Gosto muito desta autora e recomendo muito o seu livro "Suite Francesa".
Tatiana é uma velha ama de uma família nobre, os Karine, que estão exilados em Paris, fugidos da Revolução Russa. Ficou a tomar conta da casa até se ver obrigada a deslocar-se também para essa cidade. Encontra-os perdidos dentro de um apartamento, sem rumo, sem estatuto, sem dinheiro. Como moscas de Outono. Daí o título. Tatiana vive de recordações.
É uma novela que está pejada de reflexões sobre a memória, o envelhecimento, a mudança imposta. Tem como pano de fundo implícito a França entre as duas guerras, a situação socio/económica de uma burguesia em decadência. Leitura que se faz num ápice. Gostei e prende o leitor.
Terminado em 4 de Outubro de 2025
Estrelas: 4*
Sinopse
«A escrita subtil e a afinada certeza psicológica recordam-nos do quanto a boa prosa pode conseguir em muito poucas palavras.»
The Times
Tatiana Ivanovna dedicou a sua vida aos Karine, que ajudou a nascer e a criar na opulência e no luxo ao longo de duas gerações.
Agora que a revolução russa triunfou, é ainda a
velha serva que continua até ao último momento a defender a propriedade
da família e a velar sozinha pelo que resta dos seus bens.
Até que o dever mais uma vez lhe impõe que atravesse a pé o país e se junte aos seus amos em fuga.
No pequeno e escuro apartamento de paris onde
agora vivem, os karine partilham o destino de tantos outros nobres
exilados russos que procuram adaptar-se à sua nova vida e sobreviver por
todos os meios possíveis, exaustos e confusos como moscas de outono.
Só Tatiana, demasiado velha para mudar, está determinada a não querer esquecer o passado...
Publicado originalmente em 1931, quando Irène Némirovsky contava apenas 28 anos, As Moscas de Outono vem contribuir
decisivamente para o aumento do seu prestígio enquanto autora, referida
pelo New York Times como «sucessora de Dostoiévski» pela sua capacidade
para refletir sobre a moralidade e as contradições da vida.
«Némirovsky evoca os lugares da sua juventude com
uma sensualidade e clareza que mostram o quanto aprendeu com Tolstói e Proust.»
The Guardian
Cris
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