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segunda-feira, 31 de março de 2014

"A rapariga de Auschwitz" de Eva Schloss

Uma longa caminhada vivida por quem sobreviveu ao holocausto! Uma lição de vida, tantas lições a retirar desta leitura!

Eva esteve dois anos em Birkenau/Auschwitz em condições inimagináveis. Sua mãe também. Sobreviveram ambas. Seu pai e irmão acabaram por falecer, nos últimos dias, quando os alemães os obrigaram a abandonar o campo e caminhar, aquando da sua retirada...

Áustria, Bélgica, Holanda até chegarem à Polónia...uma família que tentou desesperadamente fugir do ódio dos alemães sem sucesso, a todo o sentimento anti-semita que grassava pela Europa fora e que se cruzou com a família de Anne Frank, antes da anexação da Áustria pela Alemanha e depois da guerra. Otto, o pai de Anne viria ser, mais tarde, padrasto de Eva.

Eva e sua mãe sobreviveram devido a alguns golpes de sorte. A sua vida viria a ser marcada, inevitavelmente, pelos horrores vividos. Esta é a sua história: uma história de luta e de coragem mas também de sofrimento e inúmeras tentativas de ultrapassar o seu passado sem rancor e ódio.

Um livro que me marcou profundamente e que recomendo muitíssimo. Pesado, eu sei. Mas também um marco de esperança, uma mensagem profunda sobre o preconceito e a tolerância.

Terminado em 24 de Março de 2014

Estrelas: 6*

Sinopse

É um relato de uma sobrevivente ao Holocausto e da sua luta para viver consigo mesma depois da guerra, uma homenagem a todas as vítimas que não viveram para poder contar a sua própria história e um esforço para assegurar que o legado de Anne Frank jamais seja esquecido. Eva foi feita prisioneira pelos nazis no dia do seu décimo quinto aniversário, tendo sido enviada para Auschwitz. A sua sobrevivência dependeu de inúmeros pequenos golpes de sorte, da sua determinação e do amor e da protecção da mãe, Fritzi, que foi deportada juntamente com ela. Quando o campo de concentração de Auschwitz foi libertado, Eva e Fritzi iniciaram a longa viagem de regresso a casa. Procuraram desesperadamente o pai e o irmão de Eva, dos quais tinham sido separadas. Meses mais tarde receberam a trágica notícia de que os dois haviam sido mortos. Antes da guerra, em Amesterdão, Eva tornara-se amiga de uma jovem chamada Anne Frank. Embora os seus destinos tivessem sido muito diferentes, a vida de Eva iria ficar para sempre estreitamente ligada à da amiga, depois de a sua mãe, Fritzi, casar com o pai de Anne, Otto Frank, em 1953.

domingo, 30 de março de 2014

Ao Domingo com... Vera de Vilhena

Nasci em Lisboa, em 1969. Já em miúda, enquanto a minha irmã subia às árvores ou escarafunchava recantos à caça de bichos, eu preferia sentar-me na poltrona de xadrez do meu pai, de nariz enfiado num livro. Gosto da natureza, mas a minha própria natureza vencia-me. Na adolescência nasceram os diários e os primeiros poemas cheios de maiúsculas, de pontos de interrogação e de exclamação, a tentar compreender o mundo, confrontá-lo com a minha indignação. Ah, a arrogância dos jovens. Como se ao mundo importasse mais uma adolescente emotiva. Cresci. Entreguei-me a um primeiro manuscrito ingénuo, que rapidamente abandonei…mas o bichinho estava lá, era preciso pousar os livros por um instante e tentar ir à caça dos meus bichos, escarafunchando histórias, personagens, lugares. Tornei-me cantora profissional por acaso. Casei, fui mãe. Tive a sorte de ir conseguindo ganhar a vida a fazer o que gosto. O meu filho pedia-me histórias inventadas. Eu obedeci. Metiam sempre coisas e animais, nunca princesas, dragões, cavaleiros, fadas ou bruxas. Fui escrevendo e guardando papéis nas minhas gavetas. Um dia brinquei aos escritores e publiquei uma novela. O Pisa-papéis. Publiquei na revista Egoísta, primeiro um pequeno texto de ficção, depois alguns poemas. Fui escrevendo. Escrevi mais nos anos em que, abençoada por uma espécie de emprego, como cantora, que me dava um ordenado certo e me deixava muito tempo livre, pude libertar-me da angústia de não saber se iria conseguir pagar as contas no mês seguinte. Os tempos mudaram, todos sabemos. A nossa vida mudou. Fui cantando menos e escrevendo mais, como se a vida me passasse um
estandarte; me tirasse da mão para me dar com a outra. Hoje sinto-me mais cigarra do que formiga…escrevendo. 
Um dia troquei a cidade pelo campo. Decidi tentar a sorte, perseguindo o sonho da escrita. Sentimentos contraditórios: muitas vezes não sei o que persigo, se o ofício de escritor, se a mera ideia romântica de o ser: a escritora junto à enorme janela, na sua casa de campo, a chávena de café, os pássaros lá fora.  
Veio o Prémio Revelação APE/Babel com uns contos que escrevi para adolescentes. E em 2012 terminei, enfim, o primeiro volume de uma longa história que me obrigou a trabalhar muito; que ainda hoje me rouba múltiplas horas: a trilogia “A Ilha de Melquisedech”.

