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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

"Quarenta Dias Sem Sombra" de Olivier Truc

O roubo de um tambor Sami nas regiões geladas da Lapónia Central, seguido de um assassinato de um criador de renas, leva ao desenrolar de uma investigação por parte de Nina e klemet, polícias das renas (departamento que nem sabia que poder existir).

Desconhecia tembém tantos mas tantos pormenores sobre essa região do nosso planeta que foi um gosto aprender no decorrer desta leitura. As decrições são muitas mas inseridas sabiamente nas histórias das personagens, o que faz deste livro uma leitura muito aprasível. A noite polar, o frio gélido com temperaturas abaixo dos 20/40 graus, o tipo de vida duro e implacável que os habitantes, sobretudo os criadores de renas, possuem, a aurora boreal, tudo reflete o meio ambiente em que decorre o enredo. No entanto, este livro não é para quem quer fazer uma leitura rápida e sôfrega. 

Eu fiquei indecisa. Ora tanto queria apreciar os detalhes, o ambiente descrito com requinte e pormenorizadamente, como queria que o livro avançasse depressa para saber quem fez o quê e qual as razões... Um misto de sentimentos que me levaram a quer impacientar-me, quer a saborear esta obra.

Por isto tudo, demorei dias a lê-lo já que o ambiente é morosamente descrito, mas não de uma forma aborrecida, isso não! Parecia que o mundo lá, onde a noite de quase 24 horas faz parte de um dia normal, decorre devagar, lentamente. Como se a noite e a neve fizessem retardar os movimentos e, por isso mesmo, a história. Para quem goste de apreciar detalhes, conhecer a cultura de um povo sui generis, as suas formas de pensar e agir tão ligadas ao clima (eu não conseguiria viver assim, quase sempre noite cerrada!), é um livro perfeito. Para desfrutar o ambiente pese embora os pormenores do assassinato possam ser macabros.

Gostei desta leitura, embora a tivesse interrompido por diversas vezes para me mexer, e depois, a tivesse retomado logo de seguida, como se esse acto, esse movimento, pudesse de alguma forma acelerar a acção. Um enredo cuidado, que faz transparecer o profundo conhecimento do escritor da zona retratada.

Mas a meio do livro a leitura flui mais depressa porque o ritmo da investigação também se torna mais rápido. Deste modo, a vontade de avançar na leitura intensifica-se.

Uma leitura que se quer lenta e cuidada. Para saborear devagar.

Tive bastante pena de não ter podido comparecer no encontro promovido pela editora para conhecer o autor. Tantas coisas para lhe perguntar! Como será a personalidade dele? Calmo e detalhado ou, pelo contrário, agitado e inquieto? Porque foram esses sentimentos que este livro me fez sentir...

Terminado em 15 de Setembro de 2018

Estrelas: 5*

Sinopse
Um policial étnico fascinante que nos leva a uma terra misteriosa e a conhecer uma cultura lapã incrível, infelizmente quase desconhecida.
Lapónia vai seduzi-Lo e o estilo deste novo autor também.

O pano de fundo deste fantástico policial é um lugar aparentemente tranquilo perto do Ártico, mas que se revelará uma terra de conflitos, mistérios e ódios ancestrais. Um romance fora do convencional que os Leitores de policial nórdico vão adorar.
Um mistério rico e intenso que o autor vai revelando, lentamente ao longo do livro, com um bom fundo social «comprometido» com as minorias e que vai mostrar-nos também o papel que países como a Noruega e a Suécia tiveram durante o nazismo, com numerosos colaboradores infiltrados.

Cris

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