a "quente" quando escrevo sobre ela e as palavras que me surgem sāo "que vida incrível" e "se me contassem nāo acreditaria que tudo isso realmente aconteceu"!
      Creio que posso afirmar que a família da autora foi tudo menos "normal" e, no entanto, nāo consigo explicar-vos exatamente o que de diferente ela possuia. Acho que o que a definiu foram os contrastes tāo profundos existentes nos seus dois progenitores. Se por um lado educaram os filhos na lei do desenrasca, onde nāo eram convenientemente supridas as suas necessidades básicas (estou a falar de comida e roupas mesmo!) por outro, estiveram sempre em vantagem em relaçāo aos seus amigos pois ambos os progenitores tinham um espírito de aventura, de conhecimentos e educaçāo superiores aos demais, o que lhes permitiu conversa e debates ricos, uma vida ao ar livre..... Porém, o desleixe com que sāo criados, as dificuldades económicas que rasavam a mendicidade, a mudança constante de lugar onde viviam, a vergonha que sentiram muitas vezes pelas atitudes destrutivas dos pais, os seus sonhos irreais e patéticos, fizeram-nos (à autora e seus três irmāos) desejar abandonar essa família disfuncional e cuidar da suas próprias vidas. Longe dos pais. 
      Um pai que amavam mas que era alcoólico e que nos momentos de crise os abandonava mas também, um pai que lhes dava amor e conhecimento quando sóbrio. Uma māe artista, que os ajudava a serem fortes e a vencerem as dificuldades mas também uma māe que nāo lhes sabia dar conforto nem segurança. O Amor e a Loucura. O Saber e a Pobreza. Lado a lado.
      Um relato apaixonante e corajoso, autobiográfico, que recomendo vivamente! Uma leitura que, de tāo viciante, se lê numa pernada! Nota máxima!

Terminado em 18 de Agosto de 2017

Estrelas: 6*

Sinopse
Durante duas décadas, Jeannette Walls, uma conhecida jornalista nova-iorquina, bonita, brilhante e bem sucedida, escondera as suas raízes. Crescera com pais cujos ideais e inconformismo foram ao mesmo tempo uma bênção e uma maldição para eles e para os filhos. Rex e Rose Mary Walls tiveram quatro filhos. No princípio, viviam como nómadas, mudando de uma cidade para a outra, habitando velhos armazéns abandonados ou acampando nas montanhas.
Jeannette, as duas irmãs e o irmão tinham de sobreviver sozinhos, tentando arranjar comida, limpando a casa e encorajando os pais a trabalhar, enquanto se amparavam mutuamente e procuravam dar alguma normalidade à vida errática a que eram forçados.
      Mas, ao contrário do que se poderia pensar, a história narrada em O Castelo de Vidro não é uma história infeliz. Contada sem dramatismo, é uma história de triunfo sobre a adversidade, mas também uma narrativa comovente sobre o amor incondicional por uma família que, não obstante as suas profundas falhas, lhe deu a firme determinação para construir uma vida bem sucedida.

Cris

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Resultado do Passatempo 3000 Seguidores - Saída de Emergência


O vencedor escolhido pela editora foi:
Silvana Martins
de Fafe

Com:

Diário de D. Leonor
Janeiro de 1492
É difícil superar a dor de não te poder prender nos meus braços, querido filho. É ainda mais difícil quando o inverno de dor habita no meu coração e não tenho aqui o teu pai para transformar este inverno numa primavera amena onde as recordações já não doem tanto.
As dúvidas em relação à forma como Deus decidiu arrancar-te dos meus braços persistem, deixando-me o gosto amargo de não conseguir um culpado.
E se não tiver sido um acidente? Serei um eterna pecadora por guardar tanta raiva e sede de vingança dentro de mim.
Tenho saudades do cheiro de criança cheia de vida. Saudades de acariciar a tua pele suave e rosada.
Continuarei a lembrar-me de ti e guardarei sempre algumas palavras para ti neste meu diário. Sei que ao lembrar-te através das palavras continuarás a viver dentro de mim.
E assim me vou arrastando pelo palácio. Fingindo a perfeição dentro da imperfeição que vive dentro de mim, a rainha perfeitíssima.
Um dia sei que esta dor que me torna imperfeita, vazia, como se metade de mim estivesse perdida pelos vales e montanhas do reino, será mais ténue. Aí as recordações serão como os dias amenos de primavera. Porém, jamais conseguirei apagar de dentro de mim o amor que nasceu e cresceu contigo, meu filho.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

