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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

"Maria da Fonte" de Maria João Fialho Gouveia

Mais uma autora portuguesa que estava com muita vontade de "conhecer". Tendo já nas minhas estantes alguns dos seus livros, mas ainda não lhes tendo pegado, a saída deste "Maria da Fonte" foi o pretexto ideal para conhecer tanto a escrita da autora como esta história da História que não conhecia em profundidade.

Gostei muito de conhecer ambas. Confesso que fiquei muito apaixonada pela personagem, por essa mulher de armas que foi Maria da Fonte, o que me levou a não dar importãncia a algumas partes da história contada que não me fizeram sentir no seu interior, como tanto gosto. Creio que esse facto deveu-se, sobretudo, a alguns diálogos com bastantes referências políticas que achei mais cansativos, embora necessários, reconheço. 

A escrita da autora é bastante clara, povoada de discursos que nos remetem para o contexto socio-cultural da época, onde os estatutos das diferentes classes sociais estavam bem definidos e que eram difíceis de transpôr e, também, para as diferenças marcantes entre o Homem e a Mulher, ditadas pelos costumes machistas de então.

Contudo, Maria da Fonte soube liderar as hostes numa sublevação popular contra o governo presidido por Costa Cabral e que teve início na Póvoa de Lanhoso (ver Wikipédia), vencendo alguns preconceitos no que concerne ao papel da mulher na sociedade, trazendo à sua vida momentos de verdadeiro reboliço e fazendo com que ficasse a ser conhecida pela sua bravura.

Como referi, gostei muito de conhecer a vida desta personagem e com ela, a autora, Maria João Fialho Gouveia. Porque sim, acredito que, ao conhecer esta heroína portuguesa, fiquei a conhecer um pouco de quem lhe deu vida neste romance.

Terminado em 12 de Dezembro de 2017

Estrelas: 4*

Sinopse
Até quando pode uma mulher aguentar a injustiça sem erguer a voz? Após as Guerras Liberais que assolaram Portugal durante o século XIX, as decisões do governo de Costa Cabral não são bem recebidas. Os impostos aumentam, as liberdades do povo são atacadas e a Igreja é o próximo alvo. Atenta aos gritos de revolta do seu povo, que também são os seus, e às ideias miguelistas dos seus senhores, está a jovem Maria Angelina. Despedida por se ter deixado apaixonar, Maria regressa à sua aldeia da freguesia de Fontarcada, na Póvoa de Lanhoso, jurando viver por si, sem ninguém a cortar-lhe as asas. Os ideais, no entanto, não desaparecem, e, quando o governo proíbe o povo de enterrar os mortos nas igrejas, Maria decide tomar medidas. Lideradas por ela e munidas das armas possíveis, como as ferramentas de trabalhar a terra, as mulheres do Minho fazem justiça pelas próprias mãos. Maria de Fontarcada torna-se Maria da Fonte e ganha os contornos de uma líder popular. Conforme a revolta vai grassando pelo país, forçando o governo a ser demitido e o exército a entrar em cena, Maria da Fonte transforma-se num mito, surpreendendo até aqueles que com ela privavam. Esta é a história desse mito. E da mulher que está na sua origem.

Cris

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