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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

"Um País Sem Amor" de Yaroslav Trofimov

Foi- me recomendado este livro por uma amiga livrólica e, por acaso, tradutora do mesmo, como sendo muito bom. O tema interessou-me sobremaneira porque pouco sabia da História da Ucrânia e, assim, passou à frente da eterna pilha dos livros a ler.

Cumpriu a sua missão e foi diretamente para o quadro de honra! Muito interessante a conjugação dos factores históricos de um país que foi sempre tão devastado por guerras, mortes e fome com a história ficcionada de uma jovem judia ucraniana, Débora Rosenbaum. A cereja no cimo do bolo foi o facto de Débora ser apaixonada por literatura!

Vamos acompanhando a sua vida conjuntamente com a História da Ucrânia desde 1931 a 1954, sem que esta última seja metida à pressão! Para além de conter relatos impressionantes dos efeitos devastadores da era soviética, das consequências das acções de Estaline na vida do povo ucraniano, o leitor fica a conhecer como é viver com medo todos os dias, com as denúncias (inclusivé de familiares), com a propaganda mentirosa, os espiões, os desaparecimentos de pessoas de um dia para outro, as execuções e deportações em massa. Com os efeitos da II Guerra também.

As vivências de um povo que viveu com o medo, a fome e a morte sempre presentes nas suas vidas! A FALTA DE LIBERDADE.

Super recomendado! 

- (...)"Estamos a lutar contra a história. A história é uma animal selvagem e sedento de sangue. Está outra vez a virar-se contra este país, destruindo-o e refazendo-o. Não podemos por-nos no seu caminho sem fazê-la parar. Só podemos ter esperança de que não nos atinja com as suas garras, enquando avança à força. De que não reapare en nós. De que esmague outros. Só podemos tentar ser invisíveis. Invisíveis para sobrevivermos.

- É um mundo horrível - disse Débora. -Como ficou assim?" Pág 91 

Terminado em 10 de Agosto de 2025

Estrelas: 6*

Sinopse 
Yaroslav Trofimov, nascido na Ucrânia e correspondente de guerra do Wall Street Journal, passou todo o ano de 2022 na linha da frente da invasão russa. A reportagem que daí nasceu, finalista do Prémio Pulitzer, e a memória da sua avó inspiraram este poderoso romance, ancorado na Ucrânia do século XX.

Debora Rosenbaum, uma jovem ambiciosa e apaixonada por literatura, chega a Kharkiv, a capital da nova República Soviética Ucraniana, determinada a construir o seu próprio futuro - o passado, com as suas formas obsoletas e proibitivas, ficou para trás. Mas os ideais da era soviética rapidamente se revelam ilusórios: a fome varre os campos e o menor desvio da ideologia ditada por Moscovo é punido.

Quando a Segunda Guerra Mundial lança os exércitos sobre a Ucrânia, os campos dourados de trigo tingem-se de sangue. Debora é forçada a abandonar tudo e a enfrentar escolhas impossíveis num país dilacerado por dois regimes totalitários, que se transforma no lugar mais mortífero do mundo.

Cris


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