"Terra de Espíritos" de Jodi Picoult

Peguem em dois ou três factos verídicos (entre os quais a doença dermatológica denominada de Xeroderma Pigmentoso e na Lei de Estirilizaçāo do Vermont de 1931); peguem na crença que sustenta a existência de fantasmas ou almas que ainda nāo partiram definitivamente deste mundo; inventem personagens que vos atraiam, de tāo bem construídos que estāo; misturem com algumas mortes e mistérios por resolver, uma pitadinha de suspense e uma boa dose de romance e... Nāo, nāo conseguiriam escrever um livro como este!

Sendo da Jodi Picoult, para mim, este livro era uma aposta ganha, mesmo tratando-se de um tema algo insólito nas minhas leituras. Confesso-vos que li as primeiras 200 páginas com a ideia de continuar até ao fim porque se tratava desta escritora. Nāo estava a captar a essência da história e o ritmo de leitura decorreu devagar, devagarinho (como nāo gosto de fazer!). Achei que algo teria de mudar ou a autora nāo se chamasse Jodi Picoult.

A leitura decorreu lenta porque sāo muitos detalhes e a nossa atençāo precisa de ser chamada a intervir frequentemente. Mas nas 300 e tal páginas que se seguem o milagre deu-se, como esperei desde sempre. A trama é sabiamente conduzida, as (muitas) personagens agem independentemente dos nossos desejos e a magia acontece. Mesmo nāo sendo fā de livros onde o sobrenatural está presente, tenho de admitir que esta leitura superou em muito as minhas expectativas. Foi concerteza um porto seguro.

Continuo fā, Jodi! Que venha outro!

Terminado a 15 de Agosto de 2017

Estrelas: 5*

Sinopse
Numa pequena cidade do Vermont, uma parcela de terra é posta à venda levantando uma onda de protestos. Segundo os índios Abenaki, naquele terreno situa-se um ancestral cemitério índio. Para os acalmar, o investidor que ali pretende fazer um centro comercial contrata Ross Wakeman, um investigador do paranormal. Ross tentou o suicídio por diversas vezes, na esperança de se ir juntar a Aimee, a noiva que morrera oito anos antes. Mas após diversas noites a investigar, tudo o que Ross encontra é Lia Beaumont, uma mulher misteriosa que, tal como Ross, pretende desafiar as fronteiras que separam a vida da morte.
      Assim tem início uma extraordinária história de amor e de destino, marcada por um crime passional. Jodi Picoult centra-se numa parte obscura e pouco conhecida da história norte-americana, o projeto eugénico dos anos 30, para neste contexto explorar a maneira como as coisas voltam para nos assombrar - tanto literal como figurativamente.

Cris

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A Convidada escolhe: "Uma Esperança mais Forte do que o Mar"

