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quarta-feira, 24 de abril de 2024

"Nini" de Ticas Graciosa

Não sei exactamente o que deste livro "pertence" à vida da autora mas isso, realmente, não importa de todo. Caso traduza a sua realidade, ou não, o que é relevante é como esta história nos chega a nós, leitores. 

E a história toca o coração de quem a lê, embora a escrita seja simples e a história contada de uma forma linear, o leitor reconhece a verdade destes acontecimentos porque, nas muitas histórias que ouve e vê ao seu redor, elas se assemelham na violência, na indiferença e no amor que muitas vezes as constituem.

Nini tem uma história de vida como, infelizmente, muitas crianças possuem. Agressão e amor, pai e mãe. Cresceu com o medo, sem saber bem que isso não é normal nem justo. Cresceu sem saber que a doença mental tomava de repente o pai. Mas a vida não é necessariamente feita de justiça e compreensão. Cresceu também com a indiferença de quem não quer ver e não ajuda porque não olha com atenção. A indiferença mata. Não querer reparar, mata. 

"Apesar de momentos pesados, a vida tem graça, e cada um de nós pode ser peso ou leveza na vida uns dos outros." (pág 220). Resta-nos saber o que escolhemos ser!

Não esperem um livro leve, esperem sim, um livro duro mas cheio de esperança e a certeza que o ciclo da vida pode ser mudado se o quisermos fazer.

Terminado em 26 de Março de 2024

Estrelas: 4*

Sinopse

De dentro de nós vem o pior que se pode imaginar. Mas também o melhor.

Quando Nini era criança, o pai, atormentado por um transtorno obsessivo, matou-lhe a mãe e suicidou-se — ou, como a mulher em que Nini se tornou viria a aprender, «morreu de suicídio».

Inspirado num único acontecimento real da vida da autora, justamente a morte dos pais, Nini é um romance que mergulha na construção literária de uma criança que cresce num ambiente preconceituoso e violento, e no esforço que faz para o compreender e superar ao longo da vida.

Um entusiasmante romance de estreia de Ticas Graciosa, que, com espantosa riqueza de imaginação e surpreendente habilidade, ficciona uma dor talvez há muito esquecida, mas que lhe tem imposto uma constante aprendizagem, quase uma luminosa missão para a vida: alertar.

E Nini? Terá ela compreendido, terá ela perdoado?

Cris

1 comentário:

  1. Quebrar padrões não é fácil, mas há quem consiga, a determinada fase, perceber o que quer ou o que não quer para a sua vida e ter força para mudanças. A sociedade como um todo e nós individualmente temos um papel importante na construção de vidas mais ricas e harmoniosas.

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