É uma história narrada a três vozes, de três mulheres ligadas por laços familiares espaçados no tempo. Altha, Violet e Kate. 1619, 1942 e 2019. A ligação destas mulheres com a natureza é muito forte, instintiva, que lhe está na pele e no coração.
Altha é acusada de bruxaria. Estamos em 1612 numa altura em que as mulheres não tinham quaisquer direitos e muitas vezes eram acusadas de bruxaria, sobretudo aquelas que tratavam algumas maleitas com mezinhas naturais. Uma forma de exterminar quem era diferente. Já ouviram falar dos julgamentos de Pendle Hill? Este relato é feito na primeira pessoa o que lhe confere mais autenticidade e força.
Violet, 1942, é uma miúda que vive um pouco alheada, sozinha, com os seus insectos, e vive com o pai autoritário e um irmão cuja ligação já foi mais forte. A mãe é um mistério na sua vida. Pouco sabe dela e não consegue que alguém lhe conte como foi a sua vida. Sabe que morreu e pouco mais. Sente que precisa de desvendar esse mistério que a envolve mas não sabe como. A visita de um primo mais velho parece que vem iluminar os seus dias mas as expectativas saem-lhe goradas e a sua vida, em pouco tempo, muda drasticamente.
Kate, 2019, está a fugir de uma relação abusiva e refugia-se numa casa herdada por uma tia-avó, Violet, que quase não conhece e de quem nem se lembra. Vai descobrindo aspectos destas suas familiares e vamos ligando as suas histórias, os seus passados que, afinal, possuem muito em comum.
Um livro de estreia da autora que abraça muitos aspectos sobretudo no que toca a diferenças de tratamento de género. Muito embora esteja aqui espelhada a condição inferior da mulher nas várias épocas, também é um livro revelador da força que ela possui, muitas vezes desconhecida e escondida, que a leva a ultrapassar barreiras pese embora todas as condições adversas.
Envolvente no ambiente criado, é um livro de leitura compulsiva. Não percam!
Terminado em 30 de Abril de 2023
Estrelas: 5*
Sinopse
Em 2019, Kate foge de uma relação abusiva e refugia-se em Crows Beck, uma aldeia remota na Cúmbria. O seu destino é a Casa Weyward, herança da sua tia-avó Violet, uma entomologista excêntrica. Enquanto lida com o trauma do seu passado, Kate descobre um segredo sobre as mulheres da sua família. Uma história que remonta a 1619, quando Altha Weyward foi julgada por feitiçaria… Tecendo as vidas de três mulheres extraordinárias, Weyward é um romance absolutamente maravilhoso sobre o empoderamento feminino, a esteira de violência masculina ao longo de séculos e o poder libertador da Natureza.
Cris
A capa é, de facto, lindíssima e tudo indica que a história de cada uma das mulheres nos prenderá do princípio ao fim do livro.
ResponderEliminarA capa é apelativa aos olhos
ResponderEliminarAcredito que seja um livro muito interessante de ler
Abraço