      Este não é um romance. É um relato de vida. Um relato de uma sobrevivente e um grito de esperança. Um relato duro cuja leitura, por vezes, temos de parar para respirar…
      Quando, sobretudo desde 2014 se começa a falar da crise dos refugiados e somos diariamente confrontados com imagens de milhares de homens, mulheres e crianças que chegam exaustos à Europa, movidos pela esperança de abrigo e de um recomeço, depois de terem sido obrigados a fugir da guerra, da violência e da fome, como reagimos? Que sentimentos aquelas multidões nos provocam? O que vemos: uma multidão indistinta ou pessoas concretas com nome, com uma história de vida, com família, com um passado, com sentimentos? Até que ponto a repetição das mesmas imagens, por muito pavorosas que sejam, não está a criar em nós tão longe dessa guerra, um sentimento de impotência, de indiferença, de desumanização? Cidades em escombros irreconhecíveis, barcos apinhados de gente à mercê de máfias de traficantes, corpos inchados a boiar num mar que se transformou num cemitério, cadáveres em decomposição arremessados para as praias paradisíacas das ilhas gregas, crianças à deriva separadas dos familiares, mulheres grávidas que arriscaram tudo, gente doente, desidratada, que deixou a sua vida para trás mas que ainda acredita que há uma vida depois de atravessado aquele mar. 
      Melissa Fleming, a autora deste livro, conheceu inúmeras histórias de refugiados com que se cruzou na sua actividade. Um dia conheceu Doaa, um caso de sobrevivência e altruísmo, muito mediatizado na altura pelo facto de ser uma de onze sobreviventes em quinhentas pessoas numa viagem fatídica desde o Egipto até Itália. Acompanhada de Bassem, o noivo, o seu destino era a Suécia onde pensavam casar e constituir família. Após várias tentativas frustradas, finalmente conseguiram embarcar numa viagem dramática como são todas as viagens que diariamente são empreendidas por milhares de seres humanos provenientes da Síria, da Palestina, do Sudão, da Somália, da Eritreia. Mas o que tornou o caso de Doaa um caso para o qual os media olharam foi o facto de esta jovem franzina ter conseguido sobreviver e lutado pela sobrevivência de duas crianças cujos familiares morreram afogados. Em quinhentas pessoas, só onze sobreviveram entre as quais Doaa, Malak uma bebé palestina de 9 meses e Masa com 18 meses.
      Melissa Fleming, na sua posição privilegiada de directora de Comunicação e porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, sentiu que tinha de dar voz a esta mulher sobrevivente. Doaa Al Zamel, 19 anos, refugiada síria, sozinha na Europa para onde tinha ido por insistência do noivo que morrera afogado, longe dos pais e irmãos e irmãs refugiados no Egipto, na Jordânia e no Líbano. Doaa podia ser qualquer um/a de nós. Também ela tinha tido uma infância feliz, no seio de uma família síria tradicional a viver na cidade de Daraa. Teimosa, sonhava ser independente e não queria estar ligada à sujeição de uma figura masculina como é tradicional na sociedade síria. Doaa tinha 16 anos quando a sua cidade foi cercada pelas forças fiéis ao presidente Assad, aquele de quem a população desejosa de liberdade esperava uma outra atitude de maior abertura e democracia, muito diferente do regime do pai Hafez al-Assad que mantinha o país em estado de emergência desde 1963. 
      A vontade de Doaa de se juntar aos manifestantes que exigiam reformas democráticas foi abruptamente barrada pela violência do cerco a Daraa. O arbítrio dos guardas fiéis ao regime de Assad, as buscas constantes às casas, as violações, os raptos e a violência dirigida sobretudo às mulheres e às meninas levam a família de Doaa, como muitos milhares de outras famílias a abandonar as suas casas e a fugir para a Jordânia, Líbano e para o Egipto. A guerra na Síria obrigou metade da população a abandonar as suas casas, mais de cinco milhões refugiaram-se no estrangeiro, sobretudo nos países vizinhos e mais de seis milhões e meio foram obrigados a deslocar-se dentro do próprio país, pelo que em 2016 a Síria era a maior população de deslocados do mundo.
      Se os países vizinhos que têm acolhido os refugiados sírios e palestinos têm sido de uma imensa generosidade e solidariedade, repartindo o pouco que têm, a primeira impressão de bom acolhimento e solidariedade dos egípcios em relação à família Al Zamel também vai alterar-se. O Egipto vive também uma situação de grande instabilidade. As mudanças prometidas por Morsi, após o derrube de Mubarak não acontecem. Morsi é deposto na sequência de violentas manifestações e a atitude dos egípcios face aos refugiados sírios altera-se. O acolhimento deu lugar à ameaça. A esperança de vida na Síria que tinha sido deixada para trás e que se afigurava cada vez mais remota, com o surgimento de forças como o Estado Islâmico, torna aquele região do mundo um verdadeiro caos. “Não há futuro para nós!” era o pensamento de Doaa. Era o pensamento de todos os refugiados sírios espalhados por aqueles países vizinhos. 
      O desespero leva a olhar para o Mediterrâneo como a única porta para a salvação. 
      O desespero, a solidariedade, a fé e a esperança são os traços fortes deste livro. 
      Doaa é um caso de sobrevivência no meio de milhões e é muito positivo que possa ser relatado e amplamente difundido como sinal da enorme capacidade de resistência do ser humano. Mas e, sobretudo, penso que neste livro falta uma abordagem sobre a origem da guerra, das guerras e do dinheiro que corre e que se alimenta delas e que faz com que as guerras não tenham fim. Porque as guerras têm donos que vivem delas. Só de forma muito leve há uma referência aos muros de arame farpado que se levantam na Europa e aos milhões com que a UE subsidia o governo da Turquia para conter os refugiados que chegam e para os recambiar aos países de origem de onde fogem da fome, da guerra e da violência. 
      Os refugiados não são refugiados por gosto. São refugiados porque foram obrigados a sê-lo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos consagra o direito à deslocação do território de origem por motivos de direito à vida e à integridade física. 

