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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

"O Jantar" de Herman Koch

Um livro, duas partes distintas.

Na primeira, nada. Pouco sucede. Algumas descrições dos personagens e situações passadas efetuadas pelo narrador, um dos membros de um casal que vai jantar com outro casal, parentes por sinal. São páginas e páginas em que o leitor aguarda (que algo aconteça) num mar de palavras bem escritas. Um mar calmo mas de águas turvas. Espera-se algo sem saber o quê.

Na segunda, as águas agitam-se e o inesperado acontece. Duas famílias reunem-se durante um jantar para resolver qual a solução a dar a certas atitudes dos filhos que levaram a consequências devastadoras e trágicas.

Uma leitura com um desfecho improvável, que nos deixa desconfortáveis e prontos para refletir sobre até onde o amor nos pode levar para defender um filho... É, precisamente quando descobrimos o que os personagens/pais pretendem fazer, que se trava um combate interior no leitor e nos colocamos ora dentro dos seus papeis como pais, ora fora deles como meros observadores.

Por outro lado, o narrador, ao contar-nos a história sob a sua perspectiva, infunde no leitor um certo grau de aversão por outro personagem, seu irmão, candidato a um cargo político. Essa antipatia vai-se esbatendo com o decorrer da narrativa quando nos debatemos com os verdadeiros valores morais que estão subjacentes a essa persanagem e que em nada condizem com os apresentados por seu irmão, o narrador.

Terrível pensar onde o ser humano pode chegar para defender o que julga ser seu! Um drama familiar violento que é resolvido de forma violenta também! Até onde um pai é capaz de passar por cima dos seus valores e crenças para defender o seu filho? Até onde sou capaz de ir? E tu?
Um livro que faz pensar.

Terminado em 14 de Agosto

Estrelas: 4*+

Sinopse

Até onde iria para proteger a sua família?
Noite de Verão em Amsterdão: dois casais encontram-se para jantar num restaurante. A trivialidade da conversa, sobre férias e trabalho, entre garfadas satisfeitas e sorrisos educados, deixa adivinhar um jantar aparentemente normal. Aparentemente. É quando chega o prato principal que descobrimos que os casais não se juntaram para jantar pelo prazer da refeição e da companhia, mas para discutir um acto de violência ignóbil perpetrado pelos filhos de ambos. Entre status e família, vamos descobrindo até onde as pessoas estão dispostas a ir para defender o que é seu e impedir o seu pequeno mundo de cair por terra. A natureza do mal exposta à mesa de jantar e a subtileza (i)moral da narrativa faz desta uma história incómoda, provocadora e controversa, que arrasou as tabelas de livros mais vendidos. Uma narrativa surpreendente, tensa e brilhante que não deixará ninguém indiferente.

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