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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

"Uma Praça em Antuérpia" de Luize Valente

Que bom é terminar um livro e afirmar, sem dúvida alguma, que gostei tanto, tanto!

Muitas vezes, durante esta leitura, pensei que este livro poderia ter a mais umas boas duzentas páginas se fosse escrito por outra escritora. Isto é uma crítica? Não pensem nisso, porque é só uma constatação. Aqui a "palha" não tem lugar! Mais uma vez peço-vos para não interpretarem mal. Dou o exemplo da Lesley Pearse. Adoro os seus livros. Grandes, grossos, com histórias bem localizadas, com a descrição de pequenos pormenores e de locais que passamos a visualizar e a vivenciar.

Mas aqui, nestas trezentas páginas está uma história relatada de uma forma diferente. A acção passa-se de tal forma veloz que não há espaço para grandes descrições, grandes contemplações. E não é que gostei verdadeiramente disso? Tudo voa neste livro. Os capítulos pequenos, as frases curtas impelem que a leitura se faça também de uma forma galopante.

Em espaços temporais diferentes, maioritariamente em 1933 (e anos seguintes) e 2000, vamos viajando e acompanhando os personagens por várias cidades (Rio de Janeiro, Lisboa, Guarda, Paris, Bordéus, Antuérpia, Berlim, por ex.) num correpio que nos faz sentir verdadeiramente a angústia de quem nessa altura fugia por ser judeu. Simplesmente e somente por isso.

A história está bem imaginada e leva o leitor a pensar que já sabe o seu final. Quase todo. No fundo, a história decorre para que saibamos o "como" e o "porquê". No início, uma "bomba" cai: a morte de três personagens (Olivia, Theodor e o pequeno Bernardo) e a troca de identidades de uma irmã gémea por outra. Voltei atrás e reli alguns parágrafos. E pronto! A minha atenção estava irremediavelmente tomada pela história, pela escrita fluida e directa e muito credível!

Os personagens, muito bem caracterizados, deslocam-se entre sentimentos opostos que vão do amor ao ódio, da alegria à profunda tristeza, do medo e da angústia ao conforto que a solidariedade e a tolerância trazem. E o leitor sente, vive e sofre com eles. Como uma história bem contada deve fazer! E esperem pelo final... Perfeito!

Vale a pena conhecer e ler Luize Valente e o seu "Uma Praça em Antuérpia". Recomendo.

Terminado em 13 de Dezembro de 2015

Estrelas: 5*

Sinopse

Há uma saga que ainda não foi contada sobre a Segunda Guerra Mundial: a história de duas irmãs portuguesas, Olívia e Clarice. Olívia casa-se com um português e vai para o Brasil. Clarice casa-se com um alemão judeu e vai morar em Antuérpia, na Bélgica. Ambas vivem felizes, com maridos e filhos, até que a guerra começa e a Bélgica é invadida.
Para escapar da sombra nazi que vai devorando a Europa, a família de Clarice conta com a ajuda de Aristides de Sousa Mendes, o cônsul que salvou milhares de vidas emitindo vistos para Portugal, em 1940, enquanto atuou em Bordéus, França.
A família recebe o visto mas, ao chegar à fronteira de Portugal, um destino trágico a espera... Destino que vai mudar e marcar a vida das irmãs para sempre, por causa de um segredo que só será revelado sessenta anos depois. Uma história universal, de grandes amores, fatais desamores e intensa fraternidade em tempos de guerra. Arrebatador. - Carolina Floare em Sidney Rezende

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