Mouriscas, Agosto de 2017
Almerinda Bento

sábado, 12 de agosto de 2017

Na minha caixa de correio

  

  

Comprados em 2a māo:
- O Meu Plano do Bem, A Rapariga do Casaco Azul e Māo Morta.
Ofertados pelas editoras:
- Filosofar e Meditar com as Crianças, O Castelo de Vidro e O Jardim das Borboletas- Suma de Letras
- Os Falsários - Clube do Autor

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

"O Meu Segredo" de Kathryn Hughes

Pensei ter lido desta autora o seu livro anterior, A Carta, mas confundi com outro com o mesmo título que lera e de que gostara muito. No entanto, foi uma leitura muito agradável. Posso dizer-vos que é um romance leve, pese embora seja marcado por trágicos acontecimentos. E digo leve, porque achei desde o início que ia acabar bem. 

Sāo muitos os personagens e a rede de histórias que mais tarde se entrelaça é grande também, mas em momento algum senti que estava perdida ou que devesse ser de outra forma. Gostei desse facto e de saltitar de momento temporal com alguma frequência.

Os personagens, bem descritos, criam empatia imediata com o leitor. Os segredos mantêm-se até ao final da leitura e isso é um facto que, inegavelmente, prende e mantém a atençāo de quem lê. O mote é lançado quando se percebe que a busca de um dador de rim para o pequeno Jake vai percorrer todas as páginas do livro. Os pais procuram nos familiares mais próximos alguém que seja compatível mas nāo estavam preparados para os segredos que iriam descobrir.

Um enredo pensado ao pormenor onde nāo encontrei falhas! Recomendo!

Terminado em 7 de Agosto de 2017

Estrelas: 4*+

Sinopse
Há quarenta anos, foi guardado um segredo que alterou a vida de duas mulheres para sempre.

Todos os dias, ao olhar para o filho Jake, deitado numa cama de hospital, Beth agarra-se a uma réstia de esperança que insiste em fugir. A sua vida, ainda tão curta, depende de um transplante de rim. Nem ela, nem o marido, são compatíveis e já não têm familiares diretos.

Mary, a mãe solteira de Beth, acaba de falecer e sempre se recusou a falar sobre o pai, mesmo sabendo que a vida do neto podia depender disso. Mas tudo muda quando Beth visita a casa da mãe. Uma carta perdida no meio das coisas de Mary prova que Beth é sua filha adotiva. A possibilidade de encontrar parentes compatíveis com Jake torna-se real para Beth.

Este é o ponto de partida para a descoberta de um passado até então desconhecido. Munida apenas da sua determinação e das escassas palavras encontradas, Beth inicia uma luta contra um muro de segredos, dúvidas e silêncios.

