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quinta-feira, 30 de julho de 2015

A Escolha do Jorge: Contos Húngaros

Adquiri há aproximadamente um ano o livro "Contos Húngaros" (Editorial Gleba) numa livraria de Lisboa que a par das novidades editoriais, apresenta também uma oferta considerável de livros antigos e esquecidos constituindo um manancial para todos os gostos. Livros como este (não consegui localizar a data da edição, mas que deduzo ter ocorrido na década de 50), não voltaram a ser editados posteriormente e tendo em consideração a data da sua edição, não deixa de ser uma aposta não só interessante, mas também ousada atendendo ao facto de o regime salazarista estar no seu auge, não esquecendo que a Hungria à data da edição deste livro integrava a "cortina de ferro" sob a alçada da então URSS.
Questões políticas à parte, esta compilação "Contos Húngaros" reúne quinze autores contemporâneos húngaros que de acordo com o prefácio constituem apenas alguns de entre tantos nomes que acabaram por ficar de fora deste exemplar. Era tal o número considerável de escritores de renome que a Hungria tinha nas primeiras décadas do século XX que foi editado um 2º volume de "Contos Húngaros" nesta mesma colecção.
Se por um lado, a vida e obra destes quinze escritores é para nós portugueses desconhecida, após a leitura da maioria dos contos o leitor fica com um desejo imenso de conhecer outras obras destes mesmos autores graças a contos cujas narrativas nos apaixonam, comovem e inquietam.
Tendo lido este livro há algumas semanas, trata-se de facto de um livro que não me sai da cabeça quer pelas histórias em si, pelos seus personagens, pela intensidade das cenas ou simplesmente por Budapeste e o Danúbio constituírem o pano de fundo de uma parte considerável dos contos, ocupando um lugar de destaque nas narrativas a par dos vários personagens. No seu conjunto, estes "Contos Húngaros" constituem de forma decisiva um dos melhores livros que li ao longo deste ano.
De um modo geral, os vários autores que integram a presente compilação apresentam uma sociedade cosmopolita que vive intensamente a cidade de Budapeste. As diferenças sociais são notórias entre a burguesia e as classes mais baixas, mas, em ambos os casos, todos precisam e vivem essa mesma cidade à exceção dos vagabundos que naturalmente se afastam para lugares escondidos tanto da cidade como da sociedade como que não havendo espaço para eles nesse todo que se confunde de alguma forma.
Estes autores apresentam as mulheres que lutam pela sua emancipação, tanto mulheres que tomam decisões sérias que noutros contextos e até sociedades como a portuguesa estariam a cargo dos homens, e também são apresentadas mulheres independentes que na sua forma de estar e de vestir constituem aspetos decisivos para a conquista de direitos que foram alcançados ao longo do século passado. Em todo o caso, o protótipo de mulher apresentada na generalidade destes contos é, sem dúvida, uma mulher moderna que luta pela sua afirmação na sociedade em que está inserida.
A intensidade psicológica da narrativa é outro dos aspetos trazidos a conto por alguns dos autores. Contos que para quem tem lido as obras do húngaro Sándor Márai (autor de "As Velas Ardem Até Ao Fim", entre outras obras) compreende perfeitamente a ideia de o leitor estar enredado numa teia psicológica fechada sem saber como sair ileso (e raramente sai), é algo que este mesmo escritor herdou de outros autores seus contemporâneos. A angústia e/ou desespero levada ao extremo culminando em tragédia com ou sem suicídio constitui um dos momentos altos, por vezes inesperados, de alguns dos contos desta coletânea, como em "Solidão" de A. Bonyi, "A Última Lição" de Aurél Kárpáti e "Elvira" de Lajos Zilahy.
A vida quotidiana é outro dos pontos a ter em consideração neste conjunto de contos na medida em que as cenas da vida real são descritas com bastante realismo, tanto aquelas passadas no espaço íntimo da habitação, como as cenas passadas nas ruas, nos cafés, restaurantes, banhos termais, entre outros, descrevendo, desta forma, o modo de vida em Budapeste no início do século XX.
O Danúbio, símbolo de civilização e referência para tantas cidades europeias, assume também nestes contos um papel decisivo na relação da população com Budapeste, unificando igualmente Buda e Peste, em cada uma das margens do rio e da cidade no seu todo.
O hino ao Danúbio atinge o seu ponto alto no conto "Um Homem Completamente Feliz" de Deszö Kosztolanyi (autor de "A Cotovia") em que Barthe Weigl, o herói da história, é um indivíduo da classe média e que sem grandes aspirações na vida, luta por um único sonho que é comprar um barco a motor para passar o seu tempo livre no Danúbio e, acima de tudo, uma forma de vida.
É precisamente com o sonho de Barthe Weigl que termino este breve texto partilhando aqui alguns excertos deste que é um dos contos mais belos da compilação "Contos Húngaros" contagiando-nos com o otimismo e determinação do personagem principal.
(Com o excerto abaixo podemos comparar a forma como se escreve o português nos dias de hoje com a forma como se escrevia há seguramente 60 anos.)
"A partir daquela data, êle é efectivamente feliz. Tem um aspecto mais sereno, mais franco e mais afável. Ganhou amor próprio e tornou-se mais razoável. Contìnuamente emana dêle uma estranha e sobrenatural alegria. Realizou o que pretendia, apesar de todas as dificuldades e a despeito de todas as intrigas. Não tem nada de seu, mas dispõe do seu barco a motor, um esplêndido barco a motor, dois cilindros, seis cavalos. Todos os anos, no verão, passa no Danúbio o seu mês de férias. Sulca as ondas, acompanha as regatas, ultrapassa o vapor de Viena, vôa sobre a crista branca de espuma das ondas, muito perfilado, sozinho, porque tem mêdo de que aconteça qualquer coisa ao seu gasolina. Repugna-lhe ter a bordo uma pessoa estranha, incluindo até o seu amigo, que lhe é dedicado de corpo e alma.
Êle conduz o barco a motor. Como eu era estúpido quando lhe preguntava onde o conduziria! Êle o conduz, simplesmente. Condu-lo no infinito dos seus sonhos. Até nos princípios do inverno, por entre a bruma, sob a chuva, se entrega a passeios no Danúbio, nas tardes de sábado e todo o dia de domingo. E, quando chega a primavera, ao alvorecer, à noite, antes e depois das suas horas de escritório, êle percorre o rio.
O homem que está sentado neste barco a motor é um empregado modesto, insignificante, mas feliz, muito feliz. (…)
No inverno, quando o Danúbio gela até à profundidade de um palmo e a camada de gêlo desaparece sob três pés de neve; quando as trevas ocultam os pilares da ponte, de tal maneira que não chegam a ver as águas do rio, diz que isso não durará sempre. Em Março tudo aquilo acabará. Sempre, e esteja onde estiver, só pensa numa coisa: que tem um barco a motor.
Há seis anos que o observo, que admiro esta felicidade que, em vez de diminuir e se atenuar, não faz senão crescer; esta felicidade que o próprio cumprimento dos seus deveres não matou. E é por isso que me atrevi a formular a opinião de que Barthe Weigl é um homem feliz, talvez o mais feliz do mundo.
Para ser feliz não é preciso muito: uma idéia fixa e um barco a motor." (pp. 141-142)

