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segunda-feira, 29 de setembro de 2025

"A Vegetariana" de Han Kang

Queria há muito ler esta autora, vencedora do Nobel em 2024, porque, desde que este livro foi publicado cá em Portugal, tenho ouvido e lido opiniões sobre ele tanto positivas como negativas. E queria tirar a prova dos nove...

O livro está dividido em três partes e cada uma delas possui um narrador diferente. Através desses narradores é-nos contada a história de Yeong-hye, uma mulher que vive em Seul, que decide de um momento para o outro não comer carne, após um sonho terrível e do qual nada sabemos. 

A primeira parte é narrada pelo marido. É um capítulo bastante violento e perturbador em que se vai verificando o quão impotente é Yeong-hye perante a vontade férrea do marido e do pai em contrariá-la.

Aliás, a violência está presente nos restantes capítulos narrados pelo cunhado, que a vê somente como instrumento dos seus desejos e fantasias e não como mulher, e, a última parte, pela irmã que a interna num hospício e assiste à sua decadência física e mental.

Este olhar sobre uma personagem visto e contado por outras pessoas é muito revelador do carácter dos narradores presentes nesta obra. Por isso, acho que, embora esta história seja sobre esta mulher, a personalidade dos narradores está tão ou mais presente que os traços de Yeong-hye.

Se gostei? Li com interesse mas achei que os temas referidos foram tratados com uma violência extrema que impressiona o leitor. Algo desnecessário, creio. Desconfortável. Achei, também, que o motivo pela qual a personagem principal se tornou vegetariana não foi convenientemente explicado deixando essa explicação pendente todo o livro sem que houvesse um esclarecimento final. Quero, no entanto, ler "Actos Humanos", outro livro publicado pela autora, cujas opiniões são mais concordantes.

Terminado em 7 de Setembro de 2025

Estrelas: 4*

Sinopse
Uma combinação fascinante de beleza e horror.
Ela era absolutamente normal. Não era bonita, mas também não era feia. Fazia as coisas sem entusiasmo de maior, mas também nunca reclamava. Deixava o marido viver a sua vida sem sobressaltos, como ele sempre gostara. Até ao dia em que teve um sonho terrível e decidiu tornar-se vegetariana. E esse seu ato de renúncia à carne – que, a princípio, ninguém aceitou ou compreendeu – acabou por desencadear reações extremadas da parte da sua família. Tão extremadas que mudaram radicalmente a vida a vários dos seus membros – o marido, o cunhado, a irmã e, claro, ela própria, que acabou internada numa instituição para doentes mentais.

A violência do sonho aliada à violência do real só tornou as coisas piores; e então, além de querer ser vegetariana, ela quis ser puramente vegetal e transformar-se numa árvore. Talvez uma árvore sofra menos do que um ser humano. Este é um livro admirável sobre sexo e violência – erótico, comovente, incrivelmente corajoso e provocador, original e poético. Segundo Ian McEwan, «um livro sobre loucura e sexo, que merece todo o sucesso que alcançou».

Na Coreia do Sul, depois do anúncio do Man Booker International Prize, "A Vegetariana" vendeu mais de 600 000 exemplares. Aplaudido em todos os países onde está traduzido, é um best-seller internacional. 

Cris 



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