Cris

terça-feira, 8 de agosto de 2017

A convidada escolhe: A Gorda

      Um livro surpreendente, sincero, corajoso, divertido, profundamente humano. Logo após uma “epígrafe sonora” constituída por uma lista de grandes músicas e artistas desde Nina Simone (1965) a Lana del Rey (2012), passando por António Variações ou Jorge Palma, o/a leitor/a é confrontado com a seguinte advertência “Todas as personagens, geografias e situações descritas nesta narrativa são mera ficção e pura realidade”. O facto de a autora e a narradora serem oriundas de Moçambique, serem professoras e viverem na margem sul do Tejo fazem-nos questionar ao longo da leitura do romance, onde começa a ficção e acaba a realidade. Pouco importa. O prazer da leitura é imenso.
      O primeiro capítulo - Porta de Entrada – é a primeira das várias divisões da casa na Outra Banda que os pais da narradora – Maria Luísa – compraram quando regressaram de Moçambique. Cada capítulo uma divisão, um território, um mundo de memórias, de afectos, de marcas da personalidade dos que lá habitam. A “mamã” e o “papá”, o David, a cadela, as mobílias de Moçambique que atravancam as divisões, impossíveis de ser transpostas dum espaço amplo lá longe em África para um apartamento do subúrbio de Lisboa, já para não falar do filodendro que invade a sala de estar… todos os detalhes que nos permitem imaginar as divisões da casa, até ao hall, último capítulo e afinal o local de todas as passagens, o único espaço da casa que não pode ser evitado.
      Como é previsível pelo próprio título “A Gorda”, a questão do corpo, que tem de ser belo para ser socialmente aceitável, é o centro deste livro. Senão, o ferrete da gordura/fealdade discrimina e menoriza na escola, nas festas, nas amizades desde criança e ao longo da vida. Como se sobrevive quando se é apelidado de “baleia”, “baleia azul”, “monstro”, “orca a fúria dos mares”, “bola de Berlim”, “barril de sebo”, “boneco Michelin” ou quando os amigos do namorado o gozam por namorar aquela gorda? De que lhe valia ser a melhor aluna, se a própria colega do colégio, um ideal de beleza e também ela retornada, a tratava como criada? Feia, gorda e míope, longe dos pais, primeiro a viver com uma avó e depois com uma tia, antes de ficar interna num colégio, é na fase da adolescência que estes aspectos se tornam mais críticos. O segredo é sobreviver quando se vê como “um trambolho acima do peso. Como disfarçar a carne que sai de mim por todo o lado? Como esconder o corpo?” É uma luta contra o corpo, contra a sociedade que discrimina, persistentemente ao longo da vida, resistindo, sobrevivendo, não vergando.
      Livro corajoso, porque a narradora “despe-se”, expõe os seus sentimentos, as suas frustrações e desilusões amorosas. O grande vazio com o fim do namoro que só a escrita consegue apaziguar. “Sem escrita não podia haver vida” diz Maria Luísa a certa altura. Mas divertido, com descrições e linguagem viva, directa e extremamente divertida, em que seguimos o crescimento e a vida de Maria Luísa com referências à sociedade da altura, às telenovelas da moda, ao desastre de Camarate com a morte de Sá Carneiro e Snu Abecassis, a música e os grupos da época; a política dos anos 80 com referências a Mário Soares, Freitas do Amaral e Maria de Lurdes Pintasilgo, o desastre de Chernobyl e a queda das Torres Gémeas. E mais tarde, os anos de Sócrates em que “o ensino público é destruído a golpes de picareta”. A autora não se poupa a criticar o mal-estar que invadiu as escolas e que persiste nos dias de hoje com o excesso de burocracia e de papelada que as desumanizou e perverteu. E por fim, o ano de 2014 em que Portugal vive sufocado pela ingerência da Troika. Estas referências dão uma grande vivacidade às descrições que ficam enquadradas num pano de fundo histórico em que os/as leitores/as se identificam e revêem.
      A presença forte da “mamã” e a ambivalência dos sentimentos que a sua personalidade gera quando Maria Luísa fala dela: amor/desamor, liberdade/sujeição, tão bem expresso a certa altura neste desabafo: “Morre”! Não morras!” É essa complexidade de sentimentos que me leva a considerar este livro muito sincero e profundamente humano, surpreendente porque não permite que o/a leitor/a se acomode a clichés ou cenários pré-concebidos.
      Maria Luísa supera o preconceito social relativamente à sua condição física, assumindo-a positivamente e aceitando-a como marca própria. Não desiste dos seus sonhos e luta até ao fim para ser amada. Luta pelo direito à felicidade e essa é possivelmente uma das conclusões que “A Gorda” nos permite tirar: a busca da felicidade é algo que está em cada um de nós e que por muito difícil que seja alcançá-la, não se deve desistir nunca.

Obrigada Isabela Figueiredo!

Julho de 17

Almerinda Bento

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

"O Vale dos Cinco Leões" de Ken Follett

Se nāo conhecesse já a escrita de Ken Follett e a diversidade dos temas, tratados com mestria por este autor, poderia ficar surpreendida ao terminar este livro. Tudo o que nele encontrei já o esperava ou, pelo menos, nāo constituiu uma total surpresa. Mesmo assim, conseguiu deixar-me inquieta, ofegante nalgumas partes e completamente maravilhada com os pormenores, os detalhes que nāo foram descurados, o estudo que se revela por detrás deles, as situaçōes que sabemos fictícias mas consideramos reais. 