Texto elaborado por Jorge Navarro

segunda-feira, 27 de julho de 2015

"O Bom Alemão" de José Manuel Saraiva

Peguei neste livro e li. Li até ao fim. Num dia. Com uma escrita descomplicada e simples mas pejada de momentos verídicos da nossa História, da da Alemanha e da de França. Estamos em Maio de 68, o Movimento Estudantil no auje.
As personagens principais deste romance, Fritz e Simone, um alemão e uma francesa, envolvem-se apaixonadamente. No entanto, o espectro da Guerra, do Holocausto persegue essa relação. A caça aos Nazis que se faziam esconder, era uma constante. Quem é Fritz? O que esconde?

De fácil leitura, esta obra não deixa de parte uma série de questões que se nos colocam. Hoje sabe-se que não há lados bons nem maus. Houve pessoas boas que realizaram feitos de enorme coragem e pessoas boas que se renderam ao medo. Houve pessoas más e sem piedade nos dois lados da guerra. E Fritz? Bom ou mau? Simone soube-o da pior maneira.
Um final intenso, um final que gera um começo.

Complicado? Nem por isso. Basta pegarem no livro e disponibilizarem uma tarde. Será bem passada, garanto-vos.

Terminado em 18 de Julho de 2015

Estrelas: 4*

Sinopse

Depois de vários romances, todos muito bem recebidos pela crítica e pelos leitores, José Manuel Saraiva regressa às livrarias de todo o país com a história de um bom alemão.
Nicole e Fritz têm muito pouco em comum para além de um passado marcado pela Segunda Guerra e por sucessivos desaires amorosos. As circunstâncias especiais em que se conhecem geram, porém, entre eles um sentimento de total confiança mútua e cumplicidade.
Mas Fritz é um homem destroçado por uma herança demasiado penosa e não consegue afastar as dúvidas de Nicole sobre a sua verdadeira natureza. Confrontados com os seus próprios limites de perdão e de tolerância, serão arrastados para um desfecho imprevisível e irreparável.

domingo, 26 de julho de 2015

Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Presença

Dos 427 participantes, foi sorteado o concorrente Luís Gonçalves de Alenquer, com o pack de dois livros: "A História Secreta" e "Sanduíches tradicionais portuguesas", oferta da Editorial Presença.

Para mais informaçoes sobre os livros ver Editorial Presença aqui!

