Saber que existia uma continuação de As Cinzas De Ângela foi, de facto, uma boa surpresa. Já tenho dito que há vidas que são histórias fabulosas e a de Frank McCourt é de prender a atenção de qualquer leitor!
O primeiro livro centrava-se na sua infância na Irlanda nos anos quarenta. A pobreza, a fome, o frio, as doenças mas também o carinho e o amor. Ficamos presos à sua narrativa tal é a intensidade com que ela nos é contada.
Nesta obra retomamos a vida de Frank, dos seus irmãos e pais. Agora em Nova Iorque, terra onde espera encontrar, finalmente, o seu lugar no mundo. A sua persistência e vontade de vencer estão lado a lado com a sua vontade de gozar os prazeres que a vida lhe pode dar (expondo-se perigosamente ao alcoolismo) o que lhe traz alguns dissabores e situações que para o leitor se tornam hilariantes. Sem grandes estudos mas gostando de devorar livros, mesmo não compreendendo muitas vezes a totalidade do seu conteúdo, Frank (depois de muitos empregos) decide continuar os seus estudos e tornar-se professor. Mas como concretizar isso com a insuficiente educação académica que possui, tendo de trabalhar para se sustentar?
Com uma escrita muito peculiar, quase oral, cheia de frases longas, o autor faz-nos sorrir narrando com mestria a ingenuidade própria de quem chega a uma enorme cidade vindo de outro país, do campo, sobretudo. As peripécias não acabam nunca e, infelizmente, das páginas não posso afirmar o mesmo... Mesmo com um tipo de letra muito pequeno, este livro chega rapidamente ao fim. Espero ler em breve o outro livro deste autor que tem como título O Professor.
Terminado em 24 de Agosto de 2014
Estrelas: 5*
Sinopse
Depois de retratadas as gloriosas memórias que preencheram a sua infância na auto-biografia As Cinzas de Ângela, Frank McCourt apresenta-nos agora a história da sua vida por terras americanas desde a chegada como depauperado, mas sonhador, emigrante até à realização pessoal como brilhante professor e escritor. Frank chega a Nova Iorque com 19 anos, na companhia de um padre que conheceu a bordo do navio. Começa a trabalhar no Biltmore Hotel, e apercebe-se ironicamente da nítida hierarquização social que se vive num suposto país sem distinção de classes. Quase em seguida é mobilizado pelo exército americano e enviado para a Alemanha, com o íntuito de escrever relatórios militares e treinar cães. Quando Frank regressa aos Estados Unidos em 1953, emprega-se nas docas de Nova Iorque, embora sempre relutantemente contra os preconceitos que tentaram impor-lhe: a prerrogativa de que todos os emigrantes que chegam com sonhos e ambições devem manter-se junto dos seus e não se misturarem. Frank acaba tambem por descobrir que tem direito à escolaridade, e, apesar de ter abandonado a escola aos catorze anos, consegue ser admitido na Universidade de Nova Iorque. Durante a sua permanência na faculdade, apaixona-se e tenta viver o seu sonho. Mas Frank apenas encontra o seu lugar no mundo quando começa a escrever e a leccionar.
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