Desta feita a acçāo passa-se maioritariamente no Afeganistāo e somos catapultados para um cenário de guerrilha onde culturas diferentes, jogos de poder e de força lutam entre si. Pelo meio, um triângulo amoroso que confere à narrativa um toque de doçura, para contrabalançar as situações de mortes e terror que sāo sabiamente descritas.

Ken Follett é um porto seguro onde voltarei certamente mais vezes. Recomendo!

Terminado em 3 de Agosto de 2017

Estrelas: 5*

Sinopse
Jane entra num perigoso triângulo amoroso, de que fazem parte dois espiões rivais, Ellis e Jean-Pierre.
Amor, ódio e traição envolvem cada um deles em conspirações terroristas desde Paris até ao Afeganistão, para onde Jane e Jean-Pierre, que, entretanto, se tornam marido e mulher, vão atuar como médicos junto dos rebeldes que lutam contra os invasores soviéticos.
Jane acaba por se ver vítima de extrema violência e tenta desesperadamente escapar da linha de fogo. A ajuda chega por fim, vinda de quem menos se esperava...
Um thriller romântico, com suspense e ação permanentes, escrito por um dos grandes mestres da ficção contemporânea.

Cris

domingo, 6 de agosto de 2017

Ao Domingo com... Ângela Roque

      A rádio sempre fez parte da minha vida. Na casa dos meus pais e avós já marcava os dias, muito mais do que a televisão. Estava eu e eles tão longe de imaginar que um dia a rádio se transformaria na minha vida!
      Em criança o sonho que tinha para mim passava pelas telas, aguarelas e pincéis. E por desenhar projectos para mobílias, casas, bairros inteiros. Felicidade parecida só a encontrava nos livros que lia, e nos que pensava um dia escrever. Um sonho deu lugar a outro, e foi nesse espaço de tempo que tropecei na rádio. No jornalismo em rádio. E apaixonei-me. Até hoje.
      Há 29 anos que sou jornalista na rádio, o meio de comunicação que considero mais próximo das pessoas. O que mais exige aos jornalistas que sejam claros, sucintos, que esclareçam e não confundam, que usem as palavras com rigor, mas também com a delicadeza e sensibilidade necessárias para que quem ouve possa ter a imagem sonora do que é relatado...
      Em quase três décadas de jornalismo fiz coisas diversas: acompanhei a área de educação e ensino superior durante uma década, também me dediquei à bioética e às ciências da vida, fui repórter parlamentar e perdi a conta às reportagens, entrevistas e noticiários que fiz, tanto na Renascença como na RFM. Em 2009 assumi a editoria de religião da RR, o que tem permitido que me dedique aos temas mais de âmbito social, de solidariedade e ligados à vida da Igreja, e me tem dado o privilégio de conhecer gente especial, que deixa marca, que faz a diferença. E não me refiro a figuras públicas. Falo sobretudo dos anónimos que nos esmagam pelo exemplo de generosidade, empenho e dedicação aos outros. E foram tantos os que ouvi ao longo dos últimos três anos em espaços informativos que permitem ouvir, conversar sem pressa!
      Este ano senti uma súbita vontade de partilhar com mais pessoas essas conversas que fui tendo na rádio com "gente feliz com fé". Foi assim que surgiu a ideia de o fazer em livro. E com esse título.
      O livro foi publicado em Junho. Reúne 35 conversas com 41 convidados. Não lhes chamo entrev istas porque algumas são conversas a dois e a três, uma delas até a quatro. Testemunhos de gente que está com a "mão na massa", no terreno, a lutar contra a pobreza e o tráfico humano, a ajudar presos, refugiados ou doentes mentais, gente que olha e pensa o mundo à luz da sua fé em Deus, gente que não se envergonha de assumir publicamente que é crente. Muitos são sacerdotes, missionários ou religiosas, sim, mas a maioria são leigos, das mais variadas áreas.
      Não tenho pretensões literárias com este livro que resulta da minha actividade diária, do meu critério jornalístico e do meu olhar cristão pela actualidade, que não quer "pintar" a realidade a cor de rosa, mas mostra que ela também não é só a preto e branco, e que há uma riqueza imensa na paleta de cores com que pode ser mostrada.
      Neste livro, que não é meu mas de todos os que nele conversam, procuro também contrariar o preconceito mostrando a diversidade e riqueza que há na Igreja, que não é uma realidade abstrata, ou um edifício, mas todas as pessoas que a compõem. Que o seu exemplo e os seus testemunhos sejam inspiradores para quem os ler.