Tal como eu, esta história tem idade interior incerta. Não se percebe muito bem a que faixas etárias se destina, nem se sabe ao certo como classificá-la. Uns dizem que é literatura fantástica, outros que é uma alegoria, outros, como eu, chamam-lhe um romance de fantasia (pois também mete um feiticeiro, fadas, faunos, um ciclope, lestrigões e até uma mulher com oito braços). Parece que o livro só quer brincar mas não é bem assim: a brincar a brincar, nele vai surgindo o mundo a sério e, afinal, o que parecia fantasia não é bem. E porque, muitas vezes, o que separa a realidade mais dura da fantasia, a lucidez da loucura, a verdade da mentira, são fios de cristal quase invisíveis; porque precisamos de fugir para mundos de papel onde fingimos paraísos. Onde tudo é perfeito na imperfeição de vidas inventadas que, sendo imperfeitas, bem que podiam ser realmente nossas.
O meu blogue - http://veravilhena.blogspot.pt/ 
O meu site - http://veravilh.wix.com/gavetas-e-gavetinhas 

Vera de Vilhena

sábado, 29 de março de 2014

Passatempo "Acredita e Vencerás"

Para participar neste passatempo, basta aceder à página deste livro no Facebook - https://www.facebook.com/acreditaevenceras/app_175978879231314 e aí "fazer gosto" na página, preencher nome, email e indicar o blog "O tempo entre os meus livros". Os participantes habilitam-se a ganhar um dos 10 exemplares que serão sorteados.

Na minha caixa de correio

  
   



Oferta da Porto Editora, Laços da Vida de Debbie Macomber! Vai ser o próximo a ser lido.
Do Liga e Ganha, veio O Culpado, O Peso da Fama (que afinal ja tinha!) e As Mulheres do Marquês de Pombal.
Acredita e Vencerás foi oferta da escritora. Passatempo a decorrer. Vou postar ainda hoje o link.
Da Quinta Essência veio Uma Noite no Expresso Oriente. Obrigada.
Gentilmente oferecido pelo Clube do Autor, O Bibliotecário, livro que despertou a minha curiosidade porque li opiniões muito favoráveis.


sexta-feira, 28 de março de 2014

Novidade Porto Editora

Os Ficheiros Snowden 
de Luke Harding

Tudo começou com um e-mail: «Sou um alto funcionário dos serviços secretos…» 
O que se seguiu transformou-se na mais impressionante fuga de informação alguma vez testemunhada pelo mundo moderno. As consequências abalaram líderes de inúmeras nações: de Obama a Cameron, aos presidentes do Brasil, França e Indonésia, passando pela chanceler alemã. Edward Snowden, um jovem génio informático a trabalhar para a Agência de Segurança Nacional americana (NSA), ousou tornar público o programa secreto de espionagem mundial. 
Levado a cabo com o beneplácito do governo dos Estados Unidos da América, esse plano é defendido como sendo essencial à vigilância de eventuais atos terroristas.
No entanto, para o cidadão comum trata-se de um feroz atentado à privacidade.
Desde logo, urgia pensar nas motivações de Snowden e nas consequências que a sua revelação teria a nível mundial. Este trabalho, apresentado pelo premiado jornalista do The Guardian Luke Harding, dá a conhecer todos os pormenores do caso Snowden: o dia em que este abandona a namorada no Havai e parte para Hong Kong com quatro computadores carregados de informações secretas, as semanas posteriores à divulgação do programa da NSA e a procura incessante de asilo político. Agora, em Moscovo, Edward Snowden enfrenta as acusações de espionagem por parte dos Estados Unidos da América e um futuro incerto no exílio.

Convite Objectiva



Novidade Presença

Longbourn - Amor e Coragem
de Jo Baker
Para todos os que admiram a obra de Jane Austen, esta é uma oportunidade única de revisitar o seu universo, mais concretamente o de Orgulho e Preconceito, mas numa perspetiva completamente nova. Jo Baker conseguiu a proeza de pegar num clássico e reimaginá-lo, com brilhantismo, a partir do ponto de vista dos criados. Enquanto no andar de cima tudo gira em torno das perspetivas de casamento das meninas Bennet, no andar de baixo os criados vivem os seus próprios dramas pessoais, as suas paixões e angústias. À semelhança da obra que a inspirou, também Longbourn é uma história de amor apaixonante e uma comédia social inteligente, que nos dá a conhecer o quotidiano daqueles que serviam nas mansões rurais inglesas do século XIX. Uma obra admirável, que capta na perfeição a atmosfera da Inglaterra de Jane Austen.

PASSATEMPO em breve!

Novidade ASA

A Informadora
de Lindsey Davies

Roma, ano 89 DC. As regras ditam que uma mulher deve ser submissa e modesta. Não deve levantar a voz, vestir roupas extravagantes, sair à noite, beber ou desafiar a autoridade… e muito menos envolver-se em assuntos criminais.
Flávia Albia contraria todas estas normas (e mais algumas). Vive sozinha na zona boémia de Roma, cultiva amizades pouco recomendáveis e não se coíbe de lutar pelos seus direitos. Filha de um detetive, Flávia decidiu desde cedo seguir os passos do pai. Mas a investigação é uma profissão masculina. Para ser respeitada, ela sabe que terá de ser a mais rápida, a mais perspicaz, a melhor.
 Flávia é a única a reparar que o número de mortes inexplicáveis tem vindo a aumentar na cidade. Por não terem ligação entre si nem indícios de violência, não levantaram suspeitas. As denúncias de Flávia são ignoradas pelas autoridades, que estão demasiado ocupadas com a organização dos Jogos de Ceres, o momento alto do ano. E até mesmo a própria Flávia, distraída com a perspetiva de um novo romance, não vê que a morte está demasiado perto de casa…

quinta-feira, 27 de março de 2014

A Escolha do Jorge: "Portugal: A Flor e a Foice"

