Creio que foi o título deste livro que me fez pegar nele. O que é isso de ter uma vida assim-assim? Quantas vidas assim se vive assim? Porque vivemos assim-assim quando temos o direito de ser, de ter e sonhar com tudo?
Cristina nasceu num bairro social do Porto. Nasceu mas não quer lá ficar e desde cedo tem noção que o seu lugar não é ali, ou pelo menos, não pretende que assim seja. É com a descrição da vida num bairro no início da década de 70 que Cláudia Araújo Teixeira nos presenteia com uma protagonista forte, decidida a comandar a sua vida e é através dela que vamos conhecendo toda uma panóplia de moradores que possuem um peso, maior ou menor, na sua vida.
Todos eles giram em torno de Cristina Maria. Uma caracterização sociológica muito bem feita de uma época, de um bairro fechado em si mesmo, com características específicas mas, sobretudo, a caracterização psicológica de uma mulher que luta para fugir de um destino que a pertença a um lugar pode condicionar.
Leitura rápida e muito interessante. Retratos bem conseguidos.
Terminado em 7 de Dezembro de 2021
Estrelas: 5*
Sinopse
Às 21h08 do dia 13 de Abril de 1970, enquanto a missão espacial
Apollo 13 deixa o mundo em suspenso ao anunciar Houston, we’ve had a
problem, Cristina Maria nasce num bairro social do Porto. A coincidência
escapa por completo aos seus pais, que perdem assim a oportunidade de
juntar uma boa história à já sobrelotada mitologia familiar.
A
década de 70 está a dar os primeiros passos e, com ela, traz um
vislumbre de modernidade a um país cinzento. As senhoras fazem a mise,
os cinemas inauguram as sessões da meia-noite, diz-se bom-dia com
Mokambo, os quiosques vêem esgotar a revista Gina, inauguram-se os
primeiros centros comerciais… Mas se as melhores casas do país se rendem
à alcatifa, no Bairro, o linóleo não tem rival. Se milhões choram a
separação dos Beatles, o Bairro baila alegremente ao som dos Diapasão. O
Bairro é imune ao mundo porque o Bairro é o mundo.
Cristina Maria,
que nunca descobrirá a sua ligação ao programa espacial americano, sonha
voar mais alto. Não precisa de validação exterior para traçar o seu
destino, que, sabe, está para lá dos limites do Bairro. Ela, que se
sente especial desde que tem consciência de si, jura nunca ter uma vida
assim-assim.
Retrato das últimas décadas do século XX no Porto
através dos sonhos e desalentos de uma jovem nascida nas margens da
cidade, Uma Vida Assim-Assim apresenta-nos ao Bairro que a viu nascer e a
uma panóplia de personagens tão extravagantes quanto vívidos, tão
humanos quanto anedóticos. Nesta vertiginosa viagem a um destino que não
consta dos guias turísticos, encontramos o outro lado da vida.
Cris
Acredito que seja um bom livro de ler
ResponderEliminarFeliz Natal
Parece uma leitura de que iria gostar. Obrigada
ResponderEliminarParece bastante interessante.
ResponderEliminarBoas festas, beijinhos