 


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Alfaguara

Dos 427 participantes, foram sorteados os concorrentes Mário Caneira de Mem Martins e Rita Verdial de Azeitão com o livro "O Jantar", oferta da Alfaguara.


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Chiado Editora

Dos 427 participantes, foram sorteados o concorrente João Rodrigues de Lisboa com o livro "Comando Verde", oferta da Chiado Editora,


e Sílvia Caseiro de Castanheiro do Sul com o livro "Justiça Cega", oferta da Chiado Editora.


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Clube do Autor

Dos 427 participantes, foram sorteados os concorrentes Inês Pessoa de Lisboa e Maria João Diogo de Massamá com o pack incluindo "O Segredo do Rio" e "Ventos de Mudança em Summerset Abbey", ambos do Clube do Autor.

 


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Guerra e Paz

Dos 427 participantes, foi sorteado o concorrente Júlio Proença da Foz do Arelho, com o livro "A Máquina não gosta de gatos"


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Matéria-Prima

Dos 427 participantes, foram sorteados o concorrente Mário Martins de Carnaxide com o livro "A porta para a liberdade"


 e Milay Martins de Fajarda, com o livro "O Assassino de Catarina Eufémia"



Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Objectiva

Dos 427 participantes, foram sorteados a concorrente Paula Ferreira do Porto e Gonçalo Pedreira de Lisboa, com o livro "Na pele de uma Jihadista"


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Planeta

Dos 427 participantes, foi sorteada a concorrente Almerinda Bento de Fogueteiro - Amora, com o livro "O dia em que Estaline conheceu Picasso na biblioteca", oferta da Planeta Manuscrito.


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Quinta Essência + ASA

Dos 427 participantes, foram sorteados os concorrentes Joaquim Domingues de Lisboa, com o livro "Mistério na Califórnia"


e Ruben Costa de Ponta Delgada com o livro "O Teorema Katherine".


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Suma de Letras

Dos 427 participantes, foram sorteados os concorrentes Joana Duarte de Cavadas e Marta Nunes de Vila Nova de Gaia, com o livro "A Perfumista"


e Krystel Leal de Corroios e Tânia Jesus de Almada , com o livro "Younger - mais uma oportunidade"



Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Vieira da Silva

Dos 427 participantes, foram sorteados os concorrentes Alice Rito de Condeixa-a-Nova, com o livro "E o Mestre disse Mata"



Alexandra Reis de Vila Nova de Gaia, com o livro "Morto para te ver"


e Celina Rodrigues de Salgueiro - Bombarral com o livro "Insanidade"


Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Autor Paulo Condessa

Dos 427 participantes, foi sorteado o concorrente Miguel Santana de Paço d'Arcos, que irá receber, o livro A Menina Elegantina e o Gnomo Assustado, oferta gentil do autor Paulo Condessa.



Resultado do Passatempo 5º Aniversário / Autora Magda Pais

Dos 427 participantes, foram sorteados os concorrentes José Leitão do Porto e Paula Pires de Almada, que irão receber, respectivamente os livros Episódios Geométricos e Viagens.


 

Na minha caixa de correio

  


Mistério na California e Sombras de Paixão foram afertados pela Editora Quinta Essência.
Da Suma de Letras chegouo Doce Tortura.
:)

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A Escolha do Jorge: Cavalo Pálido, Pálido Cavaleiro