Ângela Roque

sábado, 5 de agosto de 2017

Na minha caixa de correio

 


Ofertados pelas editoras, esta semana chegaram:

Mulheres Sem Nome,  Almedina
O Meu Segredo e Uma Perfeita Estranha, Topseller.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Para os mais Pequeninos: "Porque tem a Arte tanta gente nua?"

Este livro nāo será propriamente para os mais pequeninos mas gostei realmente dele e, por isso, mostro-vos um pouco do seu interior...
Quando os meus filhos eram pequenos, muitas vezes pegava num livro e ia inventando uma história com as imagens que encontrava ao folheá-lo, porque me fartava de contar sempre a mesma. Com este livro têm uma imensidāo de hipóteses!
É um livro que pode ir crescendo com eles, saiba o papá ou a mamā interpretar de forma diferente o que as imagens nos querem transmitir. Quando forem mais crescidos podem, entāo, ler realmente o seu conteúdo. E posso garantir-vos que ambos (a criança e o contador da história) vāo ficar a ganhar...
O livro faz uma incursāo pela Arte, as formas que assumiu durante diferentes épocas, os seus  artistas com estilos tāo diversificados e toda uma panóplia de questōes que muitas vezes colocamos perante ela.
Uma forma de aprender, de ensinar que pode ser divertida!


 


Cris

Vejam aqui outros livros da mesma colecção:



quinta-feira, 3 de agosto de 2017

"O Prodígio" de Emma Donoghue

Um livro onde a acção decorre devagar, como suponho que devam passar as horas de quem se propõe vigiar alguém, dia e noite. E quando esse alguém é uma menina de onze anos, que teima em nāo ingerir alimento algum, a vigia torna-se algo dolorosa. Se a personagem principal, a enfermeira Lib, desespera com a teimosia da jovem Anna (ingénua ou mentirosa?) ao mesmo tempo que vai tentando decifrar o mistério que a envolve, o leitor segue o mesmo caminho e torna-se ele próprio vigilante e investigador. Trata-se de um prodígio da fé ou um embuste para ludibriar o mundo exterior? 

É verdade que a certa altura desta leitura parece que nada se passa a nāo ser o lento decorrer do tempo e o definhar intenso e rápido da menina, mas as últimas páginas devolvem à leitura o ritmo apressado, que tanto gosto, e o leitor fica com um interesse renovado. Gostei do final que, mesmo sendo um pouco inverosímel, tem o condāo de satisfazer e apaziguar o leitor. A espera vale a pena e nas últimas páginas sabe-nos bem poder, finalmente, descansar e sacudir a ansiedade que nos vai consumindo aos poucos ao vermos que ninguém age de forma a que Anne ingira algum alimento e sobretudo pela passividade dos pais e entidades religiosas dessa aldeia perdida em solo Irlandês.

Mistério e intriga misturados com algum fundamentalismo religioso que se torna dificil de explicar e de aceitar. Um retrato bem conseguido duma Irlanda do séc. XIX (por volta de 1845), onde a fome e a pobreza imperam e baseado em factos reais, as chamadas Virgens Jejuadoras, crianças que faziam jejum para imitar Jesus Cristo e colocarem-se mais perto Dele.

Embora tivesse considerado este livro um pouco lento no avançar da acçāo, gostei da temática tratada e da forma como nos colocamos ao mesmo nível de Lib ao tentarmos solucionar o mistério.

Espero ler em breve (e porque nāo ver o filme também?) o livro desta autora publicado anteriormente, O Quarto de Jack. 

Terminado em 28 de Julho de 2017

Estrelas: 4*+

Sinopse
A jovem Anna recusa-se a comer e, apesar disso, sobrevive mês após mês, aparentemente sem graves consequências físicas. Um milagre, dizem.