“Portugal, a Flor e a Foice” de José Rentes de Carvalho foi publicado inicialmente na Holanda em 1975 numa altura em que o escritor tinha 45 anos de idade. Partindo de algumas obras de referência da historiografia portuguesa de então, de jornais portugueses da segunda metade do século XX, e de outras publicações estrangeiras, José Rentes de Carvalho passa a História de Portugal a pente fino de forma lapidar não poupando críticas aos governantes que o país tem tido desde a sua fundação até sensivelmenteoutubro de 1975.
Trinta e nove anos depois da sua publicação, “Portugal, a Flor e a Foice” é editado no nosso país e será certamente um livro que com esta distância de tempo ainda irá incomodar muitas pessoas que se por um lado fizeram parte do regime ligado ao Estado Novo, também acabaram por desempenhar um papel importante no período após o restabelecimento da liberdade na sequência do 25 de Abril de 1974.
Com uma visão crítica reflexo de um olhar atento, José Rentes de Carvalho levanta sistematicamente duas questões ao longo de toda a obra, a primeira tem a ver com a incompetência e falta de preparação dos governantes portugueses desde o tempo da monarquia até 1975 que nunca souberam apostar e desenvolver verdadeiramente o país do ponto de vista económico criando uma sociedade mais justa e dinâmica e a segunda, como consequência dos aspetos anteriores, obrigou sucessivamente os portugueses a tentarem a sua sorte através da emigração, fenómeno que está associado à população portuguesa sobretudo desde os Descobrimentos a partir do século XV.
O que é verdadeiramente surpreendente em “Portugal, a Flor e a Foice” é a linguagem utilizada dando a sensação de que o livro foi escrito recentemente, no seguimento da atual conjuntura de depressão económica e social que o país vive que, de resto, tem sido uma constante desde o início da nacionalidade.
Ler hoje “Portugal, a Flor e a Foice” leva-nos a questionar o que terá mudado em Portugal para que ao longo de séculos sucessivos continuarmos a praticar os mesmos erros que têm sempre as mesmas consequências e as mesmas vítimas, os mais pobres de entre a população. Aqui, quando se refere a mudar é efetivamente ao nível do modo de pensar ao ponto de o leitor ao longo da obra compreender que as principais mudanças que têm ocorrido raramente têm os portugueses como principal foco, mas sim a satisfação dos interesses privados de uma minoria.
Esta questão é tanto mais visível à medida que “Portugal, a Flor e a Foice” transita da ditadura salazarenta para a democracia periclitante e nervosa em que muitas das altas individualidades que tanto apoiaram e defenderam o opressor acabaram por vir a desempenhar um lugar cativo no pós-25 de Abril ao ponto de à boa maneira provinciana (reflexo ainda medieval) cada um tenta obter o seu “cadinho” de poder sobre terceiros, uma maioria analfabeta e ignorante e facilmente manipulada.
Passados 40 anos do fim da ditadura é lícito questionar “a quem tem servido a restauração da democracia?” quando nos dias que correm assistimos a verdadeiras nódoas políticas que mancham e ferem a liberdade e os direitos dos cidadãos que com tanto custo foram adquiridos e, em consequência disso, deparamo-nos com uma fuga incessante da população ativa para fora do país não esquecendo que atualmente, e ao contrário de outros períodos da História que o país viveu, atualmente são precisamente as pessoas mais qualificadas e mais jovens que estão a abandonar Portugal em virtude de não vislumbrarem perspetivas futuras.
Se de acordo com José Rentes de Carvalho a revolução de 1974 não foi verdadeiramente a fundo por falta de coragem e seriedade necessárias por parte de quem tinha o poder em mãos, não é de estranhar que ainda vejamos murais alusivos ao 25 de Abril com slogans do tipo “Ainda há muito Abril por cumprir”.
Passados praticamente 40 anos da sua publicação, mudaria José Rentes de Carvalho alguma coisa em “Portugal, a Flor e a Foice”?

Excertos:

"De um ponto de vista social, a emigração portuguesa constitui a manifestação de uma forma de escravidão que subsiste ainda hoje. De um ponto de vista ético, a emigração portuguesa significa a negação constante do direito mais elementar da pessoa: o direito à vida no próprio país. De um ponto de vista político, a emigração supõe a renúncia à revolta."



Será que o destino de um povo, de um país, seja coisa que se compare a uma conta de merceeiro? Na realidade portuguesa de hoje – para nos limitarmos a ela – será válido o raciocínio de que, porque somos muitos, somos mais fortes e melhores?

Um país – e ao escrever isto não tenho a impressão de anunciar novidade ou descobrir coisa semelhante à pólvora – não pode ser propriedade de sóuns quantos mesmo muitos, uma reserva de eleitos, um negócio entre compinchas.
“O povo, com o seu secular bom senso, ri-se das teorias, das modas políticas, das análises grotescas com que pretendem estudá-lo, moldá-lo e explicá-lo. O que vê e sente di-lo na linguagem simples do humor.”
“Um momento, durante os primeiros meses que se seguiram ao 25 de Abril, houve a esperança de que realmente alguma coisa iria mudar. O Portugal revolucionário ia ser exemplo, um passo em frente para uma Europa nova, o país cuja sociedade garantiria a cada cidadão um lugar digno. Mas quê? Em fins de 1975 as elites de agora são as mesmas de ontem, acrescentadas de uns poucos que, hábeis, subindo a tempo, ocuparam um lugar; diminuídas temporariamente da meia dúzia que, no estrangeiro, confortavelmente, aguarda dias melhores que muito certamente voltarão. Tal como na velha República de 1910, em que os ministros foram quinhentos, interessa ser ministro, garantir as benesses do amanhã.”
“Mas pela primeira vez em meio século há liberdade, e a esperança pequenina, mas real, de dividir por todos aquele muito que era de poucos.
Porém, para resguardo, e porque a liberdade e a esperança de momento são recentes e frágeis, dá 
vontade de lhes pôr ao lado o letreiro que às vezes se encontra nos jardins: «É favor não pisar. Semeado de fresco».”


 Texto da autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 26 de março de 2014

Experiências na Cozinha: "10 por 10" de Chakall

Muitos de nós chegamos a casa e, cansados de mais um dia de trabalho, queremos despachar o jantar rapidamente. Cá em casa é um pouco assim e gosto de fazer pratos rápidos e, sempre que possível, deliciosos.

Chakall promete-nos isso neste livro: 10 mimutos por menos de 10 euros! Não sei se realmente demorei esse tempo, tanto mais que somos cinco e que a minha malta come imensooooo! Logo, tive de fazer a receita a dobrar!!!
Mas que foi fácil, foi. Escolhi para o almoço de Domingo, "Sandes de Filetes de Pescada".