Katherine Anne Porter (1890-1980) é um dos vulgos mais significativos da literatura do século XX
dos Estados Unidos tendo recebido inúmeros prémios como o Pulitzer Prize e o National Book Award. Ficando célebre com o romance "A Nave dos Loucos" (1962) que foi adaptado ao grande ecrã em 1965, a escritora distinguiu-se igualmente na arte do conto como a presente colectânea "Cavalo Pálido, Pálido Cavaleiro" que reúne três longos contos (ou novelas) escritos entre 1936 e 1939.
Partindo de contextos socioeconómicos que lhe são bem familiares, Katherine Anne Porter apresenta as narrativas nos estados do sul dos EUA de onde também é natural, caracterizando com grande fulgor essas mesmas regiões permitindo ao leitor visualizar com relativa facilidade os cenários descritos.
Em "Velha Mortalidade", a autora apresenta-nos as irmãs Maria e Miranda que vão crescendo na sombra de certas memórias e segredos de família, nomeadamente todas as histórias que se comentam em torno da sua falecida tia Amy, considerada uma bela mulher e que teve um fim trágico. Ao longo dos anos, as novas histórias excitam cada vez mais as duas irmãs à conta do "diz-que-diz" ou daquilo que é contado em jeito de secretismo. Se por um lado o mistério em torno da tia Amy deixa as irmãs entontecidas como que à espera de uma nova descoberta, por outro lado, à medida que a adolescência avança, Maria e Miranda compreendem que a sombra da tia Amy é um golpe demasiado pesado na medida em que todos os adultos da família referem frequentemente o facto de ninguém se assemelhar em beleza e em personalidade à tia Amy, tornando-a de alguma forma o mito da família. Cabe a Maria e a Miranda ajuizar, procurar o tom objetivo na sequência das inúmeras histórias que envolvem a tia Amy.
Miranda regressa ainda ao terceiro conto "Cavalo Pálido, Pálido Cavaleiro" que dá título a esta obra e agora já na pele de mulher adulta e em pleno delírio, fruto da gripe espanhola, causa da morte da personagem. O conto constitui uma forte crítica à política dos EUA durante a 1ª Guerra Mundial em que a par do ideal de patriotismo com os homens a participarem na guerra, longe de casa, na Europa, as mulheres veem-se compelidas a adquirir títulos, os Liberty Bonds, que ajudarão o país no esforço de guerra.
É em puro delírio que Miranda refere a dado momento: "Vamos animar as cantinas da retaguarda (…) para entreter os pobres heróis indefesos lá na Europa." (p. 219)
A oração em jeito de diálogo entre Miranda e Adam remete para o Livro do Apocalipse sendo a morte e a destruição os pontos nevrálgicos a ter em consideração tendo como símbolo o próprio cavaleiro da morte que todos ceifa e que foi tão bem representado em murais e livros durante a Idade Média, deixando, no entanto, uma ténue esperança face à Humanidade.
"- «Cavalo pálido, pálido cavaleiro» (…) «levou pra longe o meu amor…» (…).
- (…) O cavaleiro levou pra longe a mãezinha, o paizinho, o irmão, a irmã, a família inteira, além do amor…
- Mas não a pessoa que canta, ainda não (…). A morte deixa sempre um cantor para chorar os mortos. «Ó morte» (…) «Ó morte, deixa alguém que cante os mortos…». (p. 219)
O conto intermédio, "O Vinho do Meio-Dia" é dos três contos desta obra aquele que mais pontos tem em comum com os romances e contos de Flannery O’Connor com quem Katherine Anne Porter manteve correspondência. As quintas inóspitas e os seus habitantes com formas de estar e personalidades muito próprias, encontram palco neste conto para a construção de uma estranha amizade entre o sueco Mr. Helton que vindo do nada se oferece para trabalhar nas terras de Mr. Thompson revolucionando, em certa medida, toda a forma de estar dos habitantes da propriedade, tornando-a mais próspera. Passada quase uma década, a tragédia faz-se anunciar através da chegada de um outro estranho que em horas desfaz toda a base de confiança existente entre os donos da propriedade e Mr. Helton. A necessidade de Mr. Thompson em repetir os factos perante os vizinhos na tentativa de clarificar o passado e a sua reputação conduzem-no ao desespero.
A descrença na humanidade através da mentira, seja ela de cariz político ou simplesmente nas relações entre as pessoas no seu dia-a-dia, a guerra, ao mesmo tempo a solidariedade e a parca esperança são alguns dos temas centrais nestes contos de Katherine Anne Porter que deixarão por certo o leitor apaixonado mesmo com o cenário do cavaleiro da morte como pano de fundo nas três narrativas.

Texto da autoria de Jorge Navarro

quinta-feira, 23 de julho de 2015

"Comédia Em Modo Menor" de Hans Keilson

Se me tivesse ficado pela leitura da sinopse e do título, teria ficado com a ideia, à partida, que este livro não seria uma boa leitura para mim. Comédia? Com um tema destes?

Mas um amigo emprestou-me. Deves gostar, disse. Acreditei nele. E gostei realmente. O tom é sério, a história também. Um casal holandês acolhe e esconde em sua casa um judeu. Durante um ano as suas vidas alteram-se subtilmente, quase sem darem por isso. E pensam muitas vezes como será o dia em que poderão sair de casa, os três de braço dado. Como será o fim da guerra. Mas...

Fiquei com muita vontade de ler algo mais deste autor judeu alemão-holandês que participou activamente na resistência holandeza à ocupação nazi. A caracterização dos personagens é segura, profunda. A sua escrita, calma mas simultaneamente, repleta de pormenores que nos fazem deslizar para o interior daquela casa onde se passa, maioritariamente, a acção deste romance. E essa calma desaparece num instante, a dado momento da história, com um pequeno detalhe esquecido, com uma ponta solta que o casal deixa passar entre mãos. Somos, então, levados a assistir a uma reviravolta que nos tolhe, a nós leitores, os movimentos, deixando que o medo se instale tal qual personagem do livro. Foi isso que senti. Medo. "E agora?", pensei.

Como a escrita pode fazer-nos emocionar, sentir receio, medo até! Por isso gosto de uma linguagem escrita com mestria. Por isso leio.

Recomendo.

