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sábado, 18 de setembro de 2010

Soltas...

"Fitou-o, deslumbrada. Assim era o amor: uma sucessão de coincidências que ganhavam significado e se tornavam milagres."

"Sempre que escorria a água de uma panela de feijão cozido, Ugwu olhava para o lava-louça sujo e viscoso e pensava que era igual a um «político»."

"Será o amor esta necessidade insensata de te ter ao meu lado a maior parte do tempo? Será o amor esta segurança que sinto nos nossos silêncios? Será essa sensação de pertença, de plenitude?"

"Talvez, afinal, ele não fosse um verdadeiro escritor. Lera algures que, para um verdadeiro escritor, nada era mais importante do que a sua criação literária, nem sequer o amor."

"Olhou para o seu tronco peludo e nu, e para a sua nova barba e os seus chinelos rotos, e, de repente, a hipótese de ele morrer - de todos eles morrerem - tornou-se tão evidente que foi como se uma mão se lhe fincasse no pescoço e lhe apertasse a garganta à laia de aviso. Abraçou-o com força."

"A guerra prosseguiria sem eles. Olanna expirou, inundada de uma raiva espumosa. Era precisamente essa sensação de inconsequência que a empurrava do medo extremo para o extremo da fúria. A sua vida tinha de ser importante. Ia parar de viver apaticamente, à espera de morrer."

"(...) enquanto ela desenrolava a bandeira de pano e lhes explicava os símbolos. Vermelho era o sangue dos irmãos massacrados no Norte, preto era o luto por eles, verde era a prosperidade que o Biafra teria um dia e, por último, o meio sol amarelo representava o futuro glorioso."

"(...) pôs-se a observar as crianças. Elas corriam fatigadas pela relva ressequida, com paus nas mãos a fingir que eram armas, imitando o som de disparos e levantando nuvens de poeira enquanto se perseguiam umas às outras. Até o pó parecia não ter forças. Estavam a brincar à guerra. Quatro meninos. Ontem eram cinco."

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