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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A convidada escolhe: Viagem ao mundo da droga

Acho que este livro foi lido por todos nós quando passámos pelo turbilhão que foi a adolescência e nos marcou, de uma forma ou de outra. Aqui fica o registo que quem ficou também marcado por ele. A Ana é uma nova convidada desta rubrica e é com todo o gosto que lhe dou as boas vindas!


"Por vezes, os livros que lemos na adolescência, são aqueles que mais nos deixam recordações.

Foi o que me aconteceu com este livro, “Viagem ao Mundo da Droga” de Charles Duchaussois. Tinha cerca de 14/15 anos quando o li a primeira vez, sugerido pelos meus pais. Naquela altura impressionou-me bastante, no entanto, hoje, quando o leio, impressiona-me, mas de modo diferente. Vejo as coisas com outros olhos, talvez.

Um livro realista, frontal, onde o autor não tem tabus ao falar das drogas, dos seus efeitos e da dependência e decadência que deles advêm. Uma leitura envolta em emoções e sentimentos que o escritor consegue fazer chegar até nós através das suas personagens e das histórias por elas vividas.

Ser um livro contado na primeira pessoa, tendo por base as vivências do autor faz-nos olhar com outros olhos para o que estamos a ler. Ao sabermos que o que ali está escrito não é meramente ficcional faz-nos parar e ponderar.

E foi isto que me fez escolher este livro.  Foca uma realidade que está entranhada na nossa sociedade mas que tantos de nós negam ou escondem por medo ou vergonha. Medo que tem por base aquilo que se ouve na televisão e vê nas ruas…mas será essa informação suficiente para conhecer esse lado negro do social? Será o suficiente para dar uma mão a quem talvez mais precise?

Este livro fala-nos abertamente dos vários tipos de drogas, do que cada uma delas faz, quais os efeitos e consequências típicos de cada uma. Mostra-nos a degradação física, psicológica e social à qual se pode chegar, desde o consumo ao tráfico. E faz-nos pensar se uma recuperação, uma cura será, de todo possível.

Uma leitura envolvente e marcante, que aconselho vivamente, tanto a gerações anteriores à minha, mas especialmente à minha geração e às gerações futuras. Um livro escrito na década de 60, mas que se mantém algo actual. As drogas mudam, as mentalidades mudam…mas os efeitos e a decadência mantêm-se actuais e intemporais."

“Intenso e arrebatador, verdadeiro, cruel e duro, é uma lição de vida, um retrato da ténue fronteira entre a vulnerabilidade e a determinação, que caracteriza o ser Humano” (Fernanda Peralta)

“A maior força das drogas é o facto de ela residir dentro de nós. Lutar contra as drogas é de certa forma lutar contra nós e para nós.” (Ana Lina Correia)

Ana Margarida Rodrigues

12 comentários:

  1. Parabéns sobrinha pela excelente opinião, gostei muito :)

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  2. Obrigada Tia:) e obrigada pela oportunidade Cristina:) Parabéns pelo blog!:D

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  3. Li este livro no âmbito de um trabalho escolar que estava a efetuar e fiquei "zonza" pelo realismo que apresentava.
    Ajudou-me a "sentir" o pesadelo da droga e sem dúvida a firmar as minhas próprias opiniões pessoais sobre o assunto.
    Quando chegar a hora, sem dúvida que o vou aconselhar ao meu filho.

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  4. sabe-me dizer se o livro é o mesmo mas agora com uma capa diferente, ou a historia é outra?
    Obrigada
    Vera Fernandes

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  5. Li este livro, entre os meus 14 ou 15 anos, hoje tenho 49 e jamais esqueci este livro.
    Foi o meu pai, com um feitio pouco aberto para dizer por palavras e abordar,desta forma, os assuntos que gostaria de partilhar com os filhos ( eu e o meu irmão), numa tentativa de nos alertar para os eminentes "perigos" na adolescência, oferecia-nos livros, por saber que gostávamos imenso de ler, assim nos falou, através dos livros da iniciação à vida sexual, aos caminhos que os jovens podem trilhar, no sentido errado, etc. Quando me deu este livro disse-me :" Lê este livro e pensa na mensagem que ele transmite, o que vais ler não é ficção, minha menina ( em ar de total alerta) é uma realidade crua e dura, portanto lê com muita atenção e pensa bem, interioriza o que lês, como se o estivesses a viver". Tinha razão, o meu pai, foi impressionante como adorei e ao mesmo tempo senti tanto medo, estava mesmo a interiorizar , a encarnar a personagem. Adorei ler este livro e, nunca mais o esqueci. Mais tarde fui ver o filme, o que norma não faço, ou leio um livro ou vejo o filme desse livro, as duas coisas, não gosto, quem lê um livro, normalmente fica desiludido com o filme, porque já imaginou a história , as personagens, elabora, na sua cabeça todo o trama, o que é muito interessante, por isso adoro livros. Quem lê, é realizador, actor, figurante, é tudo, é a história de cada livro.

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    1. Quem não leu e não ficou marcada por este livro Maria? Creio que muitas poucas pessoas... Bjinho

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  6. Viva, alguém me pode ajudar com o nome do filme?

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    1. Luís tenho ideia que o filme tb tem o mesmo nome...

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  7. Eu devo ter lido este livro entre 1970 e 1972, quando tinha uns 15 anos e influenciou-me muito pois depois de o ler o meu sonho era visitar todos esses países orientais e exóticos. Em 1977 esse sonho tornou-se realidade e viajei entre a Europa e a Austrália, especialmente em Países mencionados: Afeganistão, Índia e Nepal. Se eu não o tivesse lido talvez a minha vida se tenha tornado completamente diferente pois ainda continuo a viajar. Também devo mencionar que foi uma boa educação de drogas, na altura concerteza única, abrindo-me os olhos à decadência que podem trazer.

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  8. Não consigo encontrar o filme em nenhum lado...

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  9. foi dos melhores livros que li

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