Terminado em 18 de Julho de 2015

Estrelas: 6*

Sinopse

Comédia negra em tempo de guerra, este notável pequeno romance de Hans Keilson, originalmente publicado em 1947, revela-nos um autor excecional: profundamente irónico, de escrita aguda, brilhante, moderna, da linhagem de Kafka ou de Joseph Roth.
É uma história de gente comum resistindo à ocupação nazi na Holanda: um casal, Wim e Marie, esconde em sua casa um judeu em fuga, Nico, e vai ter de livrar-se do seu corpo quando este morre de pneumonia.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

"Cidades de Papel" de John Green - Ante-estreia

A convite da Editorial Presença fui ver Cidades de Papel, baseado no livro de John Green, que passa agora para a tela do cinema.

Para além de encontrar outras bloguers, diverti-me bastante. Não li o livro (ainda!), mas fiquei deveras curiosa pois o filme é, como referi, muito divertido. Com um tipo de humor que aprecio porque não é "pateta", passei um belo serão onde as gargalhadas se fizeram sentir um pouco por toda a sala.

Uma foto para mais tarde recordar e... terminou assim a noitte!

Para mais informações sobre o livro, ver o site da Editorial Presença aqui.


terça-feira, 21 de julho de 2015

"Thérèse Desqueyroux" de François Mauriac

Pegar num livro publicado em 1927 e mergulharmos numa leitura sem que a linguagem não nos seja estranha e não nos atrapalhe é bom. Melhor é sentirmos nessas palavras a mestria de quem escreve, a delicadeza e explosão de sentimentos dos personagens. Melhor ainda é saber que, a juntar ao que referi atrás, a história relatada foi veridica!

Thérèse casou com quem era suposto casar. Se o fez por opção? Se era feliz? Na época isso pouco importava. Interesses maiores se sobrepunham, como por exemplo, a junção da riqueza das duas famílias. Devido a algumas circunstâncias favoráveis, que não analisa em profundidade, Thérèse coloca doses cada vez maiores de arsénico no copo do esposo. E assim começa o desenrolar de uma história que nos prende de tão bem contada Que está. Alternar o "depois" e o "antes" do julgamento fazem-nos tomar conhecimento desta história como de um pequeno puzzle se tratasse e não deixa a monotonia instalar-se.

Conseguirá Thérèse atingir os seus objetivos? Quais as consequências dos seus actos?

Eu gostei desta leitura. Um pequeno grande livro. Leiam, se estiverem para aí virados.

Terminado a 16 de Julho de 2015

Estrelas: 5*

Sinopse

Thérèse Desqueyroux, órfã de mãe, educada por um pai ateu no «orgulho de pertencer à elite humana», tentou, falsificando receitas médicas, envenenar Bernard, seu marido, um ser respeitável mas frio, obtuso. Para preservar a família do escândalo, este último, grande proprietário das Landes, depôs a seu favor no tribunal; o caso de Thérèse foi declarado improcedente…

segunda-feira, 20 de julho de 2015

"A História de Lupita" de Laura Esquível

Lido num dia de férias, as páginas deste livro voaram facilmente das minhas mãos. A razão principal é Lupita, uma mulher marcada desde a sua adolescência, de carácter forte e determinado e também, com uma grande necessidade de proteger quem está ao seu redor. A sua carreira assim o demonstra, é polícia. No entanto, a sua vida não foi fácil, constituindo uma polícia muito singular. O alcoolismo, as drogas, os abusos sexuais estiveram presentes na sua infância e ainda não a abandonaram de todo.

Ao assistir a um assassinato, a sua vida dá uma volta grande. Quem é o criminoso? Porque a perseguem?

Laura Esquível oferece-nos uma visão da sociedade mexicana, onde está subjacente uma forte crítica implícita aos meandros do poder político e lobbies instalados. As sua palavras marcam de tão duras que são. Uma personagem forte, bem caracterizada, na qual se centra a acção do livro.

Uma obra muito visual que dava um bom filme.

Terminado em junho de 2015

Estrelas: 4*

Sinopse


Lupita é uma mulher fora de série. Forte. Ardente. Inesquecível. Numa sociedade obcecada com as aparências, o dinheiro e o poder, ela é uma heroína improvável. Uma lutadora que protege os mais fracos e injustiçados.
Lupita é também uma mulher com um passado doloroso. Frágil. Romântica. Devastada. Que vive com memórias agridoces de um tempo que, sabe, não voltará.
Na sua busca por amor, ela dá por si no lugar errado à hora errada. Bastarão apenas uns segundos para mudar a sua vida. Ao testemunhar um assassinato, Lupita passa a ser uma mulher marcada. Mas a revolta que nasce dentro de si é mais forte do que o medo que sente. A vítima, Arturo, era o único homem em que acreditava incondicionalmente. A sua morte leva-a a tomar uma decisão extrema: lutar até ao limite das suas forças e fazer justiça… por Arturo, por si própria e por todos aqueles que não têm voz.
A escritora mexicana Laura Esquivel, autora do clássico contemporâneo Como Água para Chocolate, está de volta com uma parábola mágica sobre afetos, coragem e redenção. A sua linguagem plena de misticismo e espiritualidade dá vida a uma mulher excecional, uma heroína atípica que ficará gravada para sempre na memória dos leitores.