E fiz assim:

Depois de temperar os filetes com sal (usei sal aromatizado feito na Bimby), pimenta e sumo de limão, fritei-os num pouco de azeite. Virei dos dois lados e quando tostados, coloquei por cima alho e coentros frescos picados. Depois, uma fatia de queijo e rodelas de tomate. Tapei o tacho e deixei o queijo derreter em lume brando. Coloquei cada filete em cima de uma fatia de pão escuro, temperei com pimenta e coentros picados e voilá!

A receita dizia para barrar o pão com maionese. Não o fiz e ninguém sentiu a falta! Todos gostaram. Nem todos conseguiram comer as duas fatias... Eu fui uma delas! Fica-se cheio só com uma, podem acreditar. Acompanhei com tomate cereja.



segunda-feira, 24 de março de 2014

A Convidada Escolhe: "A Minha Pequena Livraria"

Only in America, este é um subtítulo que me apetecia dar a este livro.


Cá em casa, esta expressão é aplicada a tudo o que nos parece surreal, tudo o que realmente jamais se poderia aplicar em qualquer outro país, no melhor e no pior… A história de “A minha pequena livraria” é, de facto, algo que só mesmo nos States poderia acontecer!

Este livro, baseado em factos reais (como mencionado em selo na capa), não é, para mim, uma história inspiradora (como a capa também refere), retrata, isso sim, as idiossincrasias da sociedade norte-americana e, como um sonho su/irreal se pode concretizar. Não é, ao contrário do que podemos ser levados a pensar, um livro de auto-ajuda nem um livro de gestão… também não é, para mim, um livro sobre “o poder transformador dos livros” (como é referido) pois a livraria bem poderia ser uma loja de doces, roupas ou outra coisa qualquer… como a autora faz questão de referir. Acontece, porém, que a paixão da escritora e do marido são os livros e o seu sonho sempre foi o de abrir uma livraria… uma livraria de livros usados (o que se verifica ser vantajoso por ser mais fácil reunir stock de livros usados que novos).

O retrato desta aventura, que nos é traçado com mestria, transporta-nos em plena crise do subprime para uma pequena cidade carbonífera da Virgínia com 4500 habitantes, cuja mina está em processo de encerramento e onde o casal decide viver e lançar o seu negócio a partir do nada (ou quase nada) – only in America! Desiludida com o Poço de Serpentes em que trabalhava (quem não conhece um…) Wendy beneficia do facto de não ter hipoteca para pagar e de ter uma excelente biblioteca em conjunto com o marido, como refere.

Um livro interessante, que nos apresenta uma certa forma de estar na vida ao jeito do sonho americano, mas que dificilmente se poderia transpor para a nossa cultura e país. Apresenta, no entanto, alguns pormenores práticos interessantes, tais como a menção a sites e as dicas de como avaliar livros usados e elementos básicos de gestão do negócio (que foram sendo aprendidos na net pelos autores…). A vida em sociedade numa pequena cidade sulista e o estabelecimento de relacionamentos são um dos pontos fortes do livro. A descrição de uma cidade com 4500 habitantes com 6 igrejas de diferentes cultos, à volta de uma rua, onde os autores vão sucessivamente assistir aos serviços religiosos para ver de qual gostam mais constitui, para mim, mais uma preciosa ilustração… only in America!

“A minha pequena livraria” é recheado de pequenas pérolas que fazem esse retrato e referências que merece a pena reter.

Eu sigo.

 Excertos:

“Quando se vende um livro a uma pessoa, não se vende apenas trezentos e cinquenta gramas de papel, tinta e cola – vende-se uma vida nova. Amor e amizade e humor e navios no mar à noite – um livro, um livro à séria, contém todo o céu e a terra.” (Christopher Morley, The Hounted Bookshop – p. 11)

“Estamos sempre a ser bombardeados com a mesma frase: «Vá atrás do seu sonho». Claro, mas não de olhos fechados. Jack e eu tivemos sorte, e quando percebemos que fora mesmo uma questão de sorte, arregaçámos ainda mais as mangas.” (p.72)

“Os bibliófilos sabem que os livros não são apenas ideias encurraladas entre capas, mas artefactos, marcos da nossa vida. «Encaro a minha biblioteca como um troféu pelos meus feitos», disse um académico meu amigo. «Olho para as lombadas dos meus livros e recordo-me de onde estava quando os li e do que aprendi com eles. E tenho um lado da divisão para os livros que vou ler e outro para os que já li. Assim, posso revisitar velhos amigos ou travar novas amizades». (p. 181)

Texto da autoria de Fernanda Palmeira

Passatempo: "No Harém de Kadhafi"


Com o apoio da Porto Editora trazemos mais um passatempo de um livro que gostei muito de ler e que acrescentou algo aos meus conhecimentos, como gosto que aconteça! Podem consultar a minha opinião aqui...

Para os seguidores do blogue temos para sortear um exemplar de "No Harém de Kadhafi" de Annick Cojean até dia 8 de Abril.

Para isso só têm de responder acertadamente às questões seguintes e de obedecer às regras.

Boa sorte a todos!

"Nove Mil Dias e Uma Só Noite" de Jessica Brockmole

Um livro que vai deliciar quem gosta de leituras sobre a I e II Guerra Mundial. Como eu, já sabem.

Com um formato epistolar (ao fim de algumas páginas deixamos de ter em consideração as cartas em si e fixamo-nos na história!), este livro conta-nos a vida de duas gerações que viveram em duas guerras diferentes mas em muitos aspectos tão semelhantes. A destruição, o ódio, as mortes onde amores são separados e/ou substituídos por outros mas onde a esperança não morre.

Lembram-se do tempo em que receber uma carta significava notícias "frescas" de alguém de quem gostávamos? Há quanto tempo isso foi! E no entanto, consegui sentir um pouquinho dessa expectativa quando passava de uma carta a outra neste livro... A escrita desta autora tem o condão de nos prender, de ficarmos deliciadas ao assistir ao começo de um romance entre dois dos personagens, em 1912, através das cartas que trocam, mas, também, coloca-nos de sobreaviso porque pressentimos o que a guerra lhes vai trazer. Essa foi uma das razões que me fez gostar desta obra: sentir de novo como era receber uma carta tal foi a empatia que se gerou entre "nós" (Elsphet, David e eu).

