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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

"O Lugar das Coisas Perdidas" de Susana Piedade

Ainda estou meia aturdida com esta leitura! Sabem aquele livro que gostariam de ter conseguido escrever? Como assim, não conhecia a autora? Como me passou despercebida? Lembro-me da capa do seu livro anterior e de uma amiga mo ter recomendado. Mas são tantos os livros que nos entram cérebro adentro que este ficou esquecido. Não me lembro onde adquiri este último, nem tão pouco a razão porque chegou agora a vez dele... Te-lo-ia pegado pela capa? Pela sinopse? 

Só sei que quando dei por mim já estava embrenhada nas personagens desta obra, tão bem conseguida por sinal. Todas elas estão soberbamente desenhadas, com alguns apontamentos misteriosos que colocam o leitor de sobreaviso. São reais. Fazem-nos lembrar alguém.

O tema é pesadote mas que não seja por essa razão que o não leiam! Uma criança desaparece e toda uma vila, pacatamente instalada nos seus afazeres, se envolve na busca que esse desaparecimento despoleta. 

E vai-se compondo a trama... desde as duas amigas, já com uma certa idade, que os desamores da vida juntou; ao casal com uma filha que veio da cidade para o campo por razões aparentemente confiáveis; ao professor enjeitado por todos que busca no lixo memórias de tempos mais felizes e comida também; ao talhante coxo e ao seu ajudante carrancudo; à Isaura, a dona da tasca onde os mexericos tinham lugar; do Jeremias, aquele ser esquisito que não se dava com ninguém; à história da Mariana, sua filha Alice e aos seus tios que a adoptaram e que escondem segredos escabrosos. Todos fazem parte deste enredo que nos agarra, que nos faz desconfiar deste ou daquele!

Mas o final, "Oh God"! Perfeito! Eu sou aquela leitora que deseja que tudo acabe bem mas se isso acontece diz: "Bah! O autor podia ter pensado em algo mais original"... Conseguir balancear entre um final feliz e um mais real sem cair na tragédia, não deve ser tarefa fácil! Parabéns Susana! Um final sublime, mesmo ao meu gosto! Ah, li-o TRÊS vezes por sinal para ter a certeza que não perdia nada e estou desejosa de comentar este livro com amigos livrólicos.

Uma bela surpresa! Nota máxima!

Terminado em 7 de Fevereiro de 2021

Estrelas: 6*

Sinopse

Numa pacata vila de província, uma criança desaparece misteriosamente a caminho da escola, deixando a mãe em estado de choque e os vizinhos incrédulos e alvoroçados. No início, todos se oferecem para ajudar Mariana a encontrar a filha, mas, como sempre acontece nos meios pequenos, as intrigas, os medos e as desconfianças acabam por desenterrar histórias do passado e segredos que se julgavam a salvo, desencantando um culpado em cada esquina. O caso torna-se ainda mais enigmático quando, na manhã em que a Alice sumiu, quase todos os que lhe eram próximos tiveram, curiosamente, atitudes estranhas, pelo que, entre tantos rostos conhecidos, talvez ninguém esteja, afinal, completamente inocente. E o pior é que a única pessoa que assistiu a tudo é também a única que não o poderá contar.

Num romance trepidante que mantém o suspense até à última página, Susana Piedade – finalista do Prémio LeYa com o romance As Histórias Que não Se Contam – regressa ao tema da perda e da culpa, oferecendo-nos uma história profunda e surpreendente, na qual quase nada é o que parece.

Cris

7 comentários:


  1. Acredito que seja um livro muito interessante de ler.
    .
    Tenha um feliz fim de semana de Saúde, Paz e Amor.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Parece-me um livro muito interessante!! :))
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    Quero deambular, livre do meu medo
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    Beijo, e um bom fim de semana.

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  3. Acabei hoje de o ler e fiquei completamente arrebatada pela história e pela escrita!
    *spoiler*
    Mas este final tão em aberto deixou-me com tantas questões...quem tocou à porta? Sugere que seja a Alice mas não me parece que ela tivesse conseguido voltar para casa. E a pessoa que a levou terá sido o Jeremias, certo?

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  4. A mim pareceu-me que a Alice voltou... qto à segunda sei que na altura fiquei na dúvida e teria gostado de debater com alguém...

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  5. Estes finais deixam-me um pouco insatisfeita pelas dúvidas que levantam, mas desta forma ficam-nos na cabeça por muito mais tempo!

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