sábado, 18 de julho de 2015

Na minha caixa de correio

  

  


Oferta da Marcador um livro muito esperado e que já comecei a ver: A Cozinha da Marta e também Arquipélago.
Da Porto Editora chegou-me o livro Os Muitos Nomes do Amor.
Da Suma veio Caos, seguimento de Paraíso e Revolta.
Açucar, o Pior Inimigo foi uma oferta da Vogais.
Fora de Mim chegou da Booksmile.
O meu sincero obrigada a estas editoras!


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Um Livro Numa Frase



"E, portanto, sabia que nos livros se escondiam grandes e pequenas lições que nos ajudavam a encontrarmo-nos e a dar sentido à vida. Havia verdades que se escondiam entre as mentiras."

In "Conversas Com a Minha Gata", Eduardo Jaurégui, pág. 79

quinta-feira, 16 de julho de 2015

"A Ascensão do Nove" de Pittacus Lore

Às vezes encontrar leituras que agradem aos mais novos não é tarefa fácil. E quando surge algum livro que satisfaz a curiosidade do caçula cá de casa, é certo e sabido que o livro rapidamente entra pela porta para a estante. Gosto que ele goste de ler. Gosto de o ver embrenhado na leitura e que devore um livro em dois dias. Mas o "problema" surge de novo: que novo livro comprar?

O D. já tinha lido os dois livros anteriores desta série e gostado. Agora que chegaram as férias e mal ele me falou neste terceiro livro, fiquei contente. Mais um para dois ou três dias! Missão de mãe cumprida!

E sim, ele já o devorou...

Para mais informações ver Editorial Presença aqui,

Sinopse
Neste terceiro volume da série juvenil iniciada com o título Sou o Número Quatro, a história é retomada a partir do ponto em que termina O Poder de Seis. Das nove crianças que conseguiram escapar à destruição do seu planeta de origem, Lorien, pelos cruéis Mogadorianos restam apenas seis. Estas crianças são os Garde, que se refugiaram na Terra em diversos continentes. À medida que crescem e desenvolvem poderes especiais, ou Legados, vão sendo preparados para um confronto final com os seus inimigos. Para conseguirem salvar o seu mundo e o nosso, têm de se reunir porque só juntos são suficientemente poderosos para enfrentar os seus inimigos. Mas entretanto, mais uma menina conseguiu escapar de Lorien… 


quarta-feira, 15 de julho de 2015

A Convidada Escolhe: Livro

"A mãe pousou o livro nas mãos do filho." Assim começa este romance; está-se em 1948, uma pequena vila do interior de Portugal. Mesmo no final, outra mãe e outro filho, repete-se o gesto, desta vez já na primeira década deste século. O mesmo livro, o livro que temos na mão e que estamos a terminar. Livro recebe o livro.
Há como que um voltar ao princípio, uma história que se repete, um desvendar de um segredo, um deslindar de questões que ficaram por resolver, um passar de um testemunho de uma história muito portuguesa.
O romance tem duas partes muito distintas.
Na primeira, o Ilídio, o Josué, o Cosme, o Galopim e a Adelaide para além da velha Lubélia são as personagens que seguimos numa vila de um Portugal atrasado e pobre. As brincadeiras dos rapazes, os bêbados, os deficientes sem apoios, os bailes onde se trocam os primeiros olhares e bilhetes "Se namorares comigo dou-te um pombo, 100 escudos e um livro", as idas às sortes e as primeiras experiências fora da vila, a repressão sexual, a emigração e os riscos de uma fuga para um país desconhecido, sem dinheiro e sem papéis, à mercê de engajadores sem escrúpulos. Mais tarde, já nos anos 60, o medo da guerra e a ida a salto por Espanha até Paris, a vida nos bidonvilles da grande cidade onde se trabalha e se sonha com a terra distante e com as cartas que nem sempre vêm. Os desencontros, as saudades, o não desistir e acreditar num amanhã melhor, o lutar. Adelaide, cuja felicidade é amputada pela velha Lubélia aspira à liberdade e à independência de viver a sua vida e acaba por cair numa relação de violência psicológica, de controlo, por parte de um homem obcecado e de personalidade doentia. E depois a referência ao Maio de 68 e ao Portugal de 74, altura em que nasce o jovem Livro. O regresso a Portugal, a construção de uma casa, a concretização de sonhos de toda uma vida de trabalho.
Livro é nome de personagem, mas também é o local onde se trocam mensagens, instrumento para estabelecer uma amizade e uma relação, local onde é colocada como marcador uma carta há muito esperada mas nunca entregue, local de segredos. Para Ilídio, a última lembrança da mãe. Para Constantino, os livros são uma obsessão e uma doença.
Na segunda parte do romance, Livro surge em frequentes diálogos com o/a leitor/a, falando directamente e com referências a autores e títulos da sua paixão pelos livros, pela leitura e pela escrita. "Grande parte deste livro que estás a ler foi escrito com a soma do que conservo desses agostos". (…) "Ao longo da escrita deste livro que estás a ler, tenho sentido que gostaria de poder fazer o mesmo com o que sei." (…) "Nas tuas mãos, a vila descansa e Paris é tão longe. Às vezes, penso em ti sem te dizer. Mesmo esses pensamentos invisíveis estão agora nas tuas mãos. Seguras o meu nome. Este livro que estás a ler e que estou a escrever, onde estamos, é exactamente o mesmo que a minha mãe me pousou nas mãos, como na primeira frase. Também esse livro era este. O início também é agora. (…) Agradeço-te por teres aceitado que este livro se transformasse em ti e pela generosidade de te teres transformado nele, agradeço-te pela claridade que entra por esta janela e por tudo aquilo que me constitui, agradeço-te por me teres deixado existir, agradeço-te por me teres trazido à última página e por seguires comigo até à última palavra. Sim, tu e eu sabemos, isto: . Insignificância, pedaço de nada. Interior da letra ó. Mas isso será daqui a pouco. Por enquanto, aproveitemos, ainda estamos aqui. "

