Há livros que habitam nas minhas estantes durante muito tempo mas que depois algo os catapulta para as minhas mãos, subitamente. Desta feita foi uma categoria do Bingo de Verão do clube de leitura a que pertenço (um dos...).
Com uma capa que aprecio muito, esta obra é da Maldoror, editora creio que pouco conhecida, mas que possui títulos muito interessantes. Este livro é um deles e merece destaque.
Não é a primeira vez que leio não ficção sobre a caça às bruxas de Salém, ocorrida em 1692 em Salém, Massachusets (EUA) e esta narrativa teve por base a existência de uma mulher negra, acusada de bruxaria, Tituba. Tudo começou quando algumas crianças começaram a ter comportamentos estranhos aos quais os médicos declararam ser obra de bruxaria. A histeria foi de tal ordem que foram acusadas perto de 200 pessoas. Tituba e mais duas mulheres foram as primeiras.
Mas esta história não começa aqui e o leitor vai até Barbados, Antilhas O livro começa de uma forma muito impactante:
"Abena, a minha mãe, foi violada por um marinheiro inglês na ponte do Christ the King, num dia de 16**, enquanto o navio se dirigia para Barbados. Foi dessa agressão que nasci. Desse acto de ódio e desprezo." pág 11
A narrativa é efetuada na primeira pessoa, como se fosse a própria Tituba a contar a sua vida, desde a sua infância em Barbados. Temas como o racismo, a escravatura estão fortemente tratados pelo que é um livro com uma forte crítica social e política.
Não se sabe ao certo o destino de Tituba e a autora, livremente, ficcionou uma história que fez o meu agrado e que fará o vosso certamente! Leiam!
Terminado em 18 de Agosto de 2025
Estrelas: 6
Sinopse
Eu, Tituba, Bruxa... Negra de Salem
foi publicado pela primeira vez em 1986, e conta a história de Tituba,
mulher negra, escrava, julgada e condenada no célebre julgamento das
bruxas de Salem, de 1692. Maryse Condé traz-nos a incrível história
desta mulher, valendo-se da imaginação para compor os pormenores que o
tempo ocultou, e recorrendo aos mesmos fios que tecem e orientam toda a
sua obra literária: a escravatura, a influência do colonialismo na
cultura e na história das Antilhas, as raízes africanas, a condição
feminina e a condição do negro no mundo.
Cris
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