Mas quando Lib, uma jovem e cética enfermeira, é contratada para vigiar a menina noite e dia, os acontecimentos seguem um diferente rumo: Anna começa a definhar perante a passividade de todos e a impotência de Lib. E assim se adensa o mistério à volta daquela pobre família de agricultores que parece envolta num cenário de mentiras, promessas e segredos.

Prisioneira da linguagem da fé, será Anna, afinal, vítima daqueles que mais ama?

Um drama intenso sobre os perversos caminhos do fundamentalismo, mas também sobre como o amor pode vencer o mal nas suas mais diversas formas.

Cris

Resultado do Passatempo 3000 Seguidores - Coolbooks


O vencedor escolhido pela editora foi:
Ana Isabel Gomes Machado
de Santo Tirso

Com:

Quem és tu, Marta?
Gostaria de te conhecer,
Tal como Teresa e toda a família,
A quem voltarias a aparecer.
Viveste no Estado Novo,
Sem liberdade, em repressão;
Quero descobrir o teu mistério
E chegou agora a ocasião.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

"A Mulher do Camarote 10" de Ruth Ware

A primeira coisa que me vem à cabeça é avisar-vos que devem ler este livro! Razōes? 

A primeira é porque, de facto, ao fim das primeiras páginas fiquei presa à narrativa. A acçāo passa-se rapidamente, os acontecimentos surgem em catadupa sem que a monotonia pense sequer em instalar-se. 

Depois, nāo posso deixar de aplaudir a escrita da autora. Simples, directa mas muito intensa. Capaz de nos transportar, por exemplo, para as caves do navio e vivermos momentos de abandono, terror, ansiedade e até pânico pois sentimos em larga escala o que a personagem principal está a viver. Adorei isso! Criamos, pois, uma imediata empatia com a jornalista Lo Blacklock sobretudo pelo facto do livro ser escrito na primeira pessoa.

O mistério vai subindo de intensidade e culmina num final que achei perfeito! Momentos aterradores descritos com mestria fazem deste livro uma das minhas leituras preferidas deste ano! Um thriller onde o leitor acaba por seguir as pistas e deduçōes desta destemida jornalista que, mesmo sofrendo de ataques de pânico graves e de ansiedade profunda, consegue afastá-los suficientemente para agir segundo aquilo que acha correcto. 

Precisam mesmo de ler este livro. Eu adorei! Se ainda nāo leram peguem no livro da autora publicado anteriormente, "Numa Floresta Muito Escura". Muito bom também!

Terminado em 31 de Agosto de 2017

Estrelas: 6*

Sinopse
Emocionante e compulsivo, este romance evoca o ambiente clássico dos policiais de Agatha Christie: um ritmo que aumenta gradualmente de tensão, a sensação de perigo iminente e um conjunto de suspeitos reunidos num único lugar.

A jornalista Lo Blacklock recebe um convite irrecusável: acompanhar a primeria viagem do cruzeiro de luxo Aurora Borealis. O serviço é exclusivo e a bordo estão vários empresários e pessoas influentes da sociedade. No entanto, a viagem ganha outros contornos para a jornalista. Certa noite, testemunha aquilo que acredita ser um crime no camarote ao lado do seu.

Desesperada, denuncia o ocorrido ao responsável pela embarcação. Ninguém acredita na sua versão, pois todos os passageiros continuam no navio. Blacklock decide investigar o crime por conta própria. Colocando a carreira e a própria vida em risco, ela não vai descansar enquanto não encontrar resposta para o mistério do camarote 10.

Cris

terça-feira, 1 de agosto de 2017

A Convidada escolhe... "Gente Feliz com Fé"

"Gente Feliz com Fé" é o primeiro livro da jornalista da Rádio Renascença Ângela Roque.  

Este livro é uma compilação de algumas das suas entrevistas de rádio a diversas pessoas religiosas ou leigas sobre as suas intervenções de âmbito social, todas com sentido de missão,  de ajuda ao próximo, de fé verdadeira virada para o outro que nos impulsiona a agir. A fé que nos une e nos faz sentir irmãos na nossa humanidade.

Ângela Roque escolheu e entrevistou, com mestria, pessoas  cujos caminhos na vida são absolutamente inspiradores, recomendo esta  leitura que, por ser no formato de entrevistas curtas, se faz com grande facilidade e prazer.

Marília Gonçalves