Almerinda Bento

terça-feira, 14 de julho de 2015

"Conversas com a Minha Gata" de Eduardo Jáuregui

Se eu, à partida, leria este livro? Não!

Se eu ficaria apaixonada pelo título ou pela capa? Também não.

Mas os livros são assim mesmo: às vezes surgem na nossa vida um pouco por acaso. Com este assim foi.

Não tendo qualquer tipo de relação com nenhum animal, estes livros que abordam a interação homem/ animal, não constituem para mim uma atracção particular. Gosto de animais mas... ao longe. Não sei falar-vos, por essa razão, da empatia que se cria entre um animal e o seu dono, dos laços de amizade estabelecidos, da fidelidade e do amor que o ser humano recebe dos animais de quatro patas.
Por isso, para mim, este livro foi uma aventura. E se querem saber, uma aventura bem sucedida.

Uma gata que fala. Que surge num momento crítico de vida de uma mulher, a Sara. E que a vai ensinando como recuperar a sua vida. Ou melhor, uma nova vida. Aos poucos. Como ganhar de novo um caminho. Mas será que Sibila, a gata, fala mesmo com Sara? Ou é através de outra forma que a ensina?

Não posso deixar de referir o belíssimo trabalho do autor. Conseguiu na perfeição colocar-se no papel de uma mulher, com os seus sentimentos conturbados após uma crise matrimonial, nos seus desejos e na sua vontade de mudança. A mim enganou-me completamente: suspeitando que fosse um livro autobiográfico, já ia eu a meio do livro, procurei a badana para ler algo referente à "autora". O espanto foi susbstituido pela admiração.


Um exercício de escrita que achei espectacular, cheio de imaginação mas também cheio de pequenos ensinamentos. Um livro que se lê num sopro. Recomento vivamente!

Terminado a 13 de Julho de 2015

Estrelas: 5*

Sinopse

Em vésperas do seu 40.º aniversário, Sara Léon, uma espanhola emigrante em Londres, dá-se conta de que não é uma mulher feliz. O trabalho na empresa já não a entusiasma. A relação com Joáquin está próxima do fim. Em Espanha, a crise económica afeta de forma irreversível a sua família. E como se isto não bastasse eis que entra na sua vida, através de uma janela, Sibila, uma elegante e misteriosa gata abissínia falante que prova conhecer mais sobre a vida de Sara do que a própria.
De olhar penetrante, um sentido de humor peculiar e uma sabedoria milenar, Sibila dispõe-se a ajudar Sara a enfrentar os desafios e a acreditar novamente nos seus sonhos. Contudo, há um problema: Sara receia que Sibila não seja mais do que um sintoma precoce de perturbação mental. Desde quando é que os gatos falam? Há muitos caminhos para chegar à felicidade, mas os gatos conhecem todos os atalhos.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

"Beijo Fatal" de Jeff Abbott

Ler policiais não é um hábito. Mas embora não o faça frequentemente, gosto de variar nas minhas leituras e, como tal, têm sempre lugar na pilha imenssssaaaa de livros que andam cá por casa e que me fazem ter reações tão diversas e sentimentos tão diferentes.

Não tenho um faro policial muito desenvolvido (lol!) e por isso os escritores enganam-me com facilidade! O assassino passeia-se à minha frente e quase me acena sem que eu o veja! Mas neste livro, a certa altura, isso era evidente: o próprio autor, em paralelo, fez-nos questão de nos mostrar quem era o "monstro". Pensava eu! E quando existe mais do que um? E quando quem não mata também é culpado?

