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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"A Segunda Morte de Anna Karénina" de Ana Cristina Silva


Edição/reimpressão:2013
Páginas:224
Editor:Oficina do Livro
Fui à apresentação do livro de Ana Cristina na Livraria Barata. Estava gente em pé. Gostei de ver a casa cheia. Como gosto de ler os livros desta escritora.
Todos eles, talvez devido à sua formação em Psicologia, possuem personagens com um carisma próprio, uma força interior que nos impele a tomar o seu partido ou, pelo contrário, a odiá-los, quase. São detentores de variadíssimos sentimentos que expõem sem pejo e nos quais nos revimos. Amor, ódio, angústia, alegria, descontentamento. Os personagens entregam-se a nós, confessam-se e partilhamos, eles e nós leitores, tanto as alegrias como as tristezas que frequentam os seus corações.

Este livro senti-o como um desabafo de Violante, a personagem principal. É, também, um hino ao amor. Em qualquer dos sexos, sem preconceitos. A guerra, ela sim, é suja e dura. Essa sim deve ser considerada como algo aberrante e fora do normal. E isso está bem patente aqui neste livro.

As descrições dos sentimentos e dos lugares são tão autênticos que é como se de um filme se tratasse. Ao ler conseguimos "ver"! Daria um bom argumento para um filme, como afirmava um amigo aquando da apresentação do livro. Concordo em absoluto.

Ana Cristina sabe expressar-se, através dos personagens que cria, de uma forma que nos deixa rendidos. A história é construída para depois, no final, a pormos em causa, a reformularmo-la completamente. Isso agrada-me. Os fins felizes e "certinhos" deixar-me-iam insatisfeita se existissem nos livros desta autora. Ela quer-nos dar mais que isso. Devemos aproveitar, portanto!

Terminado em 24 de Outubro de 2013

Estrelas: 5*

Sinopse

Violante tinha, desde criança, um talento raro para a representação e, com a ajuda de Luis Henrique, um grande actor com quem acabou por se casar, tornou-se uma das mais aplaudidas actrizes portuguesas do princípio do século XX. Contudo, os que a vêem brilhar e afirmar o seu génio no palco dos maiores teatros nacionais desconhecem o terrível segredo que minou a sua vida e levou para longe o marido numa noite que podia ter acabado em tragédia. Agora, que Violante visita, longe da multidão, o jazigo de Rodrigo - um jovem oficial português caído na guerra das trincheiras em França -, espera finalmente sentir o desgosto da mãe que não chegou a ser, mas descobre que o filho que não criou carregava, afinal, no peito um peso tão grande ou maior do que o seu. E, com o espectro das recordações que essa revelação desencadeia, regressa também inesperadamente o próprio Luís Henrique, desejoso de obter, ao fim de tantos anos, a resposta que Violante não lhe pôde dar. O problema é que, numa conversa entre dois actores de excepção, nunca se sabe exactamente o que é verdade.
A Segunda Morte de Anna Karénina é um romance sobre o amor sem limites, a traição e os custos da vingança - e também uma obra arrojada sobre as tensões homossexuais reprimidas, sobre as vidas desperdiçadas de tantos portugueses na Primeira Guerra Mundial e sobre as diferenças - se é que existem - entre o teatro e a vida real.

3 comentários:

  1. Quando vi este livro numa livraria fiquei extremamente curiosa. O título é mesmo muito sugestivo, mas tinha um pouco de medo de me desiludir com a história.
    Gostei imenso da tua opinião e, por causa dela, fiquei com imensa vontade de o comprar!
    Boas leituras

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  2. Acabei de o comprar na Bertrand, em Portimão, entre outros. É uma das minhas leituras de Novembro.

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  3. Ainda não consegui ler, aliás, ainda não consegui comprar...as livrarias só existem nas cidades...!
    odete

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