Ao procurar a mãe (Elsphet), Margaret inicia em 1940, de igual forma, uma busca pelo seu passado, que desconhece. E nós, leitores, vamos intercalando estes dois momentos da História sempre ansiando pelas cartas seguintes...

Um livro com uma boa dose de romance mas também de suspense que nos mantém intrigados até ao seu final. Um livro que me deu muito prazer de ler.

Terminado em 20 de Março de 2014

Estrelas: 5*


Sinopse

Março de 1912. A jovem poetisa Elspeth Dunn nunca saiu da remota ilha escocesa de Skye, onde vive, e é com grande surpresa que recebe a primeira carta de um admirador do outro lado do Atlântico. É o início de uma intensa troca de correspondência que culminará num grande amor. Subitamente, a Europa vê-se envolvida numa Guerra Mundial, e o curso normal das vidas é abruptamente interrompido. Junho de 1940. O Velho Continente vive mais uma vez o tormento de um conflito mundial e uma nova troca epistolar incendeia os corações de dois amantes, desta vez o de Margareth, filha de Elspeth, e o do jovem piloto da Royal Air Force por quem se apaixonou. Cheio de glamour e de pormenores de época, este romance faz a ponte entre as vidas de duas gerações - os seus sonhos, as suas paixões e esperanças -, e é um testemunho do poder do amor sobre as maiores adversidades.

domingo, 23 de março de 2014

Ao Domingo com... Carlos Nuno Granja

Comecei a escrever a poesia quando tinha nove anos. Nesse tempo, o jogo de palavras e o ritmo das rimas criavam em mim um vício que foi crescendo até ser diário eu viver o poema e viver de poemas. Entretanto, perante imensos poemas largados pela minha mão em folhas já gastas, os meus pais decidiram oferecer-me uma máquina de escrever. De uma forma muita paralela ao crescimento de um adolescente, fui desenvolvendo versos em dezenas de folhas brancas, ao ritmo das teclas da minha máquina de escrever. Escrevi muito. Ainda hoje tenho esses registos. E a vida foi acumulando os anos até à idade adulta, até ao amor, à constituição de família, até ser alguém ou ninguém, até pensar que o percurso é um caminho sem final. 
    Aos 36 anos, num dos momentos de solidão, na esquina de um qualquer pensamento, em concordância com a capacidade de me atirar para a frente, sem o receio do que pudesse acontecer, decidi publicar o que escrevo. Comecei pela minha paixão maior, a poesia. "Sentimentos in versos" foi o meu primeiro livro. No espaço de um ano e meio, publiquei onze livros. O significado disto tudo é concretização. "Estudos de alma e conclusões" e Chegaste primeiro" foram alguns dos livros  de poesia que se seguiram. "Poesia Objectiva" aliou a fotografia de José Fangueiro com os meus poemas e resultou numa paisagem aberta ao olhar e ao sentimento. Pelo meio deste percurso surgiram as publicações de livros infantis. Como pai e professor estou muito ligado a esta área de sonhos e histórias que podem ser inventadas e reinventadas. A poesia para a infância vestiu-se de livro com o título "Rimas numa folha de alface". O "fato e a gravata" ou "A zanga das letras comadres" foram o início deste trajecto que se consolida agora com "O cágado sonhador que queria ser aviador". Outros projectos estão em desenvolvimento sob a tal capa da concretização. O amor que se tem aos livros só poderá persistir se eles existirem, se houver quem se encoraje e enfrente as dificuldades para recolher mais à frente o fruto da sua dedicação em forma de felicidade.
    A forma de escrever histórias cabe sempre no rumo da imaginação, uma frase das filhas, uma situação na rua, um pensamento na solidão, um sentimento latente, enfim, tudo nos pode ajudar a diluir as ideias no papel e deixar fluir, de acordo sempre com o nosso estatuto de eternas crianças. Na poesia, deixo-me levar pelo estado de alma, na harmonia das palavras, no desenvolvimento dos sentimentos, sou eu no meu mundo muito próprio.
    Nasci em Ovar, estudei em Viseu, vivi em Lisboa durante um ano, andei por algumas escolas deste nosso país até me ancorar em Santa Maria da Feira. Resido em Ovar, minha terra, onde fiz rádio, onde aprendi música, onde desfilei no carnaval, onde faço teatro,onde tenho sido feliz. Para além da escrita, gosto imenso de ler e de passear. Visitar castelos e palácios, como se viajasse nas histórias com realidade, está no topo das minhas preferências. Adoro visitar exposições e ouvir concertos de piano. Viajar de carro faz-me ir ao encontro das localidades mais pequenas, de um desconhecido permanente que nos torna seres minúsculos e deambulantes, em busca de uma serenidade.
    Nos meus olhos azuis, grandes e salientes, fiz a minha imagem de marca no aspecto físico. Não aliava a beleza, mas aprimorava o discurso como base de compensação. Descobri mais tarde que a beleza interior era muito mais importante. E ainda é. Hoje, como fundamentação de um envelhecimento, vem chegando a calvície, mas julgo-me a crescer de sentimentos e pensamentos, pelo que é muito bom. Crescemos por dentro. Envelhecemos por fora. 
    Gosto do amigo do seu amigo. Que as pessoas sejam simples e sinceras, genuínas e naturais. Adoro uma boa conversa. Quem me apoia tem tudo de mim, mesmo que em desacordo de opiniões. Sou pela nobreza de carácter. Tenho dificuldade em dizer «não». Mas sou feliz assim. Amigo do meu amigo.
    Quanto aos livros. Vou continuar por aí. Sonhando e concretizando as palavras com gestos.