Gostei desta leitura sobretudo porque o mistério tem várias frentes e não é algo linear. Um livro que recomendo. Um autor que nos surpreende sempre!

Terminado em 9 de Julho de 2015

Estrelas: 4*+

Sinopse

Whit Mosley, juiz de paz na cidade de Port Leo, Texas, é um rapaz novo e descontraído, tanto na vida como no cargo. Em ano de reeleição, não parece muito interessado em lutar pelo seu emprego, o último numa longa lista de falhanços profissionais.
No entanto, as águas da pacata cidade costeira não vão demorar muito a agitar-se: uma noite, Whit é convocado para atestar um óbito. O cadáver pertence ao filho de uma senadora, regressado à terra natal depois de uma carreira no mundo da pornografia. Terá sido suicídio, alimentado por uma antiga tragédia familiar? Ou será que um assassino obcecado o usou como peão num jogo deturpado?
Quando Whit desafia a pressão política e começa a investigar, ele e a detetive Claudia Salazar põem as suas carreiras - e as suas vidas - em perigo, expondo um ninho de barões da droga, vigaristas e tubarões sedentos de poder, todos em busca de sangue.
Mas nas areias quentes de Port Leo há segredos ainda mais obscuros enterrados… e ninguém é o que parece ser.

domingo, 12 de julho de 2015

Ao Domingo com... Magda Pais

Era uma vez uma menina que tinha um sonho. Quer dizer, ela tinha vários, como todas as crianças. Mas havia um que era o seu maior sonho. Ter uma biblioteca. Essa menina adorava ler. Começou com livros aos quadradinhos, depois os livros de aventura dos Cinco, dos Sete... Patrícia, o Colégio das Quatro Torres.. eram tantos mas ela lia-os todos. Se lhe ofereciam livros no Natal... no Ano Novo já perguntava se não havia mais.

A menina cresceu. E os livros continuavam a acompanhá-la, assim como sonho também. Um dia teria uma biblioteca para poder ter os livros todos que sonhava. Porque agora, já adulta, não esperava que lhe oferecessem livros - se bem que continuava a ser a sua prenda preferida. Ela comprava-os. E lia, lia sempre.

Mais tarde descobriu a internet. E com ela um site onde vários autores, mais ou menos conhecidos, iam publicando alguns textos e onde era permitida a interacção entre os escritores e os leitores. E a menina, já adulta, inscreveu-se no site para poder ler e, eventualmente, comentar.

Um dia, comentaram o seu comentário. E dai para a frente foram sempre comentando o que ela dizia e desafiando-a para que, para além de comentar, que participasse com textos dela. E, num momento oportuno, ela contou a história de amor dos seus avós. Mais textos se foram seguindo, e a menina, agora adulta, que sempre tinha sonhado ler, agora também escrevia.

Em 2009 veio o primeiro convite. Uma editora convidou-a a partilhar, num livro, as experiências, positivas e negativas, que tinha na internet. Afinal ela já a usava desde 1998. E nasceu Vida na Internet, o primeiro livro. O sonho de ter uma biblioteca mantinha-se, mas agora essa biblioteca tinha um livro dela.

E ela continuou a escrever. No site e no blog que lhe tinham criado.

Em 2011 novo convite. Publicar as crónicas que tinha colocado no blog. E nasceu o livro Episódios Geométricos.

Dizem que há três coisas que o ser humano deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Ela já tinha dois filhos, já tinha plantado várias árvores e já tinha editado dois livros. Só não tinha ainda a biblioteca com que sempre sonhara.

Por estas ou aquelas razões, essa menina, já adulta, deixou de escrever. 

E depois voltou a fazê-lo. Mudou o blog de plataforma, foi para o Sapo, onde se sente em casa e onde é muito acarinhada - por outros bloguistas e pela equipa. E continuou a escrever.

No dia em que fez 16.436 dias a menina, adulta que sou eu, recebeu mais um convite da editora, para que editasse mais um livro, Viagens de seu nome que saiu há uns dias.

Hoje, a menina adulta que sou eu, continua a sonhar com uma biblioteca maior do que aquela que tem, e, apesar de nunca o ter sonhado, tem três livros escritos por si.

Magda Pais

sábado, 11 de julho de 2015

Na minha caixa de correio

  

  

 

Segredos Obscuros foi oferta da editora Suma de Letras. 
Da Editorial Presença chegaram o Conversas Com a minha Gata e
O Fim das Estações;
Da editora Esfera dos Livros, Os Alimentos Também Curam de Francisco Varatojo,
Da Planeta o Vamos Pintar Juntos e  Doze Com Quatro;
Verdade e Consequência foi oferta da Bizâncio.
Emprestado do Segredo dos Livros, Hans e Rudolf.