Carlos Nuno Granja

sábado, 22 de março de 2014

Na minha caixa de correio

     

  
  
Opá! Que semana boa!
Chegaram os quatro livros que faltavam do mega passatempo da Presença...
O Rosa Candida foi uma gentil oferta da Marcador.
Vida sem Limites comprei por 2 euros numa feira de livros usados na Biblioteca das Galveias.
Os livros finais, de culinária, vieram respectivamente das Editoras Booksmile, Esfera dos Livros e Leya. O meu obrigada a todas!

sexta-feira, 21 de março de 2014

Novidade Porto Editora

Laços de Vida 
de Debbie Macomber

Durante anos, o objetivo de vida de Libby Morgan foi tornar-se sócio-gerente da conhecida e competitiva firma de advogados onde trabalha. Para tal sacrificou tudo – amizades, casamento e o sonho de criar uma família. Quando finalmente é chamada à administração, Libby mal contém a sua felicidade, mas não está preparada para a notícia que irá receber: face às dificuldades económicas, Libby é despedida. 
Sem perspetivas de trabalho, Libby aproveita para cuidar das amizades que descurou. Assim, enquanto retoma velhos hábitos, passa a frequentar uma loja de malhas local onde nutrirá amizades que lhe mudarão a vida. É ali que conhecerá a doce e sensível Lydia, a proprietária da loja e a sua espirituosa filha adolescente, Casey; bem como a melhor amiga desta, Ava, uma jovem muito tímida e ingénua, que carrega um segredo que não ousa contar a ninguém. Não tardará que Libby considere aquela loja a sua segunda casa e aquelas mulheres inspiradoras a sua nova família. Consegue mesmo encontrar o amor na figura de um médico enigmático conhecido por doutor Coração de Pedra.
Mas quando tudo finalmente se parece recompor, Libby é confrontada com uma fantástica oferta de trabalho que, caso aceite, poderá ameaçar a felicidade pessoal conquistada há tão pouco tempo. Que opção escolher quando os dois mundos são tão incompatíveis?

Novidades Quinta Essência

Tornado
de Sandra Brown
Bellamy Lyston tinha apenas doze anos quando a irmã mais velha, Susan, foi morta num dia de feriado tempestuoso em finais de Maio. O medo que Bellamy tem de tempestades é uma herança do furacão que destruíra todas as provas que pudessem existir no local do
crime, juntamente com aquilo de que se recordava do que acontecera realmente durante os momentos mais devastadores desse dia.
Atualmente, dezoito anos mais tarde, Bellamy escreveu um livro de grande sucesso que se baseia no assassínio de Susan. Uma vez que o livro se tinha inspirado no trágico acontecimento que continua a amargurar a sua família, ela decidiu publicá-lo sob um pseudónimo, a fim de os proteger de uma publicidade indesejada. Mas quando um repórter oportunista descobre que o livro é baseado em factos verídicos, a identidade de Bellamy é revelada a par do escândalo da família.
Além disso, Bellamy torna-se alvo de alguém sem escrúpulos que, ou por querer que a verdade subjacente ao assassinato de Susan continue por desvendar ou, ainda mais ameaçador, por estar determinado a vingar-se por um homem acusado e condenado injustamente.
Para poder identificar quem anda a assediá-la, Bellamy vê-se confrontada com os fantasmas do seu passado, entre os quais se inclui Dent Carter, o namorado instável e irresponsável de Susan – um dos primeiros suspeitos de ter cometido o crime. Dent, com esta e outras máculas no seu passado, está firmemente decidido a limpar o seu nome, para o que precisa da memória bloqueada de Bellamy. Contudo, as suas recordações, até então bloqueadas – depois de desbloqueadas – constituem novos perigos imprevisíveis.
Enquanto Bellamy aprofunda cada vez mais o mistério que envolve o assassínio de Susan, põe a descoberto elementos perturbadores do crime que colocam em questão o caráter daqueles que lhe são mais queridos. Embora atormentada por recordações parciais e com os sentimentos que nutre por Dent em conflito, está determinada a não parar até descobrir quem assassinou Susan. Isto é, a menos que o assassino ataque primeiro...

Portas da Meia-Noite
de Lara Adrian
Numa encruzilhada entre a morte e o desejo, uma mulher saboreará um prazer a que nenhum mortal será capaz de sobreviver.
No árido e gélido deserto do Alasca, a ex-agente da polícia Jenna Darrow consegue sobreviver a um acontecimento inexplicável que a fere no corpo e na alma. Contudo, a sua fuga traz-lhe um desafio ainda maior. No seu interior estão a ocorrer mudanças estranhas, e ela luta consigo própria para tentar compreender e controlar uma nova fome. Para isso, refugia-se em Boston no recinto da Ordem, uma antiga raça de guerreiros vampiros cuja própria existência está rodeada de mistério. Possivelmente, o mais misterioso de todos é Brock, um macho alfa melancólico de olhos negros e aspeto ameaçador cujas mãos têm o poder de consolar, curar... e seduzir.
Enquanto recupera com os cuidados de Brock, Jenna sente-se atraída pela missão da Ordem: fazer com que um inimigo cruel e o seu respetivo exército de assassinos pare de submeter a humanidade a um reino de terror. Apesar da determinação de ambos em lutar contra os próprios sentimentos e deixar-se levar apenas por uma atração física, Jenna e Brock ver-se-ão envolvidos num desejo muito mais selvagem do que a vida e mais forte do que a morte... Até que um segredo do passado de Brock e a mortalidade de Jenna submeterão o amor proibido que ambos sentem um pelo outro a uma última prova de fogo.

A Raça vive entre a humanidade há milhares de anos, mantendo uma paz provisória baseada no sigilo, no poder e na justiça feita pelos formidáveis guerreiros da Ordem.

Mas agora está prestes a começar uma guerra de sangue dentro da Raça. Os vampiros estão a tornar-se Renegados em cada vez maior número, alimentando-se indiscriminadamente, matando humanos nas ruas. Cabe à Ordem parar a propagação da ameaça de dominação dos Renegados - e, ao fazê-lo, cada um dos guerreiros será forçado a enfrentar os seus demónios, os seus segredos mais obscuros, os seus medos mais profundos. Alguns conhecerão o triunfo, outros a perda, mas cada guerreiro pode contar com uma coisa: o amor, quando o encontra, vem muitas vezes no pior momento possível, com a mulher menos provável… e fará ajoelhar cada um desses poderosos machos.

Reencontro em Barcelona
de Elizabeth Adler

A dupla de detetives Sunny Alvarez e Mac Reilly está de volta com mais intriga, escândalo e suspense neste maravilhoso romance que a levará das colinas de Hollywood até às ruas de Barcelona.
Bibi Fortunata, cantora, atriz e celebridade é uma estrela do mundo do espetáculo. No auge da sua carreira é detida por suspeitas de ter assassinado o amante e a mais recente amante deste, que era também a sua melhor amiga.
Bibi tornou-se notícia de primeira página, pelos piores motivos, mas a polícia nunca conseguiu provar nada e Bibi foi libertada, ainda com o pálio da suspeita a pender sobre a sua cabeça, partindo para Barcelona, onde pura e simplesmente desapareceu.
Quando Paloma, a filha de Bibi, pede ajuda a Mac e Sunny, eles não conseguem resistir à tentação de resolver aquele mistério de uma vez por todas. Quem matou o amante de Bibi e a amante deste? Quem quereria incriminar Bibi?

Com as descrições exuberantes, reviravoltas no enredo e personagens cativantes que são a imagem de marca de Elisabeth Adler, vai ser impossível parar de ler Reencontro em Barcelona.

Convite Porto Editora


Novidade Nascente


Novidade Marcador

Rosa Candida 
de Audur Ava Olafsdottir 
Um jovem decide deixar a casa da sua infância, o irmão autista, o pai octogenário e as paisagens familiares de campos de lava cobertos de musgo, em busca de um futuro desconhecido.Pouco antes da sua partida recebe um terrível telefonema: a mãe falecera num acidente de carro. As suas últimas palavras tinham sido de doce conselho ao filho, incitando-o a continuar o trabalho que partilhavam na estufa, mais especificamente o cultivo de uma variedade de rosa rara, a Rosa Candida.Antes da morte da mãe, naquela mesma estufa, vivera um breve encontro de amor. Foi quando já preparava a sua partida que soube que, nessa noite, concebera inocentemente uma criança. Atordoado com todos estes súbitos acontecimentos, procura refúgio, recolhendo-se num majestoso jardim abandonado de um antigo mosteiro europeu.É aí que se vai dedicar a fazer florescer aquela rosa rara de oito pétalas. Ao concentrar a sua energia no seu cultivo, aprende também, sem dar por isso, a cultivar o amor. 

Novidades Planeta

Dias de Esplendor, Dias de Sofrimento
de Juliet Grey
Paris 1774.
Na tenra idade de dezoito anos, Maria Antonieta ascende ao trono francês ao lado do marido, Luís XVI. Mas por detrás da extravagância da jovem rainha, com vestidos de seda elaborados e vertiginosos penteados, escondem-se medos profundos em relação ao seu futuro e ao da dinastia Bourbon. 
Das dores do casamento à alegria de conceber uma criança, da paixão por um militar sueco, Axel von Fersen, ao devastador Caso do Colar de Diamantes, Maria Antonieta tenta elevar-se acima dos boatos e rivalidades do seu círculo. Mas a revolução floresce na América e uma ameaça muito maior paira junto dos portões dourados de Versalhes, que pode afastar a  monarquia francesa para sempre.

Lágrima
de Lauren Kate 
Tudo o que amamos pode ser levado pela corrente... 
NUNCA, NUNCA CHORES... 
A mãe de Eureka Boudreaux instilou esta regra na filha há anos. Mas agora a mãe partiu, e onde quer que Eureka vá, ele está lá: Ander, o rapaz alto, de cabelo louro-claro, que parece saber coisas que não devia, que diz a Eureka que ela corre um grande perigo e que a deixa sempre à beira das lágrimas. 
Mas Ander ignora o maior segredo de Eureka: desde que a mãe se afogou num acidente bizarro, Eureka deseja morrer. Resta-lhe pouco que lhe desperte o interesse, apenas o amigo mais antigo, Brooks, e uma estranha herança: um medalhão, uma carta, uma pedra misteriosa e um livro de outras eras que ninguém compreende. 
O livro encerra uma história assombrosa sobre uma rapariga que ficou destroçada e chorou tanto que formou um continente no mar... e há algo na história que é misteriosamente familiar. 
Eureka está prestes a descobrir que a narrativa antiga é mais do que uma história, que Ander pode falar verdade... e que a sua vida é muito mais obscura e oculta do que alguma vez imaginou.

quinta-feira, 20 de março de 2014

A Escolha do Jorge: "A Experiência"

A Cavalo de Ferro Editores desde meados de 2013 começou a reeditar a obra completa de Ferreira de Castro (1898-1974), um dos escritores portugueses mais traduzidos em todo o mundo e nem por isso menos esquecido nas últimas décadas em Portugal. Os títulos já publicados são “Emigrantes”, “A Missão” e agora foi a vez de “A Experiência” chegar às livrarias. Integrado no contexto do neorrealismo, Ferreira de Castro é um acérrimo defensor dos direitos dos trabalhadores através da denúncia das más condições de vida e de trabalho, a dificuldade que tantas pessoas têm em satisfazer as necessidades básicas como a alimentação, o olhar para o futuro através da emigração que também o autor tão bem conheceu.
Numa época conturbada como a que atualmente se vive em Portugal, (re)ler as obras de Ferreira de Castro conduzem o leitor a questionar o sentido que o país tem tomado ao longo das últimas décadas deixando-nos numa verdadeira encruzilhada.

A dias de “comemorar” os 40 anos do derrube da ditadura, têm sido sempre receosos os discursos e comentários alusivos à efeméride na medida em que se denota alguma (ou mesmo muita) contenção nas palavras de quem quer que dê a cara. Se por um lado 40 anos é um período já considerado digno de comemoração, por outro lado serão certamente poucos os portugueses que sentirão verdadeiramente a alegria intensa quando o país é revisitado por sérias dificuldades económicas que atingem uma parte significativa da população, não esquecendo os ataques sucessivos a direitos dos cidadãos que tão dificilmente as gerações anteriores conseguiram almejar e que atualmente assistimos a uma destruição progressiva e compulsiva de direitos concretos que serviam de base para uma sociedade sólida e com esperança no futuro e no progresso.

Escrito em 1952-1953, “A Experiência” é um dos mais complexos livros de Ferreira de Castro e não menos subversivos atendendo ao facto de que a abordagem de temas como prostituição e aborto numa época em que predominava o lema “Deus, Pátria, Família” é sem dúvida um salto qualitativo no que diz respeito ao mercado editorial de então. Não deixa de ser interessante que só nas últimas páginas do romance há uma alusão objetiva e direta à prostituição quando um dos interlocutores diz: “- Mas há de vir um dia em que ninguém terá necessidade de roubar ou de prostituir, caminhos trilhados por Januário e Clarinda, os personagens principais do romance.

Para além dos temas acima indicados, Ferreira de Castro estabelece o ponto nevrálgico da obra sendo, pois a questão central, a base de uma sociedade mais justa e consciente que é a aposta na educação dos jovens de modo a poderem tornar-se verdadeiros exemplos de cidadania ativa orientados para a construção de um mundo mais justo e, consequentemente, menos cruel. Esta experiência (utopia) é,
pois, o desejo que Henrique Sampaio Mendo deixou em testamento para que fosse criado um asilo para crianças desprotegidas de Mangudas, no interior do país, cujas interpretações rapidamente foram subvertidas na medida em que os elementos mais proeminentes da localidade consideravam que a educação dos jovens estava a seguir um caminho perigoso que os afastaria daquele que era considerado o normal funcionamento da sociedade.

Profundamente atual e não menos acutilante, Ferreira de Castro apresenta-nos um romance que nos dias que correm nos levam a refletir sobre que caminho deverá trilhar a sociedade com vista à concretização de objetivos tão nobres. Mas até que ponto estará a sociedade disposta a dar esse passo?

Quantos Januários e Clarindas conseguirá a sociedade resgatar se não apostar numa educação responsável e assente em valores que a todos dignifica?

Excertos

“Mas, um dia, tornei a pensar: «Pois se estás quase um homem e te vês sem futuro, pois se aqui não podes arranjar nada, por que não arriscas e não vaispor aí fora? Outros mais novos do que tu têm ido para Lisboa, para o Brasil e mais longe ainda». Comecei a empreender naquilo e cada vez sentia mais vontade de partir. Tinha medo, mas parecia-me que tudo seria melhor do que estar em casa do doutor Carrazedas…”

“Que se estimule igualmente na alma das crianças o sentimento de justiça, que, sendo também inato, se encontra atrofiado, às vezes mesmo suprimido por velhas ideias feitas, por princípios remotos que emprestam às maiores iniquidades a legitimidade de atos normais e, pela lei de precedência e força do hábito, tranquilizam as consciências se, apesar de tudo, em alguma delas se produz um rebate.

Mais determino que esta obra de compreensão seja orientada num sentido ativo e não passivo: compreender e amar os homens para melhor aclarar e melhor combater as razões das injustiças, da miséria e da servidão que anulam tantas vidas e que levam muitas outras ao desespero e até ao crime, transformando em noite negra a alvorada que cada qual traz consigo quando nasce.”
“- E ele disse que há de vir um dia em que haverá pão para todos.”

Texto do autoria de Jorge Navarro

quarta-feira, 19 de março de 2014

"O Olhar de Sophie" de Jojo Moyes

Uma excelente surpresa este livro da Porto Editora! Sabem quando começamos a ler e ao fim de meia dúzia de páginas já estamos completamente absorvidas com a leitura? Garanto-vos que nesta história vos vai acontecer isso!!!

São duas histórias com um hiato no tempo de aproximadamente cem anos. A primeira passa-se durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914, numa pequena vila francesa ocupada pelos alemães. A narrativa é de tal forma intensa que me arrebatou completamente e quando, inesperadamente, surgiu a segunda história não pude deixar de me aborrecer seriamente, ao ponto de procurar nas páginas seguintes a sua continuação. Ainda bem que não consegui encontrá-la... Mas duvidei seriamente que os acontecimentos passados em 2006, em Londres, com outra personagem me fossem agradar e surpreender tanto quanto os da história anterior!

Jojo Moyes é uma escritora como poucas. Não existe uma pequena parcela neste livro que não seja sorvida com ansiedade e grande expectativa! A segunda parte do livro, se assim podemos descrever, é, também ela, arrebatadora, cheia de mistério (e romance) fazendo-nos a ligação à história anterior, com pequenos apontamentos que não nos deixam sossegar e nos inquietam.

Já há muito tempo que não devorava tão rapidamente quatrocentas e tal páginas, chegando a lutar contra o sono porque este me impedia de conhecer o final tão aguardado. Final que, embora tivesse à espera, teve surpresas inesperadas que deram um toque brilhante a esta obra.
Poucos romances há que atribuo 6 estrelas. Não tenho nenhumas dúvidas em dar nota máxima a este livro. Deixem-se surpreender! Eu gostei. Muito!

Terminado em 16 de Março de 2014

Estrelas: 6*

Sinopse


Somme, 1916. Sophie vive numa vila ocupada pelo Exército alemão, tentando sobreviver às privações e brutalidade impostas pelo invasor, enquanto aguarda notícias do marido, Édouard Lefèvre, um pintor impressionista, que se encontra a lutar na Frente. Quando o comandante alemão vê o retrato de Sophie pintado por Édouard, nasce uma perigosa obsessão que leva Sophie a arriscar tudo - a família, a reputação e a vida.

Quase um século depois, o retrato de Sophie encontra-se pendurado numa parede da casa de Liv Halston, em Londres. Entretanto, Liv conhece o homem que a faz recuperar a vontade de viver, após anos de profundo luto pela morte prematura do marido. Mas não tardará que Liv sofra uma nova desilusão - o quadro que possui é agora reclamado pelos herdeiros e Paul, o homem por quem se apaixonou, está encarregado de investigar o seu paradeiro…


Até onde estará disposta Liv a ir para salvar este quadro? Será o retrato de Sophie assim tão importante que